14.6.25

“Um Time Show de Bola” - Juan José Campanella (Espanha/Argentina, 2013)

Sinopse:
Desde garoto Amadeo é aficionado por pebolim, tendo construído seus próprios jogadores. Ao ser desafiado por um arrogante garoto, algo mágico acontece e os bonecos da mesa de jogo ganham vida para ajudar o seu companheiro.
Comentário: Roberto Cunha do site Adoro Cinema nos conta que “O mundo da animação passou por uma grande transformação nos últimos anos. Tanto que hoje, neste espaço dominado durante anos pela Disney, existem muitos estúdios e profissionais disputando ‘a traço’, risos e emoção, um lugar no coração das famílias. O cineasta argentino Juan José Campanella, ganhador do Oscar com ‘O Segredo dos Seus Olhos’, é mais um que se aventurou neste universo diferente. E foi bom ver que ele não levou ‘uma por baixo das pernas’ com ‘Um Time Show de Bola’. Pelo contrário, fez até gol, apresentando uma gostosa aventura, contada por um pai (ligadão no tradicional jogo de totó/pebolim) para o filho, viciado em jogos eletrônicos.
O menino Amadeo vive em um bar, praticando suas incríveis jogadas no totó. Na mesa, ele é imbatível, mas tem um carinha na cidade que é bom de bola (na vida real), desafia ele para um duelo e acaba perdendo. O tempo passa, ele faz fama nos gramados, retorna como dono da cidade e com a ideia de transformar o lugar numa espécie de parque temático. Agora, a única coisa que pode deter esse plano terrível é Amadeo aceitar o novo desafio de enfrentá-lo numa partida de futebol de verdade. É quando algo mágico acontece e os bonecos da mesa de jogo ganham vida para ajudar o seu companheiro de grandes jogadas.
Na primeira sequência do longa (...) o diretor faz uma bela homenagem a Stanley Kubrick e seu ‘2001 - Uma Odisseia no Espaço’. Fazendo uso de seu conhecimento cinematográfico, Campanella proporciona para o espectador movimentos de câmera e enquadramentos interessantes, que fazem você transitar de um bom e velho faroeste para uma aventura quase épica. E a música do premiado parceiro Emilio Kauderer contribuiu bastante para dar esse climão. (...)
Bons e velhos clichês, como o preço do progresso, a união faz a força, saber perder, vaidade, amizade, rivalidade, honestidade e falsos ídolos, são membros da ‘equipe’ da trama. Para os mais exigentes, o roteiro de Campanella tira muitas licenças, como ratos que querem comer bonecos de ferro (...).Destaque para as duplas Beto e Louco (bonecos), e policial e gatuno (humanos da cidade). Tirando sarro de patrocinadores (a marca de jogos ‘Noentendo’ é um deles), da burrice do vilão e dos personagens de uma maneira geral, o humor faz marcação cerrada nos diálogos (...) e nas situações criadas”.
O que disse a crítica: Marcelo Hessel do site Omelete avaliou com 2 estrelas, ou seja, regular. Disse: “Se Amadeo, seu rival e os demais personagens humanos são pobremente desenvolvidos, em parte é porque têm dificuldade de fugir desses papéis que lhes reservaram. (E desenhar personagens com olhos gigantes para forçar na emotividade é um cacoete de animação dos mais baratos.) A grande graça do filme são os jogadores do pebolim, que ganham vida para ajudar Amadeo em sua aventura. Esses, sim, têm personalidade, embora algumas das piadas façam mais sentido para os argentinos do que para os brasileiros, como a do atacante ‘Sansão’ que perde seu grande trunfo, a cabeleira”.
Ritter Fan do site Plano Crítico avaliou com 3,5 estrelas, ou seja, muito bom. Escreveu: “’Um Time Show de Bola’ é uma animação acima da média e muito divertida, que agradará facilmente os pequenos e seus pais, sendo mais uma bola dentro de Campanella em sua carreira cinematográfica”.
O que eu achei: Em termos de técnica de animação 3D não posso dizer que seja a última bolacha do pacote, entretanto a história que o argentino Juan José Campanella cria tendo como tema o futebol é excelente. Crianças e adultos vão se divertir com as piadas e com as expressões dos personagens que imitam com fidelidade os trejeitos, as gírias e os hábitos dos argentinos, especialmente dos jogadores. A história começa com um homem narrando uma história para seu filho pequeno e termina com ele finalizando essa história, o que permite que toda a narrativa fique livre para criar situações mágicas e pouco verossímeis na vida real, mas que para uma animação super funcionam. Quem gostar de futebol vai se divertir. Afinal não é toda hora que aparece uma animação feita por um diretor do naipe de Campanella.