
Comentário: Bong Joon-ho (1969) é um cineasta, roteirista e produtor sul-coreano. Conhecido por sua sagacidade cortante e socialmente incisiva, ele tem continuamente levantado questões sobre as instituições sociais e desigualdades com sua mistura única de humor, emoção e suspense. Já assisti dele os excelentes "O Hospedeiro" (2006), "Mother - Em Busca da Verdade" (2009) e o premiadíssimo "Parasita" (2019), além do bom “Expresso do Amanhã” (2013).
Este seu novo longa é inspirado no livro “Mickey7”, publicado em 2022, do autor norte-americano Edward Ashton. Em 2021, antes mesmo de publicar a obra, Ashton compartilhou a ideia com Joon-ho que abraçou o tema e começou a escrever o roteiro.
Giulia Cardoso da Revista Rolling Stone nos conta tratar-se de “de uma ficção cientifica que gira em torno de Mickey (Robert Pattinson), um homem mediano e deveras conformado. Após criar uma dívida enorme com um agiota cruel do planeta no qual vive, ele e seu amigo Timo (Steven Yeun) resolvem embarcar em uma viagem de colonização comandada por Kenneth Marshall (Mark Ruffalo), político de caráter duvidoso e eleitores fanáticos.
Por não ser o homem mais talentoso que existe, o personagem vira um prescindível [ou seja, um descartável] - uma pessoa que serve para testes, missões arriscadas e que morre em prol do sucesso da habitação de novos planetas”.
Apesar do filme ser uma adaptação do livro, no filme Jooh-ho faz algumas alterações, ampliando o número de clones de Mickey de 7 para 17, com Robert Pattinson entregando diversos “Mickeys” diferentes, onde modula a própria voz e corpo, trazendo uma “alma” especialmente criada para as versões 17 e 18 que são as protagonistas do longa.
O que disse a crítica: Luiz Santiago do site Plano Crítico avaliou com 1,5 estrelas , ou seja, muito ruim. Chamou o filme de chatice interminável e escreveu: “’Mickey 17’ tenta condensar uma ampla realidade social numa ficção que deveria, em teoria, divertir e suscitar reflexões profundas. Contudo, ao se deparar com uma estrutura desprovida de cadência e coesão, termina numa construção estética e ideológica fragmentada, repleta de contradições e insuficiências, onde praticamente só o elenco, os figurinos e o desenho de produção para os bichos do novo planeta se destacam”.
Thiago Nolla do site Cine Pop avaliou com 4 estrelas, ou seja, ótimo. Disse: “‘Mickey 17’ é mais um acerto de Bong Joon-ho e traz as melhores características criativas do cineasta à tona, além de contar com um time de performers comandado pelo carisma e pelo charme de Robert Pattinson. Apesar das sólidas chances de dividir os espectadores, é inegável o valor artístico do longa-metragem e o espectro absurdista de que ele se vale para entregar o que promete – e até mais”.
O que eu achei: Sempre que assisto um filme do Bong Joon-ho vejo com alguma expectativa, muito por conta do excelente "Parasita" (2019), mas também por causa dos ótimos "O Hospedeiro" (2006) e "Mother - Em Busca da Verdade" (2009). Então foi com muita curiosidade que apertei o play para ver esse longa de ficção científica que mostra a vida do descartável Mickey, um jovem que já tentou algumas coisas na vida, elas não deram certo, então ele resolveu se inscrever num programa do governo para habitar novos planetas numa função de cobaia: aquele que vai na frente testar os efeitos da atmosfera para o humano e verificar se, de fato, o planeta é habitável. Sempre que ele morre, ele é simplesmente recriado. O que ocorre é que quando ele já está na sua 17ª versão, presumindo que ele morreu, o governo naturalmente imprime o Mickey 18, porém ao voltar para a Terra é que Mickey 17 percebe isso. Logo, um deles precisa morrer, pois múltiplos foram proibidos desde que um cidadão os usou para cometer crimes. A premissa é bastante interessante, tinha tudo para ser um bom filme, mas o resultado é um filme diluído, direto e apressado, com um final que deixa a impressão de que a trama poderia ter sido mais elaborada. No elenco, além do Robert Pattinson que literalmente se desdobra em dois, temos no papel de Kenneth Marshall, o ator Mark Ruffalo, numa engraçada e crítica mescla de Elon Musk com Donald Trump, e sua esposa Ylfa (Toni Colette). Porém, apesar da crítica social, a caracterização deles é tão exagerada que meio que passa do ponto. O potencial do filme está lá, mas ora as cenas de humor não funcionam, ora o corte é equivocado, ora carece de timing. O filme não é ruim, ele até entretém, mas não finaliza como algo realmente impactante. Dá pra ver, só não espere nada tão legal quanto a maioria dos longas anteriores do diretor.
