
Comentário: Nicholas Meyer (1945) é um cineasta, produtor e roteirista norte-americano. Em sua cinematografia constam filmes como “Um Século em 43 Minutos” (1979), “O Dia Seguinte” (1983, TV), “Volunteers” (1985), “The Deceivers” (1988), “Company Business” (1991) e “Vendetta” (1999). Mas ele ficou especialmente famoso por dirigir dois longas derivados do seriado “Star Trek”: “Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) e “Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida” (1991). Esta é a primeira vez que vejo um filme dele.
“Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan”, é o segundo longa-metragem feito após o término da série de TV “Jornada nas Estrelas” (Star Trek) que foi ao ar de 1966 a 1969. O primeiro foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) que teve direção de Robert Wise.
Na trama, o tempo passou desde o filme de 1979. Kirk aposentou-se para um posto administrativo. Spock é quem está comandando a Enterprise agora, com muita gente nova na tripulação. A nave está em uma missão relacionada ao dispositivo Gênesis, uma nova invenção que é capaz de semear um planeta árido com abundante natureza. Uma nave irmã, a USS Reliant, está em busca de planetas sem vida para fazer um teste com esse dispositivo e encontra um que parece estar morto, mas seus instrumentos captam uma pequena partícula de vida. Os membros da tripulação investigam e encontram o planeta habitado por um fora da lei chamado Khan, que foi exilado para lá anos atrás por Kirk e que desde então anseia por vingança.
Segundo nos conta Daniel Fontana do site Formiga Elétrica, “Depois da estreia criticada [pelos fãs] três anos antes, sai Robert Wise, entra Nicholas Meyer com a tarefa de remodelar a cara da franquia. Enfrentou até o próprio Gene Roddenberry [criador da série original], que via as mudanças como ‘militarização’ de sua ideia, lidando até com a imposição da morte de Spock para que Leonard Nimoy se afastasse da série para sempre, uma surpresa vazada antes da estreia.
Trabalhando junto com os roteiristas, Meyer driblou o spoiler e fez um filme mais dinâmico e com visual bem diferente, é verdade, porém sem ofuscar ou esquecer do lado humano dos personagens principais, deixando ao final um paradoxo filosófico sobre sacrifício, lógica e altruísmo que faz parte da alma da franquia. (...)
O conjunto funcionou tão bem que até Nimoy desistiu de manter Spock morto e voltou atrás antes do fim das filmagens, deixando a porta aberta para sua volta no filme seguinte”.
O longa é considerado o primeiro a possuir uma sequência inteira completamente gerada por computador, que pode ser vista quando o projeto Gênesis dá vida a um ambiente árido. Esse trabalho de computação gráfica ficou a cargo da Computer Graphics, na época divisão da Lucasfilm.
No elenco, além dos atores originais da série, temos a presença do ator mexicano-americano Ricardo Montalban que já havia aparecido na série original, no episódio 22 da primeira temporada - “Semente Espacial” – no qual ele interpretava o vilão Khan Noonien Singh que reaparece neste longa. O episódio mostrava a tripulação da Enterprise encontrando uma nave de transporte chamada SS Botany Bay em estado de hibernação, onde estavam Khan e seus seguidores, humanos geneticamente modificados do século XX. Khan desperta e tenta tomar o controle da Enterprise, levando-o a um confronto com o Capitão Kirk.
Além de Montalban, temos também no elenco a atriz norte-americana Kirstie Alley interpretando a oficial vulcana Saavik. Ela ficou famosa trabalhando na série “Cheers” (1982-1993), além de ter atuado ao lado de John Travolta no filme “Olha quem Está Falando” (1989), que foi um sucesso de bilheteria no mundo todo, gerando duas sequências: “Olha quem Está Falando Também” (1990) e “Olha quem Está Falando Agora” (1993).
O que disse a crítica: Roger Ebert avaliou o filme com o equivalente a 3,75 estrelas, ou seja, muito bom. Disse: “Khan é interpretado como um caldeirão de ressentimento por Ricardo Montalban , e sua atuação é tão forte que ajuda a ilustrar um princípio geral que envolve não apenas ‘Star Trek’, mas ‘Star Wars’ (1977) e todos os seriados épicos, especialmente os filmes de ‘James Bond’: cada filme é tão bom quanto seu vilão. Como os heróis e os truques tendem a se repetir de filme para filme, apenas um grande vilão pode transformar uma boa tentativa em um triunfo. De forma curiosa, Khan captura nossa simpatia, mesmo sendo um homem mau que introduz criaturas repugnantes nos canais auditivos de dois membros da tripulação da Enterprise. Montalban não exagera. Ele interpreta o personagem como um homem de orgulho profundamente ferido, cujo vínculo de ódio com o Almirante Kirk é mais forte até do que o desejo tradicional de seu vilão de dominar o universo”.
Ritter Fan do site Plano Crítico avaliou com 4 estrelas, ou seja ótimo. Escreveu: “’A Ira de Khan’ tinha o DNA do fracasso. Um filme anterior não muito bem recebido, cortes bruscos de orçamento, um quase recomeço de história, um ator-chave (Leonard Nimoy/Spock) hesitante em voltar e uso de personagem (Ricardo Montalban /Khan) conhecido apenas pelos fãs da série cancelada muitos anos antes. O resultado, porém, foi a verdadeira ressuscitação da franquia, sequências memoráveis, um vilão inesquecível e um dos melhores filmes de toda a série. Uma prova definitiva de que menos é mais”.
O que eu achei: O primeiro longa feito após o seriado “Jornada nas Estrelas” (1966-1969) acabar foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) com direção de Robert Wise. Eu, particularmente, gostei demais desse primeiro filme que contava com efeitos especiais impressionantes para a época, além de ter me emocionado ao ver os atores da série original 10 anos mais velhos. Entretanto ele recebeu muitas críticas dos fãs já que, no lugar de ver grandes efeitos especiais, o que eles queriam mesmo era rever seus personagens favoritos e suas tradicionais aventuras, algo que este segundo longa compreendeu e executou mais adequadamente. Com menos efeitos visuais, o segundo longa possui o espírito do seriado original, trazendo de volta a famosa interação entre o trio principal - William Shatner (Kirk), Leonard Nimoy (Spock) e DeForest Kelley (Dr. McCoy) - e as questões humanas e filosóficas que permeavam suas ações, mostrando uma trama que implicará num grande sacrifício por parte do personagem Spock. O vínculo deste longa com a série original é tão explícito que até um vilão de um episódio da série - Khan interpretado por Ricardo Montalban - é trazido de volta. Conta-se que Montalban, assim que se comprometeu com o filme, percebeu que tinha dificuldade em retornar ao personagem Khan pelo fato de ter passado anos interpretando o Sr. Roarke no seriado “Ilha da Fantasia” (1978-1984). Ele declarou que precisou assistir ao episódio gravado em 1967 diversas vezes para recapturar a essência do vilão. Pelo visto deu certo, pois ele está muito bem no papel. Até o final do longa se mostra mais de acordo com o final dos episódios do seriado, mostrando aquela típica narração que fala sobre a missão da nave e sua jornada. Se eu já havia gostado do primeiro, terminei de ver este segundo como se ele fosse o verdadeiro começo da franquia cinematográfica. O primeiro era bom, não se pode negar, mas este se liga ao material da TV com uma fidelidade que o outro não tinha.
“Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan”, é o segundo longa-metragem feito após o término da série de TV “Jornada nas Estrelas” (Star Trek) que foi ao ar de 1966 a 1969. O primeiro foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) que teve direção de Robert Wise.
Na trama, o tempo passou desde o filme de 1979. Kirk aposentou-se para um posto administrativo. Spock é quem está comandando a Enterprise agora, com muita gente nova na tripulação. A nave está em uma missão relacionada ao dispositivo Gênesis, uma nova invenção que é capaz de semear um planeta árido com abundante natureza. Uma nave irmã, a USS Reliant, está em busca de planetas sem vida para fazer um teste com esse dispositivo e encontra um que parece estar morto, mas seus instrumentos captam uma pequena partícula de vida. Os membros da tripulação investigam e encontram o planeta habitado por um fora da lei chamado Khan, que foi exilado para lá anos atrás por Kirk e que desde então anseia por vingança.
Segundo nos conta Daniel Fontana do site Formiga Elétrica, “Depois da estreia criticada [pelos fãs] três anos antes, sai Robert Wise, entra Nicholas Meyer com a tarefa de remodelar a cara da franquia. Enfrentou até o próprio Gene Roddenberry [criador da série original], que via as mudanças como ‘militarização’ de sua ideia, lidando até com a imposição da morte de Spock para que Leonard Nimoy se afastasse da série para sempre, uma surpresa vazada antes da estreia.
Trabalhando junto com os roteiristas, Meyer driblou o spoiler e fez um filme mais dinâmico e com visual bem diferente, é verdade, porém sem ofuscar ou esquecer do lado humano dos personagens principais, deixando ao final um paradoxo filosófico sobre sacrifício, lógica e altruísmo que faz parte da alma da franquia. (...)
O conjunto funcionou tão bem que até Nimoy desistiu de manter Spock morto e voltou atrás antes do fim das filmagens, deixando a porta aberta para sua volta no filme seguinte”.
O longa é considerado o primeiro a possuir uma sequência inteira completamente gerada por computador, que pode ser vista quando o projeto Gênesis dá vida a um ambiente árido. Esse trabalho de computação gráfica ficou a cargo da Computer Graphics, na época divisão da Lucasfilm.
No elenco, além dos atores originais da série, temos a presença do ator mexicano-americano Ricardo Montalban que já havia aparecido na série original, no episódio 22 da primeira temporada - “Semente Espacial” – no qual ele interpretava o vilão Khan Noonien Singh que reaparece neste longa. O episódio mostrava a tripulação da Enterprise encontrando uma nave de transporte chamada SS Botany Bay em estado de hibernação, onde estavam Khan e seus seguidores, humanos geneticamente modificados do século XX. Khan desperta e tenta tomar o controle da Enterprise, levando-o a um confronto com o Capitão Kirk.
Além de Montalban, temos também no elenco a atriz norte-americana Kirstie Alley interpretando a oficial vulcana Saavik. Ela ficou famosa trabalhando na série “Cheers” (1982-1993), além de ter atuado ao lado de John Travolta no filme “Olha quem Está Falando” (1989), que foi um sucesso de bilheteria no mundo todo, gerando duas sequências: “Olha quem Está Falando Também” (1990) e “Olha quem Está Falando Agora” (1993).
O que disse a crítica: Roger Ebert avaliou o filme com o equivalente a 3,75 estrelas, ou seja, muito bom. Disse: “Khan é interpretado como um caldeirão de ressentimento por Ricardo Montalban , e sua atuação é tão forte que ajuda a ilustrar um princípio geral que envolve não apenas ‘Star Trek’, mas ‘Star Wars’ (1977) e todos os seriados épicos, especialmente os filmes de ‘James Bond’: cada filme é tão bom quanto seu vilão. Como os heróis e os truques tendem a se repetir de filme para filme, apenas um grande vilão pode transformar uma boa tentativa em um triunfo. De forma curiosa, Khan captura nossa simpatia, mesmo sendo um homem mau que introduz criaturas repugnantes nos canais auditivos de dois membros da tripulação da Enterprise. Montalban não exagera. Ele interpreta o personagem como um homem de orgulho profundamente ferido, cujo vínculo de ódio com o Almirante Kirk é mais forte até do que o desejo tradicional de seu vilão de dominar o universo”.
Ritter Fan do site Plano Crítico avaliou com 4 estrelas, ou seja ótimo. Escreveu: “’A Ira de Khan’ tinha o DNA do fracasso. Um filme anterior não muito bem recebido, cortes bruscos de orçamento, um quase recomeço de história, um ator-chave (Leonard Nimoy/Spock) hesitante em voltar e uso de personagem (Ricardo Montalban /Khan) conhecido apenas pelos fãs da série cancelada muitos anos antes. O resultado, porém, foi a verdadeira ressuscitação da franquia, sequências memoráveis, um vilão inesquecível e um dos melhores filmes de toda a série. Uma prova definitiva de que menos é mais”.
O que eu achei: O primeiro longa feito após o seriado “Jornada nas Estrelas” (1966-1969) acabar foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) com direção de Robert Wise. Eu, particularmente, gostei demais desse primeiro filme que contava com efeitos especiais impressionantes para a época, além de ter me emocionado ao ver os atores da série original 10 anos mais velhos. Entretanto ele recebeu muitas críticas dos fãs já que, no lugar de ver grandes efeitos especiais, o que eles queriam mesmo era rever seus personagens favoritos e suas tradicionais aventuras, algo que este segundo longa compreendeu e executou mais adequadamente. Com menos efeitos visuais, o segundo longa possui o espírito do seriado original, trazendo de volta a famosa interação entre o trio principal - William Shatner (Kirk), Leonard Nimoy (Spock) e DeForest Kelley (Dr. McCoy) - e as questões humanas e filosóficas que permeavam suas ações, mostrando uma trama que implicará num grande sacrifício por parte do personagem Spock. O vínculo deste longa com a série original é tão explícito que até um vilão de um episódio da série - Khan interpretado por Ricardo Montalban - é trazido de volta. Conta-se que Montalban, assim que se comprometeu com o filme, percebeu que tinha dificuldade em retornar ao personagem Khan pelo fato de ter passado anos interpretando o Sr. Roarke no seriado “Ilha da Fantasia” (1978-1984). Ele declarou que precisou assistir ao episódio gravado em 1967 diversas vezes para recapturar a essência do vilão. Pelo visto deu certo, pois ele está muito bem no papel. Até o final do longa se mostra mais de acordo com o final dos episódios do seriado, mostrando aquela típica narração que fala sobre a missão da nave e sua jornada. Se eu já havia gostado do primeiro, terminei de ver este segundo como se ele fosse o verdadeiro começo da franquia cinematográfica. O primeiro era bom, não se pode negar, mas este se liga ao material da TV com uma fidelidade que o outro não tinha.