
Comentário: Leonard Nimoy (1931-2015) foi um ator norte-americano que ficou muito famoso por fazer o icônico papel de Spock no seriado “Jornada nas Estrelas” (Star Trek) que foi ao ar de 1966 a 1969 e nos filmes derivados dessa série. Porém sua vida profissional não se resume a isso. Ele também atuou na série clássica “Missão Impossível”, além de aparecer em episódios de “Agente 86” e “Bonanza” e, após sua aposentadoria, dedicou-se a diversos projetos artísticos explorando a poesia, a escrita, a pintura e a fotografia. O que eu não esperava era vê-lo creditado como diretor deste terceiro longa derivado da série “Jornada nas Estrelas”, denominado “Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock”.
Vale lembrar que o primeiro filme derivado da série – “Jornada nas Estrelas: o Filme” (1979) - não foi muito bem recebido pelos fãs pois ele conta com ótimos efeitos especiais mas deixa de lado a interação dos três protagonistas e seus debates. Leonard Nimoy que interpretou Spock também saiu descontente com o filme e assim que começaram a planejar o segundo longa se manifestou dizendo que não gostaria de continuar atuando. Com isso, no segundo longa - “Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) - ele morre. Então foi uma grande surpresa ver que no terceiro longa ele não só volta a atuar como também assume a direção. Ao que tudo indica, Nicholas Meyer, o diretor do segundo longa, não quis retornar por ter discordado das alterações realizadas no encerramento do seu filme sem seu consentimento, com isso Nimoy tomou a dianteira, apesar dele só ter dirigido na vida uns poucos episódios da série.
Além do desafio de dirigir pela primeira vez um longa, Nimoy teve que se virar com o baixíssimo orçamento disponibilizado pelo estúdio para a produção. Com isso optaram por contar com mais efeitos práticos, sobretudo nas cenas que se passavam nos novos planetas, elaborados de modo mais semelhantes aos utilizados na série clássica, o que além de econômico agradaria ao saudosismo dos fãs mais antigos.
Para acompanhar essa nova aventura da saga, vale lembrar que no longa anterior, o comandante James T. Kirk (William Shatner) derrotou o vilão Khan (Ricardo Montalban) e o projeto Gênesis, criado para gerar vida em ambientes inóspitos, mostrou ser um sucesso. Entretanto ele terminou com um sabor amargo pois Spock (Leonard Nimoy) morreu. Seu corpo foi colocado em uma cápsula que foi parar nesse novo planeta criado por Gênesis. Então o que ocorre neste terceiro filme é que Sarek (Mark Lenard), pai de Spock, vai procurar Kirk dizendo não entender motivo pelo qual ele mandou o corpo de seu filho para tão longe, lhe negando um futuro. Kirk argumenta que Spock estava morto e, portanto, não havia futuro algum, mas Sarek retruca dizendo que só o corpo de Spock havia morrido mas que o seu Katra (seu espírito) estava vivo e precisava ser encontrado, dando a entender que se eles conseguissem unir novamente o corpo e a alma de Spock ele poderia ser ressuscitado, visto que ele não é um humano, mas sim um vulcano.
No elenco, além dos atores da série original, tem a participação especial de Christopher Lloyd como Kruge, um comandante Klingon, e isso se deu pela admiração que Leonard Nimoy tinha pelos trabalhos do ator.
O que disse a crítica: Thiago Siqueira do Cinema com Rapadura avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Disse: “Como diretor praticamente estreante, Leonard Nimoy comete alguns pecadilhos durante a produção. Note que as telas da ponte Enterprise estão um pouco mais desleixadas, ficando até datadas nos dias de hoje, algo que não acontecia em ‘A Ira de Khan’. Outro problema é que Nimoy parecia ainda um tanto inseguro em determinadas tomadas junto aos atores, algo que transparece principalmente nos monólogos de Shatner e Lloyd, embora tenha acertado em não pontuar esses momentos com uma trilha sonora. (...) Além disso, o cineasta não mostrou muita habilidade nas conduções das cenas de batalha (...) [Entretanto], acerta em cheio no coração dos fãs, que certamente irão se emocionar ao ver a veterana tripulação da Enterprise tão bem caracterizada e entrosada nas telas novamente, saindo do filme com um sorriso nos lábios após ouvirem os acordes da trilha de abertura da Série Clássica que toca no final da história”.
Ritter Fan do site Plano Crítico também avaliou com 3 estrelas. Escreveu: “O roteiro peca em não apresentar um vilão minimamente interessante. O Comandante Kruge, um Klingon que deseja roubar os segredos de Gênesis para usá-los como arma (claro, para que mais um Klingon quereria alguma coisa não é mesmo?), só tem um aspecto interessante: ser vivido por Christopher Lloyd apenas um ano antes de seu Doc Brown em ‘De Volta para o Futuro’. Apesar da pesada maquiagem prostética, o ator é imediatamente reconhecível por sua voz e olhos esbugalhados, em um papel infelizmente muito mal desenvolvido e utilizado, quase completamente genérico”. Ele também achou a direção de Nimoy limitada e irregular, mas competente em oferecer ao espectador mais do que só pancadaria espacial.
