26.8.24

“Expresso do Amanhã” – Bong Joon-ho (Coreia do Sul/República Tcheca, 2013)

Sinopse: Um experimento para impedir o aquecimento global falha e uma nova era do gelo toma conta do planeta Terra. Os únicos sobreviventes estão a bordo de um imenso transporte ferroviário onde os mais pobres vivem em condições terríveis, enquanto a classe rica é repleta de pessoas que se comportam como reis.
Comentário: Bong Joon-ho (1969) é um cineasta, roteirista e produtor sul-coreano. Já assisti dele os excelentes "O Hospedeiro" (2006), "Mother - Em Busca da Verdade" (2009) e o premiadíssimo "Parasita" (2019).
Desta vez vou conferir um filme muito famoso dele chamado “Expresso do Amanhã” (2013) que mostra um futuro distópico, quando um experimento científico realizado para neutralizar o aquecimento global falha e provoca uma era glacial que quase termina com a população mundial. Os únicos sobreviventes são os habitantes do Snowpiercer: um transporte ferroviário extenso que circunda todo o planeta através de uma estrada de ferro. O trem é dividido em duas classes sociais: a parte da frente composta da classe privilegiada e a classe trabalhista e os pobres, localizados na cauda. Estes últimos decidem organizar uma revolução social para tomar o controle da máquina.
Segundo o site Adoro Cinema, o filme foi “baseado na graphic novel francesa ‘Le Transperceneige’ [O Perfuraneve], de Jean-Marc Rochette e Jacques Loeb. Bong Joon-ho a descobriu em 2004 (...) e ficou fascinado com a ideia de pessoas lutando pela sobrevivência em um trem”. 
Trata-se do primeiro filme em inglês do diretor, filmado quase que inteiramente no Barrandov Studios, em Praga, na República Tcheca. 
Além do filme, a graphic novel também gerou uma série – “Expresso do Amanhã” (2020–2024) – que teve 40 episódios divididos em 4 temporadas. No Brasil a Netflix veiculou as três primeiras temporadas, mas ainda não há confirmação de que exibam a última parte.
O que disse a crítica: Pablo Villaça do site Cinema em Cena avaliou com 4 estrelas, ou seja, excelente. Disse: “em ‘Expresso do Amanhã’, seu primeiro trabalho fora de seu país natal, Joon-ho concebe uma alegoria que, além de abordar questões incrivelmente contemporâneas, ainda funciona graças às suas boas sequências de ação e a um visual arrebatador”. Ele elogia o design de produção, os figurinos, a fotografia e a maquiagem, chamando de “fraco” apenas os efeitos digitais.
Ritter Fan do site Plano Crítico avaliou o filme com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Escreveu: “Mantendo um clima neo-noir em uma improvável situação pós-apocalíptica enclausurada em um relativamente pequeno ambiente, o diretor mostra seu controle de câmera, sua habilidade para fazer muito com pouco e sua mais absoluta criatividade em uma película imperdível e que já nasce com o status de cult”. E finaliza dizendo: “’Expresso do Amanhã’ é um filme que provavelmente será lembrado muitos anos no futuro. E merecidamente. Pode ter sofrido na bilheteria por mandos e desmandos de um produtor que acha que sempre sabe o que é melhor para seu público, mas o resultado final é tão magnífico e de cair o queixo que fica difícil imaginar como essa obra de Bong Joon-ho não ganhou naturalmente mais destaque e aclamação mundial”.
O que eu achei: Interessante como a crítica especializada em peso aclamou “O Expresso do Amanhã” (2013) do diretor sul-coreano Bong Joon-ho, o mesmo de "O Hospedeiro" (2006), "Mother - Em Busca da Verdade" (2009) e "Parasita" (2019). Eu apertei o play na certeza de ver um excelente filme - que inclusive virou série - mas confesso que não curti muito. Não sei se é da idade, mas filmes que se passam num futuro distópico eu já vi tantos que acabou ficando com aquele gostinho de dejá-vù, ou seja, aquela sensação de já ter visto algo parecido. O filme em si não é ruim. Se passa 100% dentro de um trem, eventualmente mostrando uma ou outra paisagem do lado de fora. Muito bem filmado, computação gráfica incrível, elenco contando com nomes de peso como Tilda Swinton, Song Kang-ho (o pai da família pobre em “O Parasita”), Ed Harris e John Hurt dentre outros e, na direção, esse excelente diretor. Então, quem estiver disposto a ver mais um filme desse gênero, creio que irá gostar. O único senão fica por conta do excesso de cenas muito escuras em todo decorrer da trama. No mais, pode ser uma boa pedida.