
Comentário: Park Chan-Wook (1963) é um cineasta sul-coreano considerado um dos nomes mais importantes de cineastas sul-coreanos da sua geração. Assisti dele o ótimo "Três... Extremos" (2004) que era composto por três histórias de terror dirigidas por três diretores diferentes. Vi também o mediano “Decisão de Partir” (2022). Desta vez vou conferir “Oldboy” (2003), um filme que faz parte da sua Trilogia da Vingança, um longa que ganhou status de cult assim que foi lançado.
Roger Lerina do site Matinal nos conta que “Quando estreou há 20 anos, o impactante ‘Oldboy’ (2003) lançou luz sobre a obra do diretor Park Chan-wook e o cinema sul-coreano contemporâneo. Duas décadas depois, o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2004 volta aos cinemas em versão restaurada, mostrando de novo na tela grande a saga violenta e desconcertante de um homem que deseja se vingar de quem o manteve em cativeiro durante 15 anos.
(...) Além da distinção em Cannes concedida pelo júri então presidido pelo cineasta Quentin Tarantino, o longa também foi premiado na época em festivais de Hong Kong, Inglaterra, Itália e no português Fantasporto, entre outros. Na Coreia do Sul, foi o título mais visto no ano de seu lançamento original, em 2003.
Na época do lançamento do filme nos EUA, em 2005, Park disse ao jornal Seattle Times que Tarantino o procurou pessoalmente para conversar sobre o longa: ‘Ele era capaz de descrever cada cena do filme. Ele lembrava de todos os detalhes sobre enquadramento e montagem, que até eu mesmo havia esquecido. Ele estava tão empolgado que parecia estar falando de um filme que nem era meu. Ele me fez querer rever meu filme’.
Protagonizado pelo ator Choi Min-sik, ‘Oldboy’ acompanha o enigmático destino de um homem que foi misteriosamente sequestrado e encarcerado. Logo, o protagonista Oh Dae-Su descobre que sua esposa foi assassinada e ele é o principal suspeito. Quando é finalmente libertado – por razões igualmente desconhecidas – depois de 15 anos preso, o personagem tem cinco dias para descobrir quem foi seu raptor, o que aconteceu de verdade e realizar sua vingança.
Adaptado de um mangá de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi, ‘Olboy’ é uma explosão de ação estilizada e tensão constante, cuja narrativa sinuosa e lacunar intriga e captura a atenção. ‘Obviamente, tudo é exagerado em ‘Olboy’ porque é uma fábula, mas o que realmente me interessa é como as pessoas hoje lidam com a consciência pesada. Meus personagens não são maus, eles são basicamente pessoas boas que se veem incapazes de viver com suas emoções mais sombrias e sofrem uma tragédia como resultado’, explica o cineasta.
Ao lado dos também notáveis ‘Mr. Vingança’ (2002) e ‘Lady Vingança’ (2005), ‘Oldboy’ compõe um tríptico que o diretor chama de sua Trilogia da Vingança”.
No elenco, temos Kang Hye-jeong (Mi-do), Choi Min-sik (Oh Dae-su), Yoo Ji-tae (Lee Woo-jin), Yoon Jin-seo (Lee Soo-ah), Yoo Yeon-seok (Lee Woo-jin), Byeong-ok Kim (Mr. Han), Kim Soo-hyun e Oh Dal-su (Park Cheol-woong).
O que disse a crítica: Érico Borgo do site Omelete avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Disse: “O melhor de tudo [neste filme] é Choi Min-Sik. O ator com cabelos desgrenhados e cara de maluco dá um show. Honesto e corajoso, não tem medo de parecer ridículo. Vai de um extremo emocional ao outro em questão de segundos. Numa determinada cena está com os cabelos e barba longos, preso, insano, e dá um sorriso que é ao mesmo tempo engraçadíssimo e terrivelmente sinistro. (...) Merecem destaque também as sequências de ação. Sem firulas, são extremamente cruas. A melhor delas evoca os jogos com "side scroll" do Nintendo. Nela, Dae Su esmurra vinte capangas com um martelo em um plano-sequência lateral. Bem-humorada e um tanto tosca até, a cena não tem a beleza plástica de um ‘Kill Bill’, mas entra para a história como uma das mais legais já realizadas”.
