5.12.23

“Gato de Botas 2: O Último Pedido” – Joel Crawford & Januel Mercado (EUA/Japão, 2022)

Sinopse:
 
O Gato de Botas descobre que sua paixão pela aventura cobrou seu preço: ele já gastou oito de suas nove vidas. Ele então parte em uma jornada épica para encontrar o mítico Último Desejo e tentar restaurar suas nove vidas.
Comentário: Trata-se de uma segunda aventura solo do personagem Gato de Botas. O primeiro - denominado simplesmente “Gato de Botas” - havia sido lançado em 2011. Desta vez o Gato vai viver uma jornada épica pela Floresta Negra para encontrar a mítica Estrela dos Desejos e tentar restaurar suas nove vidas perdidas. Ele conta com apenas uma vida restante e terá de pedir ajuda à sua ex-parceira e inimiga, a cativante Kitty Pata Mansa, para continuar vivo.
Dirigida por Joel Crawford, a animação da Dreamworks resgata um humor característico dos filmes do “Shrek”, no qual o Gato era um coadjuvante, trazendo nostalgia aos fãs da franquia. O filme aborda assuntos sérios como luto, adoção e relacionamentos. Nas vozes estão Antonio Banderas, Salma Hayek, Harvey Guillén e Olivia Colman, dentre outros, incluindo o brasileiro Wagner Moura que dá voz ao Lobo Mau que representa a Morte. O filme foi um dos cinco indicados ao Oscar de Melhor Longa de Animação, perdendo para "Pinóquio" de Guillermo del Toro.
O que disse a crítica: Marcelo Müller do site Papo de Cinema achou bom. Escreveu: “Privilegiando os personagens durante os seus trajetos de amadurecimento, ‘Gato de Botas 2: O Último Pedido’ faz mais do que repetir velhas fórmulas desgastadas a fim de capitalizar sobre personagens coloridos/fofos anteriormente apresentados ao espectador. Há substância na conscientização do protagonista sobre as necessidades de assumir responsabilidades, de ser confiável e compreender que é possível tirar coisas boas das várias fases da vida. O surgimento de Kitty (voz original de Salma Hayek) oferece dilemas emocionais ao fora-da-lei narcisista que gradativamente percebe a beleza de dividir problemas e felicidades com amigos e amores. Aliás, a celebração da diversidade familiar (vista no trio/núcleo principal) também está no anseio de pertencimento da Cachinhos Dourados. Nas entrelinhas, o filme defende que família é acolhimento e amor, não algo garantido por vínculos sanguíneos e fenotípicos. Bem elaborada e apresentada por meio de uma textura de animação diferente, a ação enfatiza a vitalidade dessa aventura que emoldura os discursos atrelados aos ensinamentos e afins. O filme começa reivindicando o status de contos de fadas e termina com morais da história conectando personagens dotados de camadas e dimensões. O resultado surpreende pela ambição (e maturidade) diante de temas difíceis (como o medo da morte), sem com isso prejudicar a diversão numa trama com gatos, humanos, ursos, cães e seres fantásticos aprendendo sobre a beleza de fins e recomeços”.
O que eu achei: Trata-se de uma sequência de “Gato de Botas” (2011) mas não necessariamente você precisa ter visto o primeiro para poder acompanhar esta segunda parte. A animação da Dreamworks, como sempre, é muito bem feita, mas estranhei demais as sequências de luta extremamente instáveis ​​​​e estilizadas, como se tivéssemos mudado de um filme tradicional de animação por computador para uma imagem em 2D meio truncada e cheia de pixels aparentes. Mas nada que vá estragar a diversão pois a história é boa e levanta questões interessantes que vão fazer adultos e crianças refletirem.