
Comentário: Jim Jarmush (1953) é um cineasta e ator norte-americano conhecido pelas suas produções independentes feitas com orçamento limitado. Assisti dele 7 filmes: a obra-prima "Down By Law" (1986), os ótimos "Sobre Cafés e Cigarros" (2003) e “Amantes Eternos” (2013), os bons “Estranhos no Paraíso” (1984) e “Flores Partidas” (2005) e os não tão bons “Paterson” (2016) e “Os Mortos não Morrem” (2019). Desta vez vou conferir “Uma Noite Sobre a Terra” (1991).
Vincent Canby do New York Times nos conta que “A primeira imagem de ‘Uma Noite Sobre a Terra', uma comédia delirante de Jim Jarmusch, é importante: a da escuridão universal no centro da qual há uma esfera giratória de azul brilhante sobreposta por fios brancos. À medida que a câmera se aproxima, os fios brancos se transformam em formações de nuvens tão apreciadas pelos meteorologistas como ‘sistemas meteorológicos’. Oceanos e mares familiares aparecem, assim como massas de terra ainda não divididas e não reivindicadas por aspirações nacionais”.
A trama, composta quase que inteiramente de diálogos, mostra as conversas entre um motorista e um passageiro em cinco viagens de táxi em diferentes cidades ao redor do mundo: no primeiro segmento, uma rica executiva (Gena Rowlands) tenta escalar a jovem taxista Corky (Winona Ryder) para uma produção de Hollywood; Yo-Yo (Giancarlo Esposito) pega o táxi de um imigrante alemão (Armin Mueller-Stahl) que, além de não dominar a língua inglesa, é completamente incapaz de dirigir; a jovem cega (Béatrice Dalle) rebate todas as perguntas do motorista (Isaach De Bankolé) com acidez; um taxista (Roberto Benigni) insiste em relatar suas aventuras sexuais para o padre que viaja no banco de trás (Paolo Bonacelli) e, por fim, três passageiros (Kari Väänänen, Tomi Salmela e Sakari Kuosmanen) e um motorista (Matti Pellonpää) compartilham histórias de vida absurdamente trágicas.
“Embora o filme seja composto de cinco histórias diferentes, enraizadas alternadamente nas realidades de Los Angeles, Nova York, Paris, Roma e Helsinque, ‘Uma Noite Sobre a Terra’ parece sempre manter o alienígena distante, como se parte de sua mente permanecesse para sempre fixada no espaço sideral.
Esse é o método consistente e cômico dos filmes do Sr. Jarmusch, de ‘Estranhos no Paraíso’ a ‘Down By Law’, ‘Trem Mistério’ e agora "Uma Noite Sobre a Terra", sua obra mais efervescente”.
A trilha sonora ficou a cargo do Tom Waits.
O que disse a crítica: Ricardo Nascimento Bello e Silva do site Cineplayers avaliou com 4 estrelas, ou seja, ótimo. Disse: “A conclusão que se tira nesse filme exercício de Jarmusch é a sua admiração plena por essas criações que a arte, no caso o cinema, cria. O taxi, o carro, o automóvel serve nada mais nada menos do que para criar um diálogo quase teatral entre personagens, uma história do cotidiano – este pelo qual Jarmusch é apaixonado – e que nasce e morre dia após dia. Afinal, não se trata de uma história como qualquer outra? As nuances, os achados, os maiores pensamentos vem desses lugares, da mesa do bar, do caminhar na rua, das conversas com o taxista, então nada mais justo criar para esse momento, fonte de histórias, de tragédias, comédias, pensamentos e conhecimentos, seu próprio filme”.
Marina Paulista do site Papo de Cinema avaliou com 4,5, ou seja, excelente. Escreveu: “Explorando as pequenas relações entre passageiros e motoristas, nos microcosmos dos táxis, o conjunto de viagens se transforma numa espécie de crônica da condição humana: eis uma porção de estranhos de origens completamente diferentes criando laços que duram apenas o tempo do trajeto, enquanto suas respectivas grandes cidades dormem. Há conversas profundas e banais sobre relacionamentos, sexo, ambição, relações familiares, preconceito, diferenças culturais e assim por diante. Original e divertido, ‘Uma Noite Sobre a Terra’ pode trazer pouco de extraordinário (no sentido literal da palavra) e talvez não seja interessante para todos os tipos de público. Oferece, entretanto, uma experiência riquíssima a quem se dispuser a observar o maior fenômeno da Terra: pessoas sendo, simplesmente, pessoas”.
O que eu achei: Jim Jarmush desde sempre tem mostrado uma capacidade de transformar simples acontecimentos em histórias interessantes que não dependem de grandes artifícios. “Uma Noite Sobre a Terra” (1991) é um ótimo exemplo disso. Ele mostra cinco taxistas em cinco cidades diferentes - Los Angeles, Nova York, Paris, Roma e Helsinque - exercendo seu ofício de transportar pessoas e interagindo com seus clientes. Praticamente tudo se passa dentro dos táxis portanto o diálogo é o grande atrativo desse longa que conta com atores como Winona Ryder, Gena Rowlands, Roberto Benigni e Giancarlo Esposito, dentre outros, todos muito jovens já que o filme foi rodado nos anos 90. As conversas passam por assuntos banais, podendo ir para o humor ou para o drama com muita facilidade. Em entrevista, Jarmush declarou que sua inspiração para fazer o filme veio de suas várias viagens de táxi, observando as conversas que ele mesmo poderia ter com taxistas em qualquer noite dessas por aí, fazendo o motorista ouvir seus problemas, planos e sonhos, assim como muitas vezes ouvimos os deles. Com trilha sonora de Tom Waits, é daqueles filmes leves e despretensiosos que nos entretém enquanto nos mostra lindas paisagens urbanas noturnas, excelente para aqueles dias que só o que a gente quer é relaxar um pouco.
Vincent Canby do New York Times nos conta que “A primeira imagem de ‘Uma Noite Sobre a Terra', uma comédia delirante de Jim Jarmusch, é importante: a da escuridão universal no centro da qual há uma esfera giratória de azul brilhante sobreposta por fios brancos. À medida que a câmera se aproxima, os fios brancos se transformam em formações de nuvens tão apreciadas pelos meteorologistas como ‘sistemas meteorológicos’. Oceanos e mares familiares aparecem, assim como massas de terra ainda não divididas e não reivindicadas por aspirações nacionais”.
A trama, composta quase que inteiramente de diálogos, mostra as conversas entre um motorista e um passageiro em cinco viagens de táxi em diferentes cidades ao redor do mundo: no primeiro segmento, uma rica executiva (Gena Rowlands) tenta escalar a jovem taxista Corky (Winona Ryder) para uma produção de Hollywood; Yo-Yo (Giancarlo Esposito) pega o táxi de um imigrante alemão (Armin Mueller-Stahl) que, além de não dominar a língua inglesa, é completamente incapaz de dirigir; a jovem cega (Béatrice Dalle) rebate todas as perguntas do motorista (Isaach De Bankolé) com acidez; um taxista (Roberto Benigni) insiste em relatar suas aventuras sexuais para o padre que viaja no banco de trás (Paolo Bonacelli) e, por fim, três passageiros (Kari Väänänen, Tomi Salmela e Sakari Kuosmanen) e um motorista (Matti Pellonpää) compartilham histórias de vida absurdamente trágicas.
“Embora o filme seja composto de cinco histórias diferentes, enraizadas alternadamente nas realidades de Los Angeles, Nova York, Paris, Roma e Helsinque, ‘Uma Noite Sobre a Terra’ parece sempre manter o alienígena distante, como se parte de sua mente permanecesse para sempre fixada no espaço sideral.
Esse é o método consistente e cômico dos filmes do Sr. Jarmusch, de ‘Estranhos no Paraíso’ a ‘Down By Law’, ‘Trem Mistério’ e agora "Uma Noite Sobre a Terra", sua obra mais efervescente”.
A trilha sonora ficou a cargo do Tom Waits.
O que disse a crítica: Ricardo Nascimento Bello e Silva do site Cineplayers avaliou com 4 estrelas, ou seja, ótimo. Disse: “A conclusão que se tira nesse filme exercício de Jarmusch é a sua admiração plena por essas criações que a arte, no caso o cinema, cria. O taxi, o carro, o automóvel serve nada mais nada menos do que para criar um diálogo quase teatral entre personagens, uma história do cotidiano – este pelo qual Jarmusch é apaixonado – e que nasce e morre dia após dia. Afinal, não se trata de uma história como qualquer outra? As nuances, os achados, os maiores pensamentos vem desses lugares, da mesa do bar, do caminhar na rua, das conversas com o taxista, então nada mais justo criar para esse momento, fonte de histórias, de tragédias, comédias, pensamentos e conhecimentos, seu próprio filme”.
Marina Paulista do site Papo de Cinema avaliou com 4,5, ou seja, excelente. Escreveu: “Explorando as pequenas relações entre passageiros e motoristas, nos microcosmos dos táxis, o conjunto de viagens se transforma numa espécie de crônica da condição humana: eis uma porção de estranhos de origens completamente diferentes criando laços que duram apenas o tempo do trajeto, enquanto suas respectivas grandes cidades dormem. Há conversas profundas e banais sobre relacionamentos, sexo, ambição, relações familiares, preconceito, diferenças culturais e assim por diante. Original e divertido, ‘Uma Noite Sobre a Terra’ pode trazer pouco de extraordinário (no sentido literal da palavra) e talvez não seja interessante para todos os tipos de público. Oferece, entretanto, uma experiência riquíssima a quem se dispuser a observar o maior fenômeno da Terra: pessoas sendo, simplesmente, pessoas”.
O que eu achei: Jim Jarmush desde sempre tem mostrado uma capacidade de transformar simples acontecimentos em histórias interessantes que não dependem de grandes artifícios. “Uma Noite Sobre a Terra” (1991) é um ótimo exemplo disso. Ele mostra cinco taxistas em cinco cidades diferentes - Los Angeles, Nova York, Paris, Roma e Helsinque - exercendo seu ofício de transportar pessoas e interagindo com seus clientes. Praticamente tudo se passa dentro dos táxis portanto o diálogo é o grande atrativo desse longa que conta com atores como Winona Ryder, Gena Rowlands, Roberto Benigni e Giancarlo Esposito, dentre outros, todos muito jovens já que o filme foi rodado nos anos 90. As conversas passam por assuntos banais, podendo ir para o humor ou para o drama com muita facilidade. Em entrevista, Jarmush declarou que sua inspiração para fazer o filme veio de suas várias viagens de táxi, observando as conversas que ele mesmo poderia ter com taxistas em qualquer noite dessas por aí, fazendo o motorista ouvir seus problemas, planos e sonhos, assim como muitas vezes ouvimos os deles. Com trilha sonora de Tom Waits, é daqueles filmes leves e despretensiosos que nos entretém enquanto nos mostra lindas paisagens urbanas noturnas, excelente para aqueles dias que só o que a gente quer é relaxar um pouco.