Vinicius Costa do site Coletivo Crítico avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Escreveu: “Vinte anos após seu lançamento, o filme sul-coreano ‘Oldboy’, dirigido por Park Chan-Wook (...) retorna aos cinemas em versão restaurada e remasterizada. Sempre comentamos que, para chegar ao status de clássico, uma obra precisa passar pelo crivo do tempo. Isso não quer dizer que apenas os mais antigos possam receber essa alcunha, todavia, é preciso um ‘descanso’, talvez um olhar já mais distanciado para, então, estabelecer ou não sua grandeza. Nesse caso, ‘Oldboy’ é um clássico do século XXI. Revisitar a obra-prima de Park é a reafirmação de sua capacidade como cineasta e a coesão estilística de sua filmografia”.
O que eu achei: Foi uma grata surpresa assistir "Old Boy" do diretor sul-coreano Park Chan-Wook. Recém-restaurado em 4K o filme é considerado um clássico. Teve até uma refilmagem feita pelo Spike Lee em 2013, mas ela é simplesmente um desastre. Apesar da competência do diretor o longa resultou 'um dos mais malsucedidos remakes de Hollywood'. "Old Boy", o original, é de 2003. Trata-se da adaptação de um mangá de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi que conta a história de um homem chamado Dae-Su que, por vingança, é raptado e colocado em cativeiro por 15 anos sem saber o porquê. Enquanto ele está preso, sua esposa morre e suas impressões digitais são colhidas para atribuir a ele a culpa pelo assassinato. Sua filha fica ao Deus dará, sem pai e sem mãe, achando que foi seu próprio pai que a matou. Ocorre que um belo dia, ele é libertado. Sem nenhum tipo de explicação ele terá que descobrir da pior maneira quem foi que fez aquilo com ele e por quê. O filme começa mal, com uma série de sequências sem explicação, que vai dando a entender que será um filme tão confuso quanto "Decisão de Partir" (2022) do mesmo diretor, só que não. Felizmente lá pela metade ele sofre uma reviravolta na qual todas as peças se encaixam e, assim como Dae-Su, nós espectadores vamos tomando ciência do que de fato ocorreu, demonstrando porque o filme resistiu ao teste do tempo e é tão cultuado. Há cenas de luta e violência que os mais sensíveis deverão evitar, mas tudo compensa pela excelente fotografia, pela atuação tremenda e completa do ator Choi Min-sik e pela história em si, cujo final supera em muito o próprio mangá de origem. Visceral define.
Roger Lerina do site Matinal nos conta que “Quando estreou há 20 anos, o impactante ‘Oldboy’ (2003) lançou luz sobre a obra do diretor Park Chan-wook e o cinema sul-coreano contemporâneo. Duas décadas depois, o vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Cannes de 2004 volta aos cinemas em versão restaurada, mostrando de novo na tela grande a saga violenta e desconcertante de um homem que deseja se vingar de quem o manteve em cativeiro durante 15 anos.
(...) Além da distinção em Cannes concedida pelo júri então presidido pelo cineasta Quentin Tarantino, o longa também foi premiado na época em festivais de Hong Kong, Inglaterra, Itália e no português Fantasporto, entre outros. Na Coreia do Sul, foi o título mais visto no ano de seu lançamento original, em 2003.
Na época do lançamento do filme nos EUA, em 2005, Park disse ao jornal Seattle Times que Tarantino o procurou pessoalmente para conversar sobre o longa: ‘Ele era capaz de descrever cada cena do filme. Ele lembrava de todos os detalhes sobre enquadramento e montagem, que até eu mesmo havia esquecido. Ele estava tão empolgado que parecia estar falando de um filme que nem era meu. Ele me fez querer rever meu filme’.
Protagonizado pelo ator Choi Min-sik, ‘Oldboy’ acompanha o enigmático destino de um homem que foi misteriosamente sequestrado e encarcerado. Logo, o protagonista Oh Dae-Su descobre que sua esposa foi assassinada e ele é o principal suspeito. Quando é finalmente libertado – por razões igualmente desconhecidas – depois de 15 anos preso, o personagem tem cinco dias para descobrir quem foi seu raptor, o que aconteceu de verdade e realizar sua vingança.
