
Comentário: Nicholas Meyer (1945) é um cineasta, produtor e roteirista norte-americano. Em sua cinematografia constam filmes como “Um Século em 43 Minutos” (1979), “O Dia Seguinte” (1983), “Volunteers” (1985), “The Deceivers” (1988), “Company Business” (1991) e “Vendetta” (1999). Mas ele ficou especialmente famoso por dirigir dois longas derivados do seriado “Star Trek”: o ótimo “Jornada nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) já visto e comentado anteriormente e “Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida” (1991) que vou conferir agora.
Apenas relembrando a sequência, o primeiro longa foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) com direção de Robert Wise, um filme que se passava 10 anos após o fim do seriado mostrando uma nave Enterprise mais moderna, reunindo quase todo o elenco. Na trama, o Almirante James T. Kirk (William Shatner) – que nesse momento ocupa um cargo interno administrativo – é chamado às pressas devido sua enorme experiência, para regressar à nova e transformada nave Enterprise para interceptar, examinar e, principalmente, deter uma entidade espacial destrutiva que é avistada aproximando-se da Terra.
O segundo longa “Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) com direção de Nicholas Meyer, mostra Kirk (William Shatner) de volta para seu posto administrativo, enquanto Spock (Leonard Nimoy) é quem está comandando a nave, com muita gente nova na tripulação. A nave está em uma missão relacionada ao dispositivo Gênesis, uma nova invenção que é capaz de semear um planeta árido com abundante natureza. Com isso, uma nave irmã chamada Reliant, sai em busca de planetas sem vida para fazer um teste com esse dispositivo e encontra um que parece estar morto, porém, ao chegar lá eles encontram o planeta habitado por um fora da lei chamado Khan (Ricardo Montalban), que foi exilado anos atrás por Kirk, então o que ele mais quer é vingança. Esse assunto é resolvido, mas termina com a morte de Spock, uma solução encontrada justamente para tirar Spock do elenco já que o ator Leonard Nimoy não queria mais participar desses longas.
O terceiro longa foi “Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock” (1984) que possui o próprio Leonard Nimoy na direção. Ele havia pedido para sair, se arrepende, e assume não só a direção do filme como volta a atuar, numa trama na qual o médico da Enterprise dr. McCoy (DeForest Kelley) herdou a essência de Spock (Leonard Nimoy) antes de sua morte e obviamente Kirk (William Shatner) não poupará esforços para atender um pedido do pai de Spock para que a nave localize o corpo dele em Gênesis para que seja possível ressuscitá-lo (sim, é possível, afinal ele é um vulcano). Claro que tudo isso com os aterrorizantes Klingons à espreita, para ter alguma graça. No elenco pode-se ver o ator Christopher Lloyd como Kruge, um comandante Klingon.
Com o personagem Spock de volta é que lançam “Jornada nas Estrelas IV – A Volta para Casa” (1986), novamente com direção do Nimoy. No longa anterior a tripulação da Enterprise teve que deixar a nave Enterprise para poder explodi-la tendo a bordo os Klingons. Com isso, eles acabaram assumindo a nave deles – uma Ave de Rapina Klingon – com a qual eles terão que voltar à Terra para enfrentar a corte marcial devido aos diversos crimes cometidos para salvar a vida de Spock. Porém, enquanto eles se dirigem à Terra, uma sonda alienígena surge causando inúmeros problemas na Terra, ameaçando destruí-la. Percebendo que eles tentam se comunicar com uma espécie extinta há cerca de 200 anos – as baleias jubarte -, o grupo viaja no tempo até o século XX com a intenção de transportar um casal dos animais marinhos até o presente deles (século XXIII) e evitar a destruição. Com a ajuda de uma cientista especializada em baleias, a Dra. Gillian Taylor (personagem interpretada por Catherine Hicks) eles obtém a ajuda necessária para que tudo dê certo. Ao final ocorre o julgamento da tripulação no qual todos são perdoados por conta da façanha mirabolante que fizeram para salvar a Terra.
O quinto longa foi “Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira” (1989), dirigido pelo ator William Shatner que interpreta Kirk na série. Na trama vemos o trio Kirk (William Shatner), Spock (Leonard Nimoy) e McCoy (DeForest Kelley) começando a gozar de umas merecidas férias, mas sendo interrompidos quando são avisados que o vulcano Sybok (interpretado por Laurence Luckinbill) pretende sequestrar a nave Enterprise para ir até o centro da galáxia tentar encontrar uma entidade (interpretada por George Murdock) que ele acredita ser Deus. Sybok, que está num planeta chamado Nimbus III, se associou a três personagens de planetas diferentes – um klingon chamado Korrd, um terráqueo e uma romulana – e, com a ajuda desse trio, ele faz Kirk cair numa arapuca apoderando-se da nave. Juntamente com toda a tripulação da Enterprise ele segue rumo à Sha'ka'ree, no centro da galáxia. Num primeiro momento parece que Deus, de fato, habita o local. Porém, ao se materializar para que eles o vejam, sua personalidade maléfica os faz perceber que ele não é o tal Deus a quem Sybok buscava, finalizando com Sybok morto pela entidade. Kirk, Spock e McCoy voltam para a nave, enfrentam um ataque Klingon, mas acabam salvos por Korrd que intercede a favor deles.
Agora, no sexto e último filme denominado “Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida”, a direção voltou a ficar a cargo de Nicholas Meyer, um cineasta que já havia agradado bastante dirigindo o segundo filme da série. O enredo mostra a tripulação da Enterprise, liderada pelo Capitão Kirk, tentando garantir um acordo de paz entre a Federação e o Império Klingon, que estão em um momento crucial após a queda de sua lua, Praxis. Um atentado contra o chanceler klingon Gorkon (interpretado por David Warner) coloca Kirk e McCoy como suspeitos e inicia uma conspiração que ameaça levar os dois mundos de volta à guerra. A tripulação precisa descobrir a verdade por trás do atentado antes que seja tarde demais.
A trama parece um reflexo da vida real na época do lançamento do filme (1991) ecoando a situação da então União Soviética, que em 1989 já havia sofrido o fim da Cortina de Ferro - com a Queda do Muro de Berlim – mas cuja dissolução final ocorreu justamente em 1991.
No elenco além do David Warner, temos a presença de Christopher Plummer como General Chang, o chefe de estado klingon.
O que disse a crítica 1: Daniel Fontana do site Formiga Elétrica gostou muito. Disse: "A resolução do conflito, com um belo arco dramático de Kirk e o último passeio da Enterprise, são alguns dos momentos mais legais de toda essa trajetória histórica".
O que disse a crítica 2: Ritter Fan do site Plano Crítico avaliou com 4,5 estrelas, ou seja, excelente. Escreveu: "'Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida' é a grande e pomposa despedida que a tripulação original da NCC-1701 merecia no cinema (...). Gene Roddenberry [o criador do seriado], tenho certeza, ficou orgulhoso".
O que eu achei: Muito emocionante o último longa feito após o seriado "Star Trek / Jornada nas Estrelas" (1966-1969) encerrar sua trajetória na televisão. O sexto e último filme "A Terra Desconhecida" (1991), dirigido por Nicholas Meyer, acerta em cheio ao dar um desfecho digno e sensível à tripulação clássica da USS Enterprise. O filme combina aventura espacial, intriga política e um tom de despedida que o torna especialmente tocante para os fãs da saga. Dá um aperto no coração ver os personagens com a idade mais avançada, enfrentando uma nova e última missão com o peso da passagem do tempo. Kirk, Spock, McCoy, Uhura, Sulu (que neste longa possui sua própria nave já que foi promovido ao cargo de capitão da USS Excelsior) - e todos os demais companheiros de jornada - exercem seus papéis com a mesma bravura e humor que marcaram décadas de história da ficção científica. Nicholas Meyer, que já havia dirigido o segundo longa "A Ira de Khan" (1982), demonstra novamente seu talento em equilibrar ação e emoção, fazendo deste último filme uma homenagem calorosa à tripulação original. A bela cena final, com os atores assinando seus nomes na tela, é um gesto simples e comovente de despedida, que sintetiza a importância simbólica desses personagens para toda uma geração. Outro momento de sensibilidade é a dedicatória ao criador da série, Gene Roddenberry, que faleceu em outubro de 1991, apenas dois meses antes do lançamento do longa. O tributo reforça o espírito humanista e visionário que sempre sustentou o universo "Star Trek". Com ritmo, emoção e respeito por sua própria mitologia, "Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida" é uma despedida à altura dos heróis que levaram o público “onde nenhum homem jamais esteve”. Um final grandioso e comovente que, com certeza, Roddenberry aprovaria.
Apenas relembrando a sequência, o primeiro longa foi “Jornada nas Estrelas: O Filme” (1979) com direção de Robert Wise, um filme que se passava 10 anos após o fim do seriado mostrando uma nave Enterprise mais moderna, reunindo quase todo o elenco. Na trama, o Almirante James T. Kirk (William Shatner) – que nesse momento ocupa um cargo interno administrativo – é chamado às pressas devido sua enorme experiência, para regressar à nova e transformada nave Enterprise para interceptar, examinar e, principalmente, deter uma entidade espacial destrutiva que é avistada aproximando-se da Terra.
O segundo longa “Jornada Nas Estrelas II: A Ira de Khan” (1982) com direção de Nicholas Meyer, mostra Kirk (William Shatner) de volta para seu posto administrativo, enquanto Spock (Leonard Nimoy) é quem está comandando a nave, com muita gente nova na tripulação. A nave está em uma missão relacionada ao dispositivo Gênesis, uma nova invenção que é capaz de semear um planeta árido com abundante natureza. Com isso, uma nave irmã chamada Reliant, sai em busca de planetas sem vida para fazer um teste com esse dispositivo e encontra um que parece estar morto, porém, ao chegar lá eles encontram o planeta habitado por um fora da lei chamado Khan (Ricardo Montalban), que foi exilado anos atrás por Kirk, então o que ele mais quer é vingança. Esse assunto é resolvido, mas termina com a morte de Spock, uma solução encontrada justamente para tirar Spock do elenco já que o ator Leonard Nimoy não queria mais participar desses longas.
O terceiro longa foi “Jornada nas Estrelas III: À Procura de Spock” (1984) que possui o próprio Leonard Nimoy na direção. Ele havia pedido para sair, se arrepende, e assume não só a direção do filme como volta a atuar, numa trama na qual o médico da Enterprise dr. McCoy (DeForest Kelley) herdou a essência de Spock (Leonard Nimoy) antes de sua morte e obviamente Kirk (William Shatner) não poupará esforços para atender um pedido do pai de Spock para que a nave localize o corpo dele em Gênesis para que seja possível ressuscitá-lo (sim, é possível, afinal ele é um vulcano). Claro que tudo isso com os aterrorizantes Klingons à espreita, para ter alguma graça. No elenco pode-se ver o ator Christopher Lloyd como Kruge, um comandante Klingon.
Com o personagem Spock de volta é que lançam “Jornada nas Estrelas IV – A Volta para Casa” (1986), novamente com direção do Nimoy. No longa anterior a tripulação da Enterprise teve que deixar a nave Enterprise para poder explodi-la tendo a bordo os Klingons. Com isso, eles acabaram assumindo a nave deles – uma Ave de Rapina Klingon – com a qual eles terão que voltar à Terra para enfrentar a corte marcial devido aos diversos crimes cometidos para salvar a vida de Spock. Porém, enquanto eles se dirigem à Terra, uma sonda alienígena surge causando inúmeros problemas na Terra, ameaçando destruí-la. Percebendo que eles tentam se comunicar com uma espécie extinta há cerca de 200 anos – as baleias jubarte -, o grupo viaja no tempo até o século XX com a intenção de transportar um casal dos animais marinhos até o presente deles (século XXIII) e evitar a destruição. Com a ajuda de uma cientista especializada em baleias, a Dra. Gillian Taylor (personagem interpretada por Catherine Hicks) eles obtém a ajuda necessária para que tudo dê certo. Ao final ocorre o julgamento da tripulação no qual todos são perdoados por conta da façanha mirabolante que fizeram para salvar a Terra.
O quinto longa foi “Jornada nas Estrelas V: A Última Fronteira” (1989), dirigido pelo ator William Shatner que interpreta Kirk na série. Na trama vemos o trio Kirk (William Shatner), Spock (Leonard Nimoy) e McCoy (DeForest Kelley) começando a gozar de umas merecidas férias, mas sendo interrompidos quando são avisados que o vulcano Sybok (interpretado por Laurence Luckinbill) pretende sequestrar a nave Enterprise para ir até o centro da galáxia tentar encontrar uma entidade (interpretada por George Murdock) que ele acredita ser Deus. Sybok, que está num planeta chamado Nimbus III, se associou a três personagens de planetas diferentes – um klingon chamado Korrd, um terráqueo e uma romulana – e, com a ajuda desse trio, ele faz Kirk cair numa arapuca apoderando-se da nave. Juntamente com toda a tripulação da Enterprise ele segue rumo à Sha'ka'ree, no centro da galáxia. Num primeiro momento parece que Deus, de fato, habita o local. Porém, ao se materializar para que eles o vejam, sua personalidade maléfica os faz perceber que ele não é o tal Deus a quem Sybok buscava, finalizando com Sybok morto pela entidade. Kirk, Spock e McCoy voltam para a nave, enfrentam um ataque Klingon, mas acabam salvos por Korrd que intercede a favor deles.
Agora, no sexto e último filme denominado “Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida”, a direção voltou a ficar a cargo de Nicholas Meyer, um cineasta que já havia agradado bastante dirigindo o segundo filme da série. O enredo mostra a tripulação da Enterprise, liderada pelo Capitão Kirk, tentando garantir um acordo de paz entre a Federação e o Império Klingon, que estão em um momento crucial após a queda de sua lua, Praxis. Um atentado contra o chanceler klingon Gorkon (interpretado por David Warner) coloca Kirk e McCoy como suspeitos e inicia uma conspiração que ameaça levar os dois mundos de volta à guerra. A tripulação precisa descobrir a verdade por trás do atentado antes que seja tarde demais.
A trama parece um reflexo da vida real na época do lançamento do filme (1991) ecoando a situação da então União Soviética, que em 1989 já havia sofrido o fim da Cortina de Ferro - com a Queda do Muro de Berlim – mas cuja dissolução final ocorreu justamente em 1991.
No elenco além do David Warner, temos a presença de Christopher Plummer como General Chang, o chefe de estado klingon.
O que disse a crítica 1: Daniel Fontana do site Formiga Elétrica gostou muito. Disse: "A resolução do conflito, com um belo arco dramático de Kirk e o último passeio da Enterprise, são alguns dos momentos mais legais de toda essa trajetória histórica".
O que disse a crítica 2: Ritter Fan do site Plano Crítico avaliou com 4,5 estrelas, ou seja, excelente. Escreveu: "'Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida' é a grande e pomposa despedida que a tripulação original da NCC-1701 merecia no cinema (...). Gene Roddenberry [o criador do seriado], tenho certeza, ficou orgulhoso".
O que eu achei: Muito emocionante o último longa feito após o seriado "Star Trek / Jornada nas Estrelas" (1966-1969) encerrar sua trajetória na televisão. O sexto e último filme "A Terra Desconhecida" (1991), dirigido por Nicholas Meyer, acerta em cheio ao dar um desfecho digno e sensível à tripulação clássica da USS Enterprise. O filme combina aventura espacial, intriga política e um tom de despedida que o torna especialmente tocante para os fãs da saga. Dá um aperto no coração ver os personagens com a idade mais avançada, enfrentando uma nova e última missão com o peso da passagem do tempo. Kirk, Spock, McCoy, Uhura, Sulu (que neste longa possui sua própria nave já que foi promovido ao cargo de capitão da USS Excelsior) - e todos os demais companheiros de jornada - exercem seus papéis com a mesma bravura e humor que marcaram décadas de história da ficção científica. Nicholas Meyer, que já havia dirigido o segundo longa "A Ira de Khan" (1982), demonstra novamente seu talento em equilibrar ação e emoção, fazendo deste último filme uma homenagem calorosa à tripulação original. A bela cena final, com os atores assinando seus nomes na tela, é um gesto simples e comovente de despedida, que sintetiza a importância simbólica desses personagens para toda uma geração. Outro momento de sensibilidade é a dedicatória ao criador da série, Gene Roddenberry, que faleceu em outubro de 1991, apenas dois meses antes do lançamento do longa. O tributo reforça o espírito humanista e visionário que sempre sustentou o universo "Star Trek". Com ritmo, emoção e respeito por sua própria mitologia, "Jornada nas Estrelas VI: A Terra Desconhecida" é uma despedida à altura dos heróis que levaram o público “onde nenhum homem jamais esteve”. Um final grandioso e comovente que, com certeza, Roddenberry aprovaria.