
Comentário: Segundo o site Wikipédia, “Akira” é um filme cyberpunk animado japonês de 1988 baseado no mangá de mesmo nome escrito em 1982 por Katsuhiro Otomo, que também foi diretor do filme e roteirista, junto com Izo Hashimoto. Foi a primeira animação japonesa a ser exibida em cinemas brasileiros como um filme mainstream, ou seja, um filme popular consumido por um grande número de pessoas.
Flávia Pedro do site Legião dos Heróis nos conta que o livro “’Akira’ é um grande marco da ficção científica e do cyberpunk oriental, que revolucionou completamente a visão do ocidente para com animes e mangás. Uma obra complexa, que abre espaço para interpretações pessoais e te tira da zona de conforto”.
Segundo ela, o mangá foi “escrito e ilustrado por Katsuhiro Otomo, sendo publicado periodicamente entre os anos de 1982 e 1990 pela Editora Kodansha. A obra rapidamente se tornou umas das principais referências do cyberpunk e foi um grande sucesso, inicialmente nacional”.
Após ser adaptado para filme em formato de anime no ano de 1988, “Akira” ganhou fama em outros países e, como consequência, seu mangá se tornou um grande sucesso mudando completamente o mercado mundial em relação ao consumo de mangás e animes.
Qual é o contexto de “Akira”? No ano de 1988, o Japão passa por um desastre causado por uma explosão misteriosa que devastou todo o país e deu início à Terceira Guerra Mundial. Porém, a história que acompanhamos no filme começa de fato 31 anos depois, em 2019, num futuro distópico. O local é uma cidade reconstruída, agora chamada Neo Tokyo, um local repleto de tecnologia, com inúmeros telões e hologramas nas ruas, porém com uma situação civil caótica envolta em muita pobreza, violência e marginalização das classes mais baixas. Essa é a realidade da cidade onde toda a história acontece. Para completar a situação de desordem, o governo de Neo Tokyo é corrupto e não funciona nem nos setores básicos como escolas e hospitais, que são quase sucateados, o que gerou revolta em parte da população. Essa parcela de civis disposta a enfrentar tamanho descaso se divide entre os ativistas e os terroristas, mas no fim, ambos são contidos pelo exército de forma violenta.
Pedro nos conta que “a importância histórica de ‘Akira’ para as animações japonesas no Ocidente é gigantesca, afinal o filme foi o principal responsável pela divulgação desse tipo de conteúdo por aqui. Um detalhe muito importante é que toda a arte deste filme foi feita à mão, quadro por quadro. Isso mesmo, hoje em dia estamos acostumados a ver grandes produções no mundo dos animes graças ao auxílio da tecnologia, não é? Mas a produção de ‘Akira’ optou por fazer tudo manualmente. Além disso, o filme foi construído com 2/3 à mais de imagens em quadros por segundo do que qualquer outra animação (incluindo muitas dos dias atuais). Dados de produção indicam que também optaram por uma cartela de cor bem mais ampla que o padrão, depositando no filme cerca de 327 cores diferentes onde 50 delas foi criada apenas para essa produção”.
Com relação à adaptação, Pedro nos informa que a obra original – o mangá – possui mais de duas mil páginas. Se já não é uma tarefa fácil adaptar mangás para animes, imagina adaptar uma obra tão extensa e complexa em pouco mais de duas horas. É óbvio que grande parte do desenvolvimento do mangá ficou de fora do filme. Basicamente adaptaram apenas metade do volume 1 somado com alguns detalhes do volume 6, até porque na época nem mesmo o mangá original havia terminado.
