
Comentário: Kathryn Bigelow (1951) é uma cineasta norte-americana que se tornou a primeira mulher a ganhar um Oscar de Melhor Direção por "Guerra ao Terror". Ela foi casada com o diretor, produtor e roteirista canadense James Cameron de 1989 a 1991. Assisti dela os ótimos "Guerra ao Terror" (2008) e "A Hora Mais Escura" (2012) e o bom “Point Break - Caçadores de Emoção” (1991). Desta vez vou conferir "Casa de Dinamite" (2025).
Amanda Capuano da Revista Veja nos conta que "Em um dia de trabalho comum na Casa Branca, a agente Olivia Walker (Rebecca Ferguson) vê o pesadelo de toda a humanidade se materializar na tela do computador: com bipes nervosos e um grande triângulo vermelho em movimento, a máquina avisa, para desespero da equipe de segurança americana, que um míssil nuclear foi lançado e vai atingir a populosa cidade de Chicago em dezoito minutos. É esse o curto intervalo de tempo que os ansiosos agentes têm para agir - e no qual se passa o aflitivo 'Casa de Dinamite' (...).
Dirigido pela oscarizada Kathryn Bigelow, que levou duas estatuetas ao se embrenhar no universo militar em 'Guerra ao Terror' (2008), o longa leva para as telas um tema que já foi assunto cativo de Hollywood, mas que acabou escanteado nos últimos anos: a ameaça iminente de uma guerra nuclear, capaz de exterminar cidades inteiras em segundos - e de extinguir toda a vida na Terra. 'Sinto que normalizamos as armas nucleares, mas elas ainda estão ao nosso redor', contou Bigelow a VEJA, destacando que o longa se tornou ainda mais atual à medida que a produção avançava e as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza ganhavam escala e rumos alarmantes.
A história da criação das primeiras bombas atômicas, lançadas pelos americanos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra, ganhou um retrato vigoroso em 'Oppenheimer', grande vencedor do Oscar no ano passado. Mas a relação do cinema com o tema da ameaça nuclear começou muito antes. De forma indireta, esse temor foi abordado em filmes sobre monstros produzidos por testes atômicos, como 'O Monstro do Mar' (1953) e 'Godzilla' (1954). Com a intensificação da Guerra Fria e o medo crescente de um conflito nuclear entre Estados Unidos e União Soviética, surgiram tramas como 'O Dia Seguinte', produção de 1983 que chocou ao reproduzir com realismo os efeitos de uma eventual guerra nuclear.
Com a distensão após a queda dos regimes comunistas, na virada dos anos 1990, porém, as ogivas atômicas deram lugar a outro fantasma nas telas: o terrorismo, que passou a assombrar os americanos a partir do 11 de Setembro. 'Desde o fim da Guerra Fria, a ameaça nuclear infelizmente desapareceu da consciência de muitas pessoas', diz Noah Oppenheim, roteirista de 'Casa de Dinamite'.
O motivo de o novo filme provocar uma renovada reflexão sobre o assunto não é otimista: atualmente, nove países possuem bombas atômicas, e o Relógio do Juízo Final - que marca quanto a humanidade está supostamente próxima da própria aniquilação - nunca esteve tão perto da meia-noite. Pesou bastante nisso, sobretudo, a guerra entre Ucrânia e Rússia, que intensificou o medo de um embate nuclear - embora o lançamento de uma ogiva seja tratado hoje como uma ação praticamente suicida.
É justamente a possibilidade de um ato desmesurado que embala 'Casa de Dinamite' e torna o filme tão aterrorizante. 'Antes havia um mundo polarizado entre Estados Unidos e Rússia. Hoje, as coisas estão ficando exponencialmente mais complicadas', opina Oppenheim. Não à toa, os agentes do longa se veem em posição periclitante: eles não sabem nem quem lançou a ogiva contra os Estados Unidos, alternando palpites entre Rússia, China e Coreia do Norte. Sem certeza da autoria, qualquer decisão fica mais arriscada, pondo todos numa sinuca de bico entre deixar que uma cidade americana seja exterminada sem resposta ou revidar e transformar o conflito em algo ainda mais catastrófico.
O presidente americano no longa, Idris Elba conta que nunca havia parado para pensar que uma única pessoa tem o poder de iniciar uma guerra e destruir a humanidade. 'Falamos sobre guerra nuclear, mas acho que muita gente não entende realmente o que isso significa', diz o ator.
Bem construído e embasado em extensa pesquisa sobre a segurança americana, o longa mostra Kathryn Bigelow em plena posse de sua maior qualidade: a capacidade de nos fazer refletir sobre a insensatez da guerra e a difícil tarefa de remediar uma escalada quando ela já está posta e se revela imprevisível. Mais que nunca, o velho pesadelo nuclear está de volta".
O que disse a crítica 1: Isabel Wittmann do site Feito por Elas avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Disse: "Apesar do discurso visual cafona e batido, a história que está sendo contada até que tem suas nuances e nesse caso creio que o mérito esteja, mesmo, no roteiro. O próprio título do filme se explica: estamos morando em um planeta cheio de governantes ególatras que controlam arsenais inimagináveis que podem explodir tudo com todo mundo dentro, e como ficamos nessa situação? O fato de segurar respostas sobre como quem soltou a bomba, se foi um treino, se foi intencional ou não e qual a resposta estadunidense sem dúvida complexifica o filme, tornando-o minimamente menos maniqueísta. Mas não esqueçamos a realidade que a ficção esconde: apenas uma nação disparou uma bomba nuclear na história. Isso filme nenhum consegue mudar. E 'Casa de Dinamite' se permite elaborar cenários interessantes mas, em sua própria ficção, acaba por perder o fôlego na execução".
O que disse a crítica 2: Victor Russo do site Filmes e Filmes avaliou com 4 estrelas, ou seja, ótimo. Escreveu: "O único pecado do longa está justamente naquilo que é uma de suas maiores virtudes. A fragmentação em diversos pontos de vista é interessante, permite que conheçamos um pouquinho dessas pessoas, sejam as que tomam decisões, sejam aquelas que estão relacionadas a essas de alguma forma. Isso faz com que o discurso conflituoso de Bigelow, tão nacionalista como crítico ao posicionamento bélico e a imposição de poder dos americanos e algumas outras potências, se torne um tanto mais intenso, visto que passamos a nos importar e viver junto com aquelas pessoas em posições de poder, ou também das que vão ser afetadas por aquela bomba e nem sabem, como a filha de um, o marido de outro e por aí vai, além, claro, dos que sabem, mas não têm voz para fazer nada. Só que esse pesar se dilui um pouco na última parte, quando o longa se torna um pouco mais literal em sua relação com a realidade, seguindo um personagem de forma mais íntima, ainda gerando ansiedade, mas não tendo a força dos outros dois capítulos pela repetição do que já sabemos e por uma conclusão que evidentemente era menos importante, sendo previsível qual seria a (boa) escolha de Bigelow para encerrar a obra".
O que eu achei: Apertei o play de "Casa de Dinamite" (2025) por conta da direção assinada por Kathryn Bigelow, cineasta que eu já conhecia pelo oscarizado "Guerra ao Terror" (2008) – sobre o esquadrão antibombas do exército americano - e pelo também ótimo "A Hora Mais Escura" (2012) – sobre a busca pelo líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Neste a guerra também é tema, só que de forma diferente. A trama começa quando as equipes ligadas à segurança nacional dos EUA percebem que um míssil não identificado foi lançado em direção ao país. Cruzando o céu em alta velocidade, eles têm 18 minutos para decidir o que fazer: deixar esse míssil atingir alguma cidade matando milhares de pessoas ou responder à altura, sem saber quem lançou ou mesmo se o lançamento foi ou não proposital. Esses 18 minutos de tomada de decisão são repetidos diversas vezes ao longo da projeção, pois o que Bigelow e seu roteirista Noah Oppenheim fazem é mostrar os vários pontos de vista desse processo: desde os analistas da linha de frente, passando pelos estrategistas especializados e finalizando no presidente da república que, no fim das contas, é quem dará a palavra final. Tudo isso enquanto essas mesmas pessoas vivem suas próprias vidas, com seus próprios dilemas pessoais e familiares e suas próprias emoções. Sem subestimar o público, aqui não há heróis, histórias de redenção, catarses ou grandes desfechos. E isso pode significar uma grande qualidade, além do bom elenco e da trilha sonora incrível. Outro ponto positivo é que Bigelow se cercou de especialistas no assunto para desenvolver o enredo, então o que vemos é muito provavelmente o que de fato aconteceria nos EUA no caso de um ataque como esse. Por outro lado, rever esses 18 minutos várias vezes torna o filme relativamente monótono. Isso - somado aos kilos de siglas e termos técnicos bem específicos a que somos submetidos - fazem a experiência chegar quase a cansar. Entre qualidades e defeitos, temos ao fim um bom filme, que não chega a ser a última bolacha do pacote (dificilmente concorrerá ao Oscar de Melhor Filme), mas que trata de um assunto relevante – e que deveria ser mais discutido – que é a guerra nuclear. Considerando que vivemos hoje em um mundo onde há atualmente mais de 12 mil ogivas nucleares espalhadas por diversos países ficam as perguntas: estamos preparados para um ataque como esse? O que vai acontecer se alguma dessas ogivas for disparada? Será que os temas guerra nuclear e fim da humanidade já são assuntos normalizados? É um filme que, para o bem ou para o mal, te traz uma tomada de consciência, servindo como um alerta urgente sobre a vulnerabilidade global a ataques nucleares e sobre o despreparo humano para lidar com esse tipo de situação. Vale ver.
Amanda Capuano da Revista Veja nos conta que "Em um dia de trabalho comum na Casa Branca, a agente Olivia Walker (Rebecca Ferguson) vê o pesadelo de toda a humanidade se materializar na tela do computador: com bipes nervosos e um grande triângulo vermelho em movimento, a máquina avisa, para desespero da equipe de segurança americana, que um míssil nuclear foi lançado e vai atingir a populosa cidade de Chicago em dezoito minutos. É esse o curto intervalo de tempo que os ansiosos agentes têm para agir - e no qual se passa o aflitivo 'Casa de Dinamite' (...).
Dirigido pela oscarizada Kathryn Bigelow, que levou duas estatuetas ao se embrenhar no universo militar em 'Guerra ao Terror' (2008), o longa leva para as telas um tema que já foi assunto cativo de Hollywood, mas que acabou escanteado nos últimos anos: a ameaça iminente de uma guerra nuclear, capaz de exterminar cidades inteiras em segundos - e de extinguir toda a vida na Terra. 'Sinto que normalizamos as armas nucleares, mas elas ainda estão ao nosso redor', contou Bigelow a VEJA, destacando que o longa se tornou ainda mais atual à medida que a produção avançava e as guerras na Ucrânia e na Faixa de Gaza ganhavam escala e rumos alarmantes.
A história da criação das primeiras bombas atômicas, lançadas pelos americanos nas cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki na Segunda Guerra, ganhou um retrato vigoroso em 'Oppenheimer', grande vencedor do Oscar no ano passado. Mas a relação do cinema com o tema da ameaça nuclear começou muito antes. De forma indireta, esse temor foi abordado em filmes sobre monstros produzidos por testes atômicos, como 'O Monstro do Mar' (1953) e 'Godzilla' (1954). Com a intensificação da Guerra Fria e o medo crescente de um conflito nuclear entre Estados Unidos e União Soviética, surgiram tramas como 'O Dia Seguinte', produção de 1983 que chocou ao reproduzir com realismo os efeitos de uma eventual guerra nuclear.
Com a distensão após a queda dos regimes comunistas, na virada dos anos 1990, porém, as ogivas atômicas deram lugar a outro fantasma nas telas: o terrorismo, que passou a assombrar os americanos a partir do 11 de Setembro. 'Desde o fim da Guerra Fria, a ameaça nuclear infelizmente desapareceu da consciência de muitas pessoas', diz Noah Oppenheim, roteirista de 'Casa de Dinamite'.
O motivo de o novo filme provocar uma renovada reflexão sobre o assunto não é otimista: atualmente, nove países possuem bombas atômicas, e o Relógio do Juízo Final - que marca quanto a humanidade está supostamente próxima da própria aniquilação - nunca esteve tão perto da meia-noite. Pesou bastante nisso, sobretudo, a guerra entre Ucrânia e Rússia, que intensificou o medo de um embate nuclear - embora o lançamento de uma ogiva seja tratado hoje como uma ação praticamente suicida.
É justamente a possibilidade de um ato desmesurado que embala 'Casa de Dinamite' e torna o filme tão aterrorizante. 'Antes havia um mundo polarizado entre Estados Unidos e Rússia. Hoje, as coisas estão ficando exponencialmente mais complicadas', opina Oppenheim. Não à toa, os agentes do longa se veem em posição periclitante: eles não sabem nem quem lançou a ogiva contra os Estados Unidos, alternando palpites entre Rússia, China e Coreia do Norte. Sem certeza da autoria, qualquer decisão fica mais arriscada, pondo todos numa sinuca de bico entre deixar que uma cidade americana seja exterminada sem resposta ou revidar e transformar o conflito em algo ainda mais catastrófico.
O presidente americano no longa, Idris Elba conta que nunca havia parado para pensar que uma única pessoa tem o poder de iniciar uma guerra e destruir a humanidade. 'Falamos sobre guerra nuclear, mas acho que muita gente não entende realmente o que isso significa', diz o ator.
Bem construído e embasado em extensa pesquisa sobre a segurança americana, o longa mostra Kathryn Bigelow em plena posse de sua maior qualidade: a capacidade de nos fazer refletir sobre a insensatez da guerra e a difícil tarefa de remediar uma escalada quando ela já está posta e se revela imprevisível. Mais que nunca, o velho pesadelo nuclear está de volta".
O que disse a crítica 1: Isabel Wittmann do site Feito por Elas avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Disse: "Apesar do discurso visual cafona e batido, a história que está sendo contada até que tem suas nuances e nesse caso creio que o mérito esteja, mesmo, no roteiro. O próprio título do filme se explica: estamos morando em um planeta cheio de governantes ególatras que controlam arsenais inimagináveis que podem explodir tudo com todo mundo dentro, e como ficamos nessa situação? O fato de segurar respostas sobre como quem soltou a bomba, se foi um treino, se foