
Comentário: Trata-se do filme número 78 da lista de filmes essenciais elaborada pela Revista Bravo! em 2007. A matéria diz: “’Brazil - O Filme’ é fruto de seu tempo, os anos 1980, quando as produções já faziam muitas reciclagens de outros filmes realizados anteriormente. O diretor norte-americano Terry Gilliam, integrante do extinto grupo Monthy Python (exímio nas paródias de temas consagrados, como a releitura nonsense que fizera sobre a vida de Cristo em ‘A Vida de Brian’, de 1979, ou sobre os romances de cavalaria em ‘Monty Python em Busca do Cálice Sagrado’, de 1975), realiza aqui uma mistura de humor, ficção científica e filme político. As referências estéticas passam por ‘Metrópolis’ (1927), de Fritz Lang, e exibem também elementos vistos anteriormente em ‘Blade Runner - O Caçador de Androides’ (1982), de Ridley Scott, tudo embalado numa fotografia estetizada, cheia de luzes brancas e sombras que criam geometrias na imagem. Mas o que caracteriza o trabalho de Gilliam é mesmo a mistura de realidade e fantasia, algo que está nos delirantes ‘Os 12 Macacos’ (1995) e ‘Medo e Delírio’ (1998), outras obras que combatem a repressão à liberdade individual. Em ‘Brazil - o Filme’, o mundo lembra o do livro de George Orwell, ‘1984’. Não é por menos, inclusive, que o diretor queria que seu longa se chamasse ‘1984 e ½’, que seria uma homenagem, também, a Federico Fellini e seu ‘8 ½’ (1963). Um ‘big brother’ controla as pessoas, que vivem entre edifícios, salas apertadas e máquinas. O visual retrô, meio anos 1950, não é sem motivo: o protagonista, Sam Lowry (Jonathan Pryce), é um burocrata que literalmente sonha em voltar para o passado, mais idílico. Conhece uma terrorista que o faz rebelar-se contra o sistema opressor (como ‘Fahrenheit 451’, de 1966, clássico do francês François Truffaut). Numa apoteose visual rara, com câmera voando pelos enormes espaços, o longa de Gilliam toma partido dos rebeldes, que lutam contra a burocracia inoperante que emperra a sociedade. A opção pela música ‘Aquarela do Brasil’, de Ary Barroso, que pontua todo o filme, gerou controvérsias no Brasil quanto aos critérios de escolha do cineasta. Há quem veja uma referência à burocracia nacional, mas não é um desvario pensar que a célebre canção remeta a um escapismo fantasioso, sonho extático, o que muito diz sobre essa irônica fábula política de Terry Gilliam”.
O que eu achei: Prosseguindo na minha saga de assistir aos 100 filmes essenciais para a história do cinema, lista essa elaborada pela Revista Bravo! em 2017, desta vez assisti “Brazil - O Filme” (1985) de Terry Gilliam. Para quem não sabe, Terry Gilliam foi um dos integrantes do grupo Monthy Python, famoso pelo seu humor irreverente, surreal e satírico, marcado por esquetes bizarras e muita ironia. O filme logo chama a atenção pelo título, afinal o que o enredo teria a ver com nosso país? Mas a resposta é nada. O título, pelo que se conta, surgiu após Gilliam ouvir a música "Aquarela do Brasil" de Ari Barroso. A música era tão alegre, tão solar, que ele achou que seria perfeita para se contrapor ao ambiente que o filme retrata: um futuro distópico, no qual a burocracia tomou conta do Estado e as pessoas vivem sufocadas por seus empregos rotineiros, moradias cheias de tubulações gigantes (para passar os inúmeros fios dos quais dependemos e o esgoto gigante do lixo diário que produzimos) e relações pessoais frias e indiferentes. Com isso a canção de Barroso acabou sendo adotada para ilustrar os devaneios do personagem principal, Sam Lowry (interpretado por Jonathan Pryce), que sonha em voar pelos céus e encontrar a mulher amada. O resultado é excelente. Virou um clássico cult por seu visual deslumbrante com cenários fantásticos e sua crítica social visionária ao totalitarismo e à burocracia. Entretanto, sua natureza não linear, surreal e às vezes confusa pode não agradar a todo mundo. Quem já viu algum filme do Terry Gilliam sabe do que eu estou falando. O longa foi indicado a dois Oscars: Melhor Roteiro Original e Melhor Direção de Arte e conta com a presença de Robert De Niro no elenco.
O que eu achei: Prosseguindo na minha saga de assistir aos 100 filmes essenciais para a história do cinema, lista essa elaborada pela Revista Bravo! em 2017, desta vez assisti “Brazil - O Filme” (1985) de Terry Gilliam. Para quem não sabe, Terry Gilliam foi um dos integrantes do grupo Monthy Python, famoso pelo seu humor irreverente, surreal e satírico, marcado por esquetes bizarras e muita ironia. O filme logo chama a atenção pelo título, afinal o que o enredo teria a ver com nosso país? Mas a resposta é nada. O título, pelo que se conta, surgiu após Gilliam ouvir a música "Aquarela do Brasil" de Ari Barroso. A música era tão alegre, tão solar, que ele achou que seria perfeita para se contrapor ao ambiente que o filme retrata: um futuro distópico, no qual a burocracia tomou conta do Estado e as pessoas vivem sufocadas por seus empregos rotineiros, moradias cheias de tubulações gigantes (para passar os inúmeros fios dos quais dependemos e o esgoto gigante do lixo diário que produzimos) e relações pessoais frias e indiferentes. Com isso a canção de Barroso acabou sendo adotada para ilustrar os devaneios do personagem principal, Sam Lowry (interpretado por Jonathan Pryce), que sonha em voar pelos céus e encontrar a mulher amada. O resultado é excelente. Virou um clássico cult por seu visual deslumbrante com cenários fantásticos e sua crítica social visionária ao totalitarismo e à burocracia. Entretanto, sua natureza não linear, surreal e às vezes confusa pode não agradar a todo mundo. Quem já viu algum filme do Terry Gilliam sabe do que eu estou falando. O longa foi indicado a dois Oscars: Melhor Roteiro Original e Melhor Direção de Arte e conta com a presença de Robert De Niro no elenco.