“Akira” foi o primeiro filme que o desenhista Katsuhiro Otomo escreveu e dirigiu. Porém, atualmente, sua filmografia conta com mais três filmes: os longas “Roujin Z” (1991) e “Metropolis” (2001), que ele escreveu mas não dirigiu e “Steamboy” (2004) que ele escreveu e dirigiu. Foi anunciado também o longa-metragem “Orbital Era”, que ele escreverá, criará o design e dirigirá. De acordo com Otomo, será uma trama de amadurecimento, protagonizada por um grupo de meninos e ambientada numa estação espacial, sem apego à realidade, numa combinação de fantasia e ficção científica. Também foi divulgado que está em curso a produção de uma série de TV baseada no universo de “Akira”.
O que disse a crítica: Kevin Rick do site Plano Crítico avaliou a animação com 4,5 estrelas, ou seja, excelente. Disse: “’Akira’ é uma obra que utiliza da fúria adolescente para dialogar sobre a revolução tecnológica, a adulteração de poder e a hierarquia quebrada, manuseando uma visão fantasiosa surreal, com um belíssimo cenário cyberpunk, que, assim como tudo no filme, é mais uma simbologia para seu discurso social, criando um legado sensacional de conquista técnica, com uma animação que ainda se sustenta contra a tecnologia posterior, com uma narrativa recheada de temas ocultos que desafiam o espectador (...). Já vi muitas interpretações do final, mas vejo o desfecho dentro dessa vertente otimista do diretor, em uma forma de renascimento dos personagens principais e do próprio universo como um todo”. Ele recomenda veementemente ler o mangá original que ele considera uma obra-prima.
Matheus Fiore do Plano Aberto avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Escreveu: “O que torna ‘Akira’ tão bom, acredito eu, seja a capacidade de desapegar de explicações profundas e se ater justamente ao mais básico, deixando a complexidade ser muito mais visual e instintiva. Kaneda se apaixona por uma personagem porque… sim. Talvez porque ela curiosamente seja visualmente parecida com ele e ele busque a mínima identificação por viver em um lugar com tanta pluralidade. Talvez porque os sentimentos dos personagens sejam totalmente vazios em um ambiente com tantos estímulos vindo de todos os lados e levando a lugar nenhum. O fato é que nem religião, nem política e muito menos amor parecem ser capazes de evitar aquela tragédia, mas pelo menos um pouco de amizade faz com que aqueles jovens consigam encontrar o mínimo amparo quando o fim do mundo chegar”.
O que eu achei: Trata-se de uma animação japonesa das mais influentes da cultura pop. Foi dirigida em 1988 pelo próprio escritor do mangá homônimo, o desenhista Katsuhiro Otomo, que se ateve a manter um ritmo frenético numa história que flerta com o sobrenatural, mas que não se atém a dar grandes explicações sobre os acontecimentos deixando, de fato, a complexidade ser muito mais visual e instintiva. A história toda acontece numa Tokyo devastada pela III Guerra Mundial. Reconstruída, a cidade se chama agora Neo Tokyo. Seu governo é corrupto e pouco preocupado com as necessidades de sua população e esconde um experimento com crianças paranormais que começou há 30 anos. Akira é uma dessas crianças. Ele já faleceu, a única coisa que os cientistas possuem dele são restos congelados de partes do seu corpo, mas sua energia ainda paira no ar. Profecias indicam que ele está prestes a voltar, mas talvez ele nunca tenha ido embora. Agora tudo isso virá à tona pelo fato de mais uma criança paranormal ter sido capturada para o experimento: Tetsuo é a nova vítima. Ao contrário das animações delicadas do Estúdio Ghibli, este não é um anime para crianças pequenas assistirem, mas notei algumas semelhanças entre elas, como a qualidade artística e o detalhismo visual; os temas profundos abordados através de uma narrativa complexa; a presença da história japonesa seja através do folclore e da relação homem x natureza (Ghibli) seja refletindo traumas pós-guerra, a transformação acelerada do Japão nos anos 1980, seu consumismo e a violência urbana ("Akira"); a presença de protagonistas envolvidos em jornadas de autodescoberta ou mesmo a trilha sonora imersiva de ambas. Entretanto, se Ghibli é a poesia da vida, "Akira" é o pesadelo urbano da modernidade, muito mais realista, violento e niilista, indicado mais especificamente para o público adulto. Esqueça o mundo real e se jogue: você vai se sentir literalmente numa viagem cyberpunk de ácido!
Flávia Pedro do site Legião dos Heróis nos conta que o livro “’Akira’ é um grande marco da ficção científica e do cyberpunk oriental, que revolucionou completamente a visão do ocidente para com animes e mangás. Uma obra complexa, que abre espaço para interpretações pessoais e te tira da zona de conforto”.
Segundo ela, o mangá foi “escrito e ilustrado por Katsuhiro Otomo, sendo publicado periodicamente entre os anos de 1982 e 1990 pela Editora Kodansha. A obra rapidamente se tornou umas das principais referências do cyberpunk e foi um grande sucesso, inicialmente nacional”.
Após ser adaptado para filme em formato de anime no ano de 1988, “Akira” ganhou fama em outros países e, como consequência, seu mangá se tornou um grande sucesso mudando completamente o mercado mundial em relação ao consumo de mangás e animes.
Qual é o contexto de “Akira”? No ano de 1988, o Japão passa por um desastre causado por uma explosão misteriosa que devastou todo o país e deu início à Terceira Guerra Mundial. Porém, a história que acompanhamos no filme começa de fato 31 anos depois, em 2019, num futuro distópico. O local é uma cidade reconstruída, agora chamada Neo Tokyo, um local repleto de tecnologia, com inúmeros telões e hologramas nas ruas, porém com uma situação civil caótica envolta em muita pobreza, violência e marginalização das classes mais baixas. Essa é a realidade da cidade onde toda a história acontece. Para completar a situação de desordem, o governo de Neo Tokyo é corrupto e não funciona nem nos setores básicos como escolas e hospitais, que são quase sucateados, o que gerou revolta em parte da população. Essa parcela de civis disposta a enfrentar tamanho descaso se divide entre os ativistas e os terroristas, mas no fim, ambos são contidos pelo exército de forma violenta.
Pedro nos conta que “a importância histórica de ‘Akira’ para as animações japonesas no Ocidente é gigantesca, afinal o filme foi o principal responsável pela divulgação desse tipo de conteúdo por aqui. Um detalhe muito importante é que toda a arte deste filme foi feita à mão, quadro por quadro. Isso mesmo, hoje em dia estamos acostumados a ver grandes produções no mundo dos animes graças ao auxílio da tecnologia, não é? Mas a produção de ‘Akira’ optou por fazer tudo manualmente. Além disso, o filme foi construído com 2/3 à mais de imagens em quadros por segundo do que qualquer outra animação (incluindo muitas dos dias atuais). Dados de produção indicam que também optaram por uma cartela de cor bem mais ampla que o padrão, depositando no filme cerca de 327 cores diferentes onde 50 delas foi criada apenas para essa produção”.
Com relação à adaptação, Pedro nos informa que a obra original – o mangá – possui mais de duas mil páginas. Se já não é uma tarefa fácil adaptar mangás para animes, imagina adaptar uma obra tão extensa e complexa em pouco mais de duas horas. É óbvio que grande parte do desenvolvimento do mangá ficou de fora do filme. Basicamente adaptaram apenas metade do volume 1 somado com alguns detalhes do volume 6, até porque na época nem mesmo o mangá original havia terminado.
“Akira” foi o primeiro filme que o desenhista Katsuhiro Otomo escreveu e dirigiu. Porém, atualmente, sua filmografia conta com mais três filmes: os longas “Roujin Z” (1991) e “Metropolis” (2001), que ele escreveu mas não dirigiu e “Steamboy” (2004) que ele escreveu e dirigiu. Foi anunciado também o longa-metragem “Orbital Era”, que ele escreverá, criará o design e dirigirá. De acordo com Otomo, será uma trama de amadurecimento, protagonizada por um grupo de meninos e ambientada numa estação espacial, sem apego à realidade, numa combinação de fantasia e ficção científica. Também foi divulgado que está em curso a produção de uma série de TV baseada no universo de “Akira”.
O que disse a crítica: Kevin Rick do site Plano Crítico avaliou a animação com 4,5 estrelas, ou seja, excelente. Disse: “’Akira’ é uma obra que utiliza da fúria adolescente para dialogar sobre a revolução tecnológica, a adulteração de poder e a hierarquia quebrada, manuseando uma visão fantasiosa surreal, com um belíssimo cenário cyberpunk, que, assim como tudo no filme, é mais uma simbologia para seu discurso social, criando um legado sensacional de conquista técnica, com uma animação que ainda se sustenta contra a tecnologia posterior, com uma narrativa recheada de temas ocultos que desafiam o espectador (...). Já vi muitas interpretações do final, mas vejo o desfecho dentro dessa vertente otimista do diretor, em uma forma de renascimento dos personagens principais e do próprio universo como um todo”. Ele recomenda veementemente ler o mangá original que ele considera uma obra-prima.
Matheus Fiore do Plano Aberto avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Escreveu: “O que torna ‘Akira’ tão bom, acredito eu, seja a capacidade de desapegar de explicações profundas e se ater justamente ao mais básico, deixando a complexidade ser muito mais visual e instintiva. Kaneda se apaixona por uma personagem porque… sim. Talvez porque ela curiosamente seja visualmente parecida com ele e ele busque a mínima identificação por viver em um lugar com tanta pluralidade. Talvez porque os sentimentos dos personagens sejam totalmente vazios em um ambiente com tantos estímulos vindo de todos os lados e levando a lugar nenhum. O fato é que nem religião, nem política e muito menos amor parecem ser capazes de evitar aquela tragédia, mas pelo menos um pouco de amizade faz com que aqueles jovens consigam encontrar o mínimo amparo quando o fim do mundo chegar”.
O que eu achei: Trata-se de uma animação japonesa das mais influentes da cultura pop. Foi dirigida em 1988 pelo próprio escritor do mangá homônimo, o desenhista Katsuhiro Otomo, que se ateve a manter um ritmo frenético numa história que flerta com o sobrenatural, mas que não se atém a dar grandes explicações sobre os acontecimentos deixando, de fato, a complexidade ser muito mais visual e instintiva. A história toda acontece numa Tokyo devastada pela III Guerra Mundial. Reconstruída, a cidade se chama agora Neo Tokyo. Seu governo é corrupto e pouco preocupado com as necessidades de sua população e esconde um experimento com crianças paranormais que começou há 30 anos. Akira é uma dessas crianças. Ele já faleceu, a única coisa que os cientistas possuem dele são restos congelados de partes do seu corpo, mas sua energia ainda paira no ar. Profecias indicam que ele está prestes a voltar, mas talvez ele nunca tenha ido embora. Agora tudo isso virá à tona pelo fato de mais uma criança paranormal ter sido capturada para o experimento: Tetsuo é a nova vítima. Ao contrário das animações delicadas do Estúdio Ghibli, este não é um anime para crianças pequenas assistirem, mas notei algumas semelhanças entre elas, como a qualidade artística e o detalhismo visual; os temas profundos abordados através de uma narrativa complexa; a presença da história japonesa seja através do folclore e da relação homem x natureza (Ghibli) seja refletindo traumas pós-guerra, a transformação acelerada do Japão nos anos 1980, seu consumismo e a violência urbana ("Akira"); a presença de protagonistas envolvidos em jornadas de autodescoberta ou mesmo a trilha sonora imersiva de ambas. Entretanto, se Ghibli é a poesia da vida, "Akira" é o pesadelo urbano da modernidade, muito mais realista, violento e niilista, indicado mais especificamente para o público adulto. Esqueça o mundo real e se jogue: você vai se sentir literalmente numa viagem cyberpunk de ácido!