Este seu novo longa é inspirado no livro “Mickey7”, publicado em 2022, do autor norte-americano Edward Ashton. Em 2021, antes mesmo de publicar a obra, Ashton compartilhou a ideia com Joon-ho que abraçou o tema e começou a escrever o roteiro.
Giulia Cardoso da Revista Rolling Stone nos conta tratar-se de “de uma ficção cientifica que gira em torno de Mickey (Robert Pattinson), um homem mediano e deveras conformado. Após criar uma dívida enorme com um agiota cruel do planeta no qual vive, ele e seu amigo Timo (Steven Yeun) resolvem embarcar em uma viagem de colonização comandada por Kenneth Marshall (Mark Ruffalo), político de caráter duvidoso e eleitores fanáticos.
Por não ser o homem mais talentoso que existe, o personagem vira um prescindível [ou seja, um descartável] - uma pessoa que serve para testes, missões arriscadas e que morre em prol do sucesso da habitação de novos planetas”.
Apesar do filme ser uma adaptação do livro, no filme Jooh-ho faz algumas alterações, ampliando o número de clones de Mickey de 7 para 17, com Robert Pattinson entregando diversos “Mickeys” diferentes, onde modula a própria voz e corpo, trazendo uma “alma” especialmente criada para as versões 17 e 18 que são as protagonistas do longa.
O que disse a crítica: Luiz Santiago do site Plano Crítico avaliou com 1,5 estrelas , ou seja, muito ruim. Chamou o filme de chatice interminável e escreveu: “’Mickey 17’ tenta condensar uma ampla realidade social numa ficção que deveria, em teoria, divertir e suscitar reflexões profundas. Contudo, ao se deparar com uma estrutura desprovida de cadência e coesão, termina numa construção estética e ideológica fragmentada, repleta de contradições e insuficiências, onde praticamente só o elenco, os figurinos e o desenho de produção para os bichos do novo planeta se destacam”.
Thiago Nolla do site Cine Pop avaliou com 4 estrelas, ou seja, ótimo. Disse: “‘Mickey 17’ é mais um acerto de Bong Joon-ho e traz as melhores características criativas do cineasta à tona, além de contar com um time de performers comandado pelo carisma e pelo charme de Robert Pattinson. Apesar das sólidas chances de dividir os espectadores, é inegável o valor artístico do longa-metragem e o espectro absurdista de que ele se vale para entregar o que promete – e até mais”.
O que eu achei: Sempre que assisto um filme do Bong Joon-ho vejo com alguma expectativa, muito por conta do excelente "Parasita" (2019), mas também por causa dos ótimos "O Hospedeiro" (2006) e "Mother - Em Busca da Verdade" (2009). Então foi com muita curiosidade que apertei o play para ver esse longa de ficção científica que mostra a vida do descartável Mickey, um jovem que já tentou algumas coisas na vida, elas não deram certo, então ele resolveu se inscrever num programa do governo para habitar novos planetas numa função de cobaia: aquele que vai na frente testar os efeitos da atmosfera para o humano e verificar se, de fato, o planeta é habitável. Sempre que ele morre, ele é simplesmente recriado. O que ocorre é que quando ele já está na sua 17ª versão, presumindo que ele morreu, o governo naturalmente imprime o Mickey 18, porém ao voltar para a Terra é que Mickey 17 percebe isso. Logo, um deles precisa morrer, pois múltiplos foram proibidos desde que um cidadão os usou para cometer crimes. A premissa é bastante interessante, tinha tudo para ser um bom filme, mas o resultado é um filme diluído, direto e apressado, com um final que deixa a impressão de que a trama poderia ter sido mais elaborada. No elenco, além do Robert Pattinson que literalmente se desdobra em dois, temos no papel de Kenneth Marshall, o ator Mark Ruffalo, numa engraçada e crítica mescla de Elon Musk com Donald Trump, e sua esposa Ylfa (Toni Colette). Porém, apesar da crítica social, a caracterização deles é tão exagerada que meio que passa do ponto. O potencial do filme está lá, mas ora as cenas de humor não funcionam, ora o corte é equivocado, ora carece de timing. O filme não é ruim, ele até entretém, mas não finaliza como algo realmente impactante. Dá pra ver, só não espere nada tão legal quanto a maioria dos longas anteriores do diretor.