
Comentário: O seriado é uma adaptação do livro “The Handmaid's Tale” (O Conto da Aia) de 1985 da autora canadense Margaret Atwood.
A história se passa em um futuro distópico, onde as taxas de fertilidade caem em todo o mundo por conta da poluição e das doenças sexualmente transmissíveis. Em meio ao caos, o governo totalitário da República de Gilead, uma teonomia cristã, domina o que um dia foi território dos Estados Unidos, em meio a uma guerra civil.
A sociedade é organizada por líderes sedentos por poder ao longo de um regime novo, militarizado, hierárquico e fanático, com novas castas sociais, nas quais as mulheres são brutalmente subjugadas e, por lei, não têm permissão para trabalhar, possuir propriedades, controlar dinheiro ou até mesmo ler. A infertilidade mundial resultou no recrutamento das poucas mulheres fecundas remanescentes em Gilead, chamadas de "aias", de acordo com uma interpretação extremista dos contos bíblicos. Elas são designadas para as casas da elite governante, onde devem se submeter a estupros ritualizados com seus mestres masculinos para engravidar e ter filhos para aqueles homens e suas respectivas esposas inférteis.
Uma dessas aias é a ex-editora de livros June Osborne (Elisabeth Moss), que foi separada de seu marido Luke Bankole (O. T. Fagbenle) e de sua filha Hannah (Jordana Blake) e foi entregue à família do Comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes) para aceitar seu único proposito biológico: procriar, usando o pseudônimo Offred, que seria algo como “do Fred”.
O seriado possui 6 temporadas totalizando 66 episódios e precisa ser assistido na sequência.
A série conquistou inúmeros prêmios, incluindo 15 estatuetas do Emmy, e se consolidou como uma das adaptações mais impactantes da literatura para a TV. A trama arrebatou fãs ao redor do mundo, ao mesmo tempo que levantou discussões profundas sobre autoritarismo, feminismo e direitos humanos.
O que eu achei: O livro “O Conto da Aia” escrito nos anos 80 por Margaret Atwood - contratada como consultora e roteirista da série -, mostra como uma seita religiosa assumiu o poder nos EUA transformando boa parte do país num regime teocrático fascista regulado por uma interpretação distorcida dos ensinamentos da Bíblia. O seriado adapta essa história, com a primeira temporada apresentando como tudo começou e os primeiros personagens, ou seja, vamos descobrir como Gilead se formou e como a personagem June Osborne (interpretada por Elisabeth Moss) foi separada de seu marido e filha para, devido a sua fertilidade, virar propriedade do Estado e ser alocada como aia na casa de um comandante para procriar para ele e para sua esposa infértil. A ideia é bem interessante mas a falta de reviravoltas e de acontecimentos mais contundentes nesse primeiro momento vão gerando um certo desgaste em quem assiste. De qualquer forma segui em frente e, de fato, valeu a pena. Nas temporadas 2 e 3 as coisas começam a acontecer e até a atuação da protagonista vai apresentando uma gradual melhora. A temporada 4 foi a mais emocionante pois explica de forma convincente todas as atitudes da protagonista. A quinta e última temporada, que só foi lançada recentemente, é a que encerra a história procurando dar um fim digno para nossa heroína. O resultado final é bom, especialmente o contexto criado que ao mesmo tempo que é surreal, não é impossível de acontecer, se assemelhando em muito a alguns países cuja religiosidade se mistura com a política e que vivem em guerra. Achar que os EUA ou mesmo o Brasil estão isentos de ficar assim é, no mínimo, ingênuo. O elenco também agrada. Os atores vão ficando cada vez mais à vontade ao longo dos episódios e logo estamos vidrados nas interpretações magistrais de Ann Dowd como Tia Lydia, de Bradley Whitford como o Comandante Lawrence, de Yvonne Strahovski como Serena Joy e de Madeline Brewer como Janine, dentre outros. A trilha sonora, se algumas vezes soa melosa ou grandiosa demais, em muitas outras ela surpreende e encanta. A história me lembrou bastante o filme “Filhos da Esperança” (2006) de Alfonso Cuarón cuja trama também se passa num futuro no qual as mulheres não conseguem mais engravidar, levando a humanidade a discutir seriamente a possibilidade de extinção numa Londres arrasada pela violência e pelas seitas nacionalistas em guerra. Mas dizem que existe um outro filme chamado “A Decadência de uma Espécie” com direção de Volker Schlöndorff, que retrata melhor esse contexto, já que também foi adaptado do livro de Atwood. Você termina de ver pensando se é possível vencer um sistema opressor sem se tornar parte dele. Vale conferir.
A história se passa em um futuro distópico, onde as taxas de fertilidade caem em todo o mundo por conta da poluição e das doenças sexualmente transmissíveis. Em meio ao caos, o governo totalitário da República de Gilead, uma teonomia cristã, domina o que um dia foi território dos Estados Unidos, em meio a uma guerra civil.
A sociedade é organizada por líderes sedentos por poder ao longo de um regime novo, militarizado, hierárquico e fanático, com novas castas sociais, nas quais as mulheres são brutalmente subjugadas e, por lei, não têm permissão para trabalhar, possuir propriedades, controlar dinheiro ou até mesmo ler. A infertilidade mundial resultou no recrutamento das poucas mulheres fecundas remanescentes em Gilead, chamadas de "aias", de acordo com uma interpretação extremista dos contos bíblicos. Elas são designadas para as casas da elite governante, onde devem se submeter a estupros ritualizados com seus mestres masculinos para engravidar e ter filhos para aqueles homens e suas respectivas esposas inférteis.
Uma dessas aias é a ex-editora de livros June Osborne (Elisabeth Moss), que foi separada de seu marido Luke Bankole (O. T. Fagbenle) e de sua filha Hannah (Jordana Blake) e foi entregue à família do Comandante Fred Waterford (Joseph Fiennes) para aceitar seu único proposito biológico: procriar, usando o pseudônimo Offred, que seria algo como “do Fred”.
O seriado possui 6 temporadas totalizando 66 episódios e precisa ser assistido na sequência.
A série conquistou inúmeros prêmios, incluindo 15 estatuetas do Emmy, e se consolidou como uma das adaptações mais impactantes da literatura para a TV. A trama arrebatou fãs ao redor do mundo, ao mesmo tempo que levantou discussões profundas sobre autoritarismo, feminismo e direitos humanos.
O que eu achei: O livro “O Conto da Aia” escrito nos anos 80 por Margaret Atwood - contratada como consultora e roteirista da série -, mostra como uma seita religiosa assumiu o poder nos EUA transformando boa parte do país num regime teocrático fascista regulado por uma interpretação distorcida dos ensinamentos da Bíblia. O seriado adapta essa história, com a primeira temporada apresentando como tudo começou e os primeiros personagens, ou seja, vamos descobrir como Gilead se formou e como a personagem June Osborne (interpretada por Elisabeth Moss) foi separada de seu marido e filha para, devido a sua fertilidade, virar propriedade do Estado e ser alocada como aia na casa de um comandante para procriar para ele e para sua esposa infértil. A ideia é bem interessante mas a falta de reviravoltas e de acontecimentos mais contundentes nesse primeiro momento vão gerando um certo desgaste em quem assiste. De qualquer forma segui em frente e, de fato, valeu a pena. Nas temporadas 2 e 3 as coisas começam a acontecer e até a atuação da protagonista vai apresentando uma gradual melhora. A temporada 4 foi a mais emocionante pois explica de forma convincente todas as atitudes da protagonista. A quinta e última temporada, que só foi lançada recentemente, é a que encerra a história procurando dar um fim digno para nossa heroína. O resultado final é bom, especialmente o contexto criado que ao mesmo tempo que é surreal, não é impossível de acontecer, se assemelhando em muito a alguns países cuja religiosidade se mistura com a política e que vivem em guerra. Achar que os EUA ou mesmo o Brasil estão isentos de ficar assim é, no mínimo, ingênuo. O elenco também agrada. Os atores vão ficando cada vez mais à vontade ao longo dos episódios e logo estamos vidrados nas interpretações magistrais de Ann Dowd como Tia Lydia, de Bradley Whitford como o Comandante Lawrence, de Yvonne Strahovski como Serena Joy e de Madeline Brewer como Janine, dentre outros. A trilha sonora, se algumas vezes soa melosa ou grandiosa demais, em muitas outras ela surpreende e encanta. A história me lembrou bastante o filme “Filhos da Esperança” (2006) de Alfonso Cuarón cuja trama também se passa num futuro no qual as mulheres não conseguem mais engravidar, levando a humanidade a discutir seriamente a possibilidade de extinção numa Londres arrasada pela violência e pelas seitas nacionalistas em guerra. Mas dizem que existe um outro filme chamado “A Decadência de uma Espécie” com direção de Volker Schlöndorff, que retrata melhor esse contexto, já que também foi adaptado do livro de Atwood. Você termina de ver pensando se é possível vencer um sistema opressor sem se tornar parte dele. Vale conferir.