O que eu achei: Trata-se do terceiro longa-metragem que foi feito após a série original “Star Trek / Jornada nas Estrelas” (1966-1969) acabar. O primeiro longa foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) com direção de Robert Wise, um filme que os fãs da série não gostaram tanto (eu achei ótimo) mostrando uma nave Enterprise mais moderna e reunindo quase todo o elenco do seriado. Nesse longa o Almirante James T. Kirk (William Shatner) é chamado às pressas devido sua enorme experiência, para regressar à nova e transformada nave Enterprise para interceptar, examinar e, principalmente, deter uma entidade espacial destrutiva que é avistada aproximando-se da Terra. O segundo longa “Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) com direção de Nicholas Meyer, mostra Kirk de volta para um posto administrativo enquanto Spock (Leonard Nimoy) é quem está comandando a nave, com muita gente nova na tripulação. A nave está em uma missão relacionada ao dispositivo Gênesis, uma nova invenção que é capaz de semear um planeta árido com abundante natureza. Com isso, uma nave irmã chamada Reliant, sai em busca de planetas sem vida para fazer um teste com esse dispositivo e encontra um que parece estar morto, porém, ao chegar lá eles encontram o planeta habitado por um fora da lei chamado Khan (Ricardo Montalban), que foi exilado anos atrás por Kirk, então o que ele mais quer é vingança. Esse assunto é resolvido, mas termina com a morte de Spock, uma solução encontrada justamente para tirar Spock do elenco já que o ator Leonard Nimoy não queria mais participar desses longas. Então foi com muita surpresa que surge como diretor de “Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock” (1984) justamente Leonard Nimoy, o ator que havia pedido para sair. Ele não só assumiu a direção como filmou uma criativa história escrita pelo produtor Harve Bennett, na qual o médico da Enterprise dr. McCoy (DeForest Kelley) herdou a essência de Spock antes de sua morte e obviamente Kirk não poupará esforços para atender um pedido do pai de Spock para que a nave localize o corpo dele em Gênesis para que seja possível ressuscitá-lo (sim, é possível, afinal ele é um vulcano). Claro que tudo isso com os aterrorizantes Klingons à espreita, para ter alguma graça. A falta de experiência de Leonard Nimoy em dirigir filmes obviamente pesou, mas a trama é tão interessante que acaba valendo a pena assistir. Atenção para o ator Christopher Lloyd que interpreta o chefe dos Klingons, um ano antes dele ficar famoso atuando na franquia “De Volta Para o Futuro”.
Vale lembrar que o primeiro filme derivado da série – “Jornada nas Estrelas: o Filme” (1979) - não foi muito bem recebido pelos fãs pois ele conta com ótimos efeitos especiais mas deixa de lado a interação dos três protagonistas e seus debates. Leonard Nimoy que interpretou Spock também saiu descontente com o filme e assim que começaram a planejar o segundo longa se manifestou dizendo que não gostaria de continuar atuando. Com isso, no segundo longa - “Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) - ele morre. Então foi uma grande surpresa ver que no terceiro longa ele não só volta a atuar como também assume a direção. Ao que tudo indica, Nicholas Meyer, o diretor do segundo longa, não quis retornar por ter discordado das alterações realizadas no encerramento do seu filme sem seu consentimento, com isso Nimoy tomou a dianteira, apesar dele só ter dirigido na vida uns poucos episódios da série.
Além do desafio de dirigir pela primeira vez um longa, Nimoy teve que se virar com o baixíssimo orçamento disponibilizado pelo estúdio para a produção. Com isso optaram por contar com mais efeitos práticos, sobretudo nas cenas que se passavam nos novos planetas, elaborados de modo mais semelhantes aos utilizados na série clássica, o que além de econômico agradaria ao saudosismo dos fãs mais antigos.
Para acompanhar essa nova aventura da saga, vale lembrar que no longa anterior, o comandante James T. Kirk (William Shatner) derrotou o vilão Khan (Ricardo Montalban) e o projeto Gênesis, criado para gerar vida em ambientes inóspitos, mostrou ser um sucesso. Entretanto ele terminou com um sabor amargo pois Spock (Leonard Nimoy) morreu. Seu corpo foi colocado em uma cápsula que foi parar nesse novo planeta criado por Gênesis. Então o que ocorre neste terceiro filme é que Sarek (Mark Lenard), pai de Spock, vai procurar Kirk dizendo não entender motivo pelo qual ele mandou o corpo de seu filho para tão longe, lhe negando um futuro. Kirk argumenta que Spock estava morto e, portanto, não havia futuro algum, mas Sarek retruca dizendo que só o corpo de Spock havia morrido mas que o seu Katra (seu espírito) estava vivo e precisava ser encontrado, dando a entender que se eles conseguissem unir novamente o corpo e a alma de Spock ele poderia ser ressuscitado, visto que ele não é um humano, mas sim um vulcano.
No elenco, além dos atores da série original, tem a participação especial de Christopher Lloyd como Kruge, um comandante Klingon, e isso se deu pela admiração que Leonard Nimoy tinha pelos trabalhos do ator.
O que disse a crítica: Thiago Siqueira do Cinema com Rapadura avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Disse: “Como diretor praticamente estreante, Leonard Nimoy comete alguns pecadilhos durante a produção. Note que as telas da ponte Enterprise estão um pouco mais desleixadas, ficando até datadas nos dias de hoje, algo que não acontecia em ‘A Ira de Khan’. Outro problema é que Nimoy parecia ainda um tanto inseguro em determinadas tomadas junto aos atores, algo que transparece principalmente nos monólogos de Shatner e Lloyd, embora tenha acertado em não pontuar esses momentos com uma trilha sonora. (...) Além disso, o cineasta não mostrou muita habilidade nas conduções das cenas de batalha (...) [Entretanto], acerta em cheio no coração dos fãs, que certamente irão se emocionar ao ver a veterana tripulação da Enterprise tão bem caracterizada e entrosada nas telas novamente, saindo do filme com um sorriso nos lábios após ouvirem os acordes da trilha de abertura da Série Clássica que toca no final da história”.
Ritter Fan do site Plano Crítico também avaliou com 3 estrelas. Escreveu: “O roteiro peca em não apresentar um vilão minimamente interessante. O Comandante Kruge, um Klingon que deseja roubar os segredos de Gênesis para usá-los como arma (claro, para que mais um Klingon quereria alguma coisa não é mesmo?), só tem um aspecto interessante: ser vivido por Christopher Lloyd apenas um ano antes de seu Doc Brown em ‘De Volta para o Futuro’. Apesar da pesada maquiagem prostética, o ator é imediatamente reconhecível por sua voz e olhos esbugalhados, em um papel infelizmente muito mal desenvolvido e utilizado, quase completamente genérico”. Ele também achou a direção de Nimoy limitada e irregular, mas competente em oferecer ao espectador mais do que só pancadaria espacial.
O que eu achei: Trata-se do terceiro longa-metragem que foi feito após a série original “Star Trek / Jornada nas Estrelas” (1966-1969) acabar. O primeiro longa foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) com direção de Robert Wise, um filme que os fãs da série não gostaram tanto (eu achei ótimo) mostrando uma nave Enterprise mais moderna e reunindo quase todo o elenco do seriado. Nesse longa o Almirante James T. Kirk (William Shatner) é chamado às pressas devido sua enorme experiência, para regressar à nova e transformada nave Enterprise para interceptar, examinar e, principalmente, deter uma entidade espacial destrutiva que é avistada aproximando-se da Terra. O segundo longa “Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) com direção de Nicholas Meyer, mostra Kirk de volta para um posto administrativo enquanto Spock (Leonard Nimoy) é quem está comandando a nave, com muita gente nova na tripulação. A nave está em uma missão relacionada ao dispositivo Gênesis, uma nova invenção que é capaz de semear um planeta árido com abundante natureza. Com isso, uma nave irmã chamada Reliant, sai em busca de planetas sem vida para fazer um teste com esse dispositivo e encontra um que parece estar morto, porém, ao chegar lá eles encontram o planeta habitado por um fora da lei chamado Khan (Ricardo Montalban), que foi exilado anos atrás por Kirk, então o que ele mais quer é vingança. Esse assunto é resolvido, mas termina com a morte de Spock, uma solução encontrada justamente para tirar Spock do elenco já que o ator Leonard Nimoy não queria mais participar desses longas. Então foi com muita surpresa que surge como diretor de “Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock” (1984) justamente Leonard Nimoy, o ator que havia pedido para sair. Ele não só assumiu a direção como filmou uma criativa história escrita pelo produtor Harve Bennett, na qual o médico da Enterprise dr. McCoy (DeForest Kelley) herdou a essência de Spock antes de sua morte e obviamente Kirk não poupará esforços para atender um pedido do pai de Spock para que a nave localize o corpo dele em Gênesis para que seja possível ressuscitá-lo (sim, é possível, afinal ele é um vulcano). Claro que tudo isso com os aterrorizantes Klingons à espreita, para ter alguma graça. A falta de experiência de Leonard Nimoy em dirigir filmes obviamente pesou, mas a trama é tão interessante que acaba valendo a pena assistir. Atenção para o ator Christopher Lloyd que interpreta o chefe dos Klingons, um ano antes dele ficar famoso atuando na franquia “De Volta Para o Futuro”.