
Comentário: Sebastián Borensztein (1963) é um roteirista e diretor de cinema argentino. Assisti dele o ótimo "Um Conto Chinês" (2011) e o bom "A Odisseia dos Tontos" (2019), ambos com o Ricardo Darín. Desta vez vou conferir “Descanse em Paz” (2024) cujo enredo é baseado no livro do escritor Martín Baintrub lançado em 2018 chamado: “Descansar en paz: nunca soñaste con dejar todo y empezar de nuevo?” cuja tradução seria algo como “Descansar em paz: você nunca sonhou em deixar tudo e começar de novo?”.
José Flávio Júnior do site Gazeta do Povo nos conta que “a história filmada por Sebastián Borensztein e coproduzida pelo célebre ator Ricardo Darín, foca o empresário Sergio Dayán (Joaquín Furriel), que vive uma crise financeira daquelas. Não consegue pagar o salário dos funcionários da fábrica que herdou do pai, não honra as mensalidades da escola do casal de filhos, deve para familiares, pegou dinheiro com agiota e recorre a comprimidos calmantes o tempo todo. A esposa não imagina o buraco em que o marido se meteu. E os filhos... Aí é onde o calo realmente aperta. (...)
O filme se passa em 1994, ano em que a Associação Israelita Argentina sofreu um atentado com um carro-bomba. (...) Numa manhã em que pretende se encontrar com o agiota para quitar parte de sua dívida, [o personagem Sergio] Dayán é alvejado pelos destroços da ação terrorista. Ele sobrevive, porém se aproveita da confusão gerada no local para se pirulitar de Buenos Aires e recomeçar a vida clandestinamente no Paraguai”.
Mas o que será que há de história real por trás dessa premissa?
Guilherme Coral do site Observatório do Cinema diz que esse “bombardeio que impulsiona Sergio a fugir espelha um evento da vida real que ocorreu em Buenos Aires em 1994”. Segundo ele, esse bombardeio da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) foi um dos ataques terroristas mais mortais da história argentina. Ele conta que “em 18 de julho de 1994, um terrorista suicida dirigindo uma van carregada de explosivos detonou o veículo do lado de fora do centro comunitário judeu AMIA, localizado em Buenos Aires. A explosão devastadora resultou na perda de 85 vidas e deixou centenas de feridos. O ataque não apenas causou sofrimento humano inimaginável, mas também enviou ondas de choque por toda a Argentina e pela comunidade judaica global”.
E o personagem Sergio Dayán, será que ele realmente existiu?
Coral esclarece que “neste incidente, um indivíduo identificado como vítima 86 [chamado Ramón Irala] supostamente fugiu para o Paraguai após o ataque, evitando ser encontrado por vários anos. Após sua eventual descoberta e prisão, foi revelado que sua esposa havia reivindicado benefícios de seguro de vida durante sua ausência”. Porém “essas conexões não são oficiais e sim especulativas”, então não se pode afirmar que isso realmente tenha acontecido.
O que disse a crítica: Jorge Pereira Rosa do site C7nema, avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Ele elogiou a montagem e a fotografia e disse: “O resultado é um filme que, embora não brilhe, tem a capacidade de nos prender até o seu final e de gerar empatia com todas as figuras presentes em cena, incluindo o personagem do agiota”.
Francisco Carbone do site Cenas de Cinema também avaliou com 3 estrelas. Escreveu: “Como dizem por aí que não temos que exigir de uma produção além do que ela é, o encontro com ‘Descanse em Paz’ é positivo. Joaquín Furriel (de ‘O Filho Protegido’) tem um belo momento, mas o grande nome do filme é Lali Gonzalez. Entrando somente na segunda metade do filme, a moça brilha em um personagem que tinha tudo para ser mais periférico do que é, mas a complexidade que ela apresenta faz de suas cenas as principais, incluindo a última”.
O que eu achei: Como já foi dito exaustivamente na imprensa, ao contrário dos filmes anteriores do diretor - como "Um Conto Chinês" (2011) e "A Odisseia dos Tontos" (2019), por exemplo - dessa vez não há espaço para o humor, o filme não tem nenhum alívio cômico como costuma ser praxe no cinema argentino. O tom aqui é reflexivo, com mais espaço para a angústia e a apreensão do que para amenidades. Não é aquele filme que salta aos olhos, mas é um filme honesto, muito bem executado, com ótimos atores, boa fotografia e uma trama envolvente que vai te fazer querer saber como essa história vai acabar. Aliás, a parte final do filme é bem tensa e emocionante. Só não espere por diversão.
José Flávio Júnior do site Gazeta do Povo nos conta que “a história filmada por Sebastián Borensztein e coproduzida pelo célebre ator Ricardo Darín, foca o empresário Sergio Dayán (Joaquín Furriel), que vive uma crise financeira daquelas. Não consegue pagar o salário dos funcionários da fábrica que herdou do pai, não honra as mensalidades da escola do casal de filhos, deve para familiares, pegou dinheiro com agiota e recorre a comprimidos calmantes o tempo todo. A esposa não imagina o buraco em que o marido se meteu. E os filhos... Aí é onde o calo realmente aperta. (...)
O filme se passa em 1994, ano em que a Associação Israelita Argentina sofreu um atentado com um carro-bomba. (...) Numa manhã em que pretende se encontrar com o agiota para quitar parte de sua dívida, [o personagem Sergio] Dayán é alvejado pelos destroços da ação terrorista. Ele sobrevive, porém se aproveita da confusão gerada no local para se pirulitar de Buenos Aires e recomeçar a vida clandestinamente no Paraguai”.
Mas o que será que há de história real por trás dessa premissa?
Guilherme Coral do site Observatório do Cinema diz que esse “bombardeio que impulsiona Sergio a fugir espelha um evento da vida real que ocorreu em Buenos Aires em 1994”. Segundo ele, esse bombardeio da Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) foi um dos ataques terroristas mais mortais da história argentina. Ele conta que “em 18 de julho de 1994, um terrorista suicida dirigindo uma van carregada de explosivos detonou o veículo do lado de fora do centro comunitário judeu AMIA, localizado em Buenos Aires. A explosão devastadora resultou na perda de 85 vidas e deixou centenas de feridos. O ataque não apenas causou sofrimento humano inimaginável, mas também enviou ondas de choque por toda a Argentina e pela comunidade judaica global”.
E o personagem Sergio Dayán, será que ele realmente existiu?
Coral esclarece que “neste incidente, um indivíduo identificado como vítima 86 [chamado Ramón Irala] supostamente fugiu para o Paraguai após o ataque, evitando ser encontrado por vários anos. Após sua eventual descoberta e prisão, foi revelado que sua esposa havia reivindicado benefícios de seguro de vida durante sua ausência”. Porém “essas conexões não são oficiais e sim especulativas”, então não se pode afirmar que isso realmente tenha acontecido.
O que disse a crítica: Jorge Pereira Rosa do site C7nema, avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Ele elogiou a montagem e a fotografia e disse: “O resultado é um filme que, embora não brilhe, tem a capacidade de nos prender até o seu final e de gerar empatia com todas as figuras presentes em cena, incluindo o personagem do agiota”.
Francisco Carbone do site Cenas de Cinema também avaliou com 3 estrelas. Escreveu: “Como dizem por aí que não temos que exigir de uma produção além do que ela é, o encontro com ‘Descanse em Paz’ é positivo. Joaquín Furriel (de ‘O Filho Protegido’) tem um belo momento, mas o grande nome do filme é Lali Gonzalez. Entrando somente na segunda metade do filme, a moça brilha em um personagem que tinha tudo para ser mais periférico do que é, mas a complexidade que ela apresenta faz de suas cenas as principais, incluindo a última”.
O que eu achei: Como já foi dito exaustivamente na imprensa, ao contrário dos filmes anteriores do diretor - como "Um Conto Chinês" (2011) e "A Odisseia dos Tontos" (2019), por exemplo - dessa vez não há espaço para o humor, o filme não tem nenhum alívio cômico como costuma ser praxe no cinema argentino. O tom aqui é reflexivo, com mais espaço para a angústia e a apreensão do que para amenidades. Não é aquele filme que salta aos olhos, mas é um filme honesto, muito bem executado, com ótimos atores, boa fotografia e uma trama envolvente que vai te fazer querer saber como essa história vai acabar. Aliás, a parte final do filme é bem tensa e emocionante. Só não espere por diversão.