Adaptado de um mangá de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi, ‘Olboy’ é uma explosão de ação estilizada e tensão constante, cuja narrativa sinuosa e lacunar intriga e captura a atenção. ‘Obviamente, tudo é exagerado em ‘Olboy’ porque é uma fábula, mas o que realmente me interessa é como as pessoas hoje lidam com a consciência pesada. Meus personagens não são maus, eles são basicamente pessoas boas que se veem incapazes de viver com suas emoções mais sombrias e sofrem uma tragédia como resultado’, explica o cineasta.
Ao lado dos também notáveis ‘Mr. Vingança’ (2002) e ‘Lady Vingança’ (2005), ‘Oldboy’ compõe um tríptico que o diretor chama de sua Trilogia da Vingança”.
No elenco, temos Kang Hye-jeong (Mi-do), Choi Min-sik (Oh Dae-su), Yoo Ji-tae (Lee Woo-jin), Yoon Jin-seo (Lee Soo-ah), Yoo Yeon-seok (Lee Woo-jin), Byeong-ok Kim (Mr. Han), Kim Soo-hyun e Oh Dal-su (Park Cheol-woong).
O que disse a crítica: Érico Borgo do site Omelete avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Disse: “O melhor de tudo [neste filme] é Choi Min-Sik. O ator com cabelos desgrenhados e cara de maluco dá um show. Honesto e corajoso, não tem medo de parecer ridículo. Vai de um extremo emocional ao outro em questão de segundos. Numa determinada cena está com os cabelos e barba longos, preso, insano, e dá um sorriso que é ao mesmo tempo engraçadíssimo e terrivelmente sinistro. (...) Merecem destaque também as sequências de ação. Sem firulas, são extremamente cruas. A melhor delas evoca os jogos com "side scroll" do Nintendo. Nela, Dae Su esmurra vinte capangas com um martelo em um plano-sequência lateral. Bem-humorada e um tanto tosca até, a cena não tem a beleza plástica de um ‘Kill Bill’, mas entra para a história como uma das mais legais já realizadas”.
Vinicius Costa do site Coletivo Crítico avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Escreveu: “Vinte anos após seu lançamento, o filme sul-coreano ‘Oldboy’, dirigido por Park Chan-Wook (...) retorna aos cinemas em versão restaurada e remasterizada. Sempre comentamos que, para chegar ao status de clássico, uma obra precisa passar pelo crivo do tempo. Isso não quer dizer que apenas os mais antigos possam receber essa alcunha, todavia, é preciso um ‘descanso’, talvez um olhar já mais distanciado para, então, estabelecer ou não sua grandeza. Nesse caso, ‘Oldboy’ é um clássico do século XXI. Revisitar a obra-prima de Park é a reafirmação de sua capacidade como cineasta e a coesão estilística de sua filmografia”.
O que eu achei: Foi uma grata surpresa assistir "Old Boy" do diretor sul-coreano Park Chan-Wook. Recém-restaurado em 4K o filme é considerado um clássico. Teve até uma refilmagem feita pelo Spike Lee em 2013, mas ela é simplesmente um desastre. Apesar da competência do diretor o longa resultou 'um dos mais malsucedidos remakes de Hollywood'. "Old Boy", o original, é de 2003. Trata-se da adaptação de um mangá de Garon Tsuchiya e Nobuaki Minegishi que conta a história de um homem chamado Dae-Su que, por vingança, é raptado e colocado em cativeiro por 15 anos sem saber o porquê. Enquanto ele está preso, sua esposa morre e suas impressões digitais são colhidas para atribuir a ele a culpa pelo assassinato. Sua filha fica ao Deus dará, sem pai e sem mãe, achando que foi seu próprio pai que a matou. Ocorre que um belo dia, ele é libertado. Sem nenhum tipo de explicação ele terá que descobrir da pior maneira quem foi que fez aquilo com ele e por quê. O filme começa mal, com uma série de sequências sem explicação, que vai dando a entender que será um filme tão confuso quanto "Decisão de Partir" (2022) do mesmo diretor, só que não. Felizmente lá pela metade ele sofre uma reviravolta na qual todas as peças se encaixam e, assim como Dae-Su, nós espectadores vamos tomando ciência do que de fato ocorreu, demonstrando porque o filme resistiu ao teste do tempo e é tão cultuado. Há cenas de luta e violência que os mais sensíveis deverão evitar, mas tudo compensa pela excelente fotografia, pela atuação tremenda e completa do ator Choi Min-sik e pela história em si, cujo final supera em muito o próprio mangá de origem. Visceral define.