
Comentário: Trata-se de uma minissérie em 9 episódios com cerca de 10 a 19 minutos cada, que conta com o comediante Rowan Atkinson no papel principal.
Ritter Fan do site Plano Crítico nos conta que "Rowan Atkinson [interpreta] Trevor Bingley, um homem atrapalhado, como não poderia deixar de ser, mas também e talvez principalmente com problemas de controle de temperamento que, depois de divorciado e um tempo desempregado, começa a trabalhar como cuidador de casas em uma moderna mansão 'estilo Minecraft' repleta de caríssimos objetos de arte e automóveis de colecionador, além de uma cadela com alergia à noz, enquanto seus donos estão viajando. Se tudo isso já não fosse o suficiente para preparar o espectador para o tipo de comédia pastelão que Atkinson sempre soube muito bem fazer, eis que uma teimosa e 'imortal' abelha entra na equação para enervar Bingley até muito além de seu ponto de ebulição.
Ritter Fan do site Plano Crítico nos conta que "Rowan Atkinson [interpreta] Trevor Bingley, um homem atrapalhado, como não poderia deixar de ser, mas também e talvez principalmente com problemas de controle de temperamento que, depois de divorciado e um tempo desempregado, começa a trabalhar como cuidador de casas em uma moderna mansão 'estilo Minecraft' repleta de caríssimos objetos de arte e automóveis de colecionador, além de uma cadela com alergia à noz, enquanto seus donos estão viajando. Se tudo isso já não fosse o suficiente para preparar o espectador para o tipo de comédia pastelão que Atkinson sempre soube muito bem fazer, eis que uma teimosa e 'imortal' abelha entra na equação para enervar Bingley até muito além de seu ponto de ebulição.
Essa é, portanto, a prosaica premissa de 'Homem x Abelha: A Batalha', com seu título explicando tudo o que precisamos saber e com Atkinson pegando emprestado – ainda que de longe – a base narrativa de 'Meu Tio', o clássico de Jacques Tati e seu Monsieur Hulot, por sua vez a maior inspiração para o Mr. Bean, talvez sua mais famosa criação.
A casa exageradamente moderna é onipresente como no filme de 1958, mas sua função, aqui, é bem mais simples, sem pretensões satíricas sobre a modernidade em si e sobre a mecanização da sociedade francesa, com a mansão sendo usada, unicamente, como a arena ideal para Bingley soltar toda sua fúria destrutiva contra a solitária abelha de computação gráfica (...) que não desiste de importuná-lo desde o primeiro segundo em que o personagem aparece em tela, com direito até mesmo a algumas cenas que enxergarmos sob seu ponto de vista.
A talvez inesperada estrutura de série com curtíssimos episódios, o que resulta basicamente em um longa-metragem de 108 minutos, é bem-vinda, pois compartimentaliza os esquetes, minimizando a impressão de repetição, mesmo que o espectador decida assistir tudo de uma só vez, o que provavelmente acontecerá quase sempre. O ponto é que a cadência de 'começo, meio e fim' de cada capítulo ou esquete cria aquela gostosa sensação de saciamento todas as nove vezes, estabelecendo um bom ritmo narrativo que atrasa o desgaste da fórmula, segurando a série até seu bem redondo (...) final.
Aliás, falando em final, outro artifício narrativo bem usado é o de enquadramento, com todos os episódios passando-se como se fossem flashbacks a partir da cena inicial em que vemos Trevor Bingley ser condenado por variados crimes de destruição de propriedade que chegam até a ser vistos em breves flashes enquanto a juíza os lista e com o último episódio retornando a esse início para, então, encerrar a história.
Com isso, 'Homem x Abelha: A Batalha' é construído em cima de algo que muita gente reclama em filmes e séries, mas que eu considero como positivo, se bem feito, claro: a previsibilidade. Já de início, o espectador sabe o que acontecerá com a casa e os objetos de valor lá contidos. Além disso, cada momento de humor é telegrafado em detalhes, como por exemplo quando o dono da casa diz que os códigos para ativar e desativar o sistema de alarme são os anos de batalhas famosas que só ele conhece ou quando a dona deixa bem claro que Cupcake, a cadela, tem a tal alergia e que só pode comer a comida especial dela. Tudo é entregue de bandeja e de antemão e, mesmo assim, tudo o que acontece continua sendo muito engraçado graças ao timing cômico de Atkinson e à cuidadosa construção de cada cena que começa a criar aquela aflição no espectador, levando-o a visualizar tudo de antemão e a rir antes mesmo do momento destrutivo ou doloroso acontecer".
O que eu achei: “Homem x Abelha: A Batalha” (2022) assume sem pudor a vocação para o besteirol e é justamente aí que encontra sua força. A premissa é mínima: um homem, uma casa de luxo e uma abelha transformada em inimiga mortal, mas a minissérie sabe explorar esse ponto de partida com inteligência cômica. Os episódios curtos, quase esquetes encadeadas, apostam no exagero físico, na repetição e na escalada do caos, criando um humor simples, direto e surpreendentemente eficaz. Grande parte do riso vem do timing cômico impecável de Rowan Atkinson, que prova mais uma vez ser um mestre da comédia física. Cada olhar, pausa ou movimento corporal é calculado para arrancar gargalhadas, mesmo quando a situação beira o absurdo completo. É um humor que não pretende ser sofisticado nem profundo, mas cumpre com louvor sua proposta: divertir sem culpa. Como besteirol assumido, a série funciona muito bem: leve, boba na medida certa e genuinamente engraçada. Pode reunir a família - crianças, adultos e idosos - e apertar o play que a diversão é garantida.
A casa exageradamente moderna é onipresente como no filme de 1958, mas sua função, aqui, é bem mais simples, sem pretensões satíricas sobre a modernidade em si e sobre a mecanização da sociedade francesa, com a mansão sendo usada, unicamente, como a arena ideal para Bingley soltar toda sua fúria destrutiva contra a solitária abelha de computação gráfica (...) que não desiste de importuná-lo desde o primeiro segundo em que o personagem aparece em tela, com direito até mesmo a algumas cenas que enxergarmos sob seu ponto de vista.
A talvez inesperada estrutura de série com curtíssimos episódios, o que resulta basicamente em um longa-metragem de 108 minutos, é bem-vinda, pois compartimentaliza os esquetes, minimizando a impressão de repetição, mesmo que o espectador decida assistir tudo de uma só vez, o que provavelmente acontecerá quase sempre. O ponto é que a cadência de 'começo, meio e fim' de cada capítulo ou esquete cria aquela gostosa sensação de saciamento todas as nove vezes, estabelecendo um bom ritmo narrativo que atrasa o desgaste da fórmula, segurando a série até seu bem redondo (...) final.
Aliás, falando em final, outro artifício narrativo bem usado é o de enquadramento, com todos os episódios passando-se como se fossem flashbacks a partir da cena inicial em que vemos Trevor Bingley ser condenado por variados crimes de destruição de propriedade que chegam até a ser vistos em breves flashes enquanto a juíza os lista e com o último episódio retornando a esse início para, então, encerrar a história.
Com isso, 'Homem x Abelha: A Batalha' é construído em cima de algo que muita gente reclama em filmes e séries, mas que eu considero como positivo, se bem feito, claro: a previsibilidade. Já de início, o espectador sabe o que acontecerá com a casa e os objetos de valor lá contidos. Além disso, cada momento de humor é telegrafado em detalhes, como por exemplo quando o dono da casa diz que os códigos para ativar e desativar o sistema de alarme são os anos de batalhas famosas que só ele conhece ou quando a dona deixa bem claro que Cupcake, a cadela, tem a tal alergia e que só pode comer a comida especial dela. Tudo é entregue de bandeja e de antemão e, mesmo assim, tudo o que acontece continua sendo muito engraçado graças ao timing cômico de Atkinson e à cuidadosa construção de cada cena que começa a criar aquela aflição no espectador, levando-o a visualizar tudo de antemão e a rir antes mesmo do momento destrutivo ou doloroso acontecer".
O que eu achei: “Homem x Abelha: A Batalha” (2022) assume sem pudor a vocação para o besteirol e é justamente aí que encontra sua força. A premissa é mínima: um homem, uma casa de luxo e uma abelha transformada em inimiga mortal, mas a minissérie sabe explorar esse ponto de partida com inteligência cômica. Os episódios curtos, quase esquetes encadeadas, apostam no exagero físico, na repetição e na escalada do caos, criando um humor simples, direto e surpreendentemente eficaz. Grande parte do riso vem do timing cômico impecável de Rowan Atkinson, que prova mais uma vez ser um mestre da comédia física. Cada olhar, pausa ou movimento corporal é calculado para arrancar gargalhadas, mesmo quando a situação beira o absurdo completo. É um humor que não pretende ser sofisticado nem profundo, mas cumpre com louvor sua proposta: divertir sem culpa. Como besteirol assumido, a série funciona muito bem: leve, boba na medida certa e genuinamente engraçada. Pode reunir a família - crianças, adultos e idosos - e apertar o play que a diversão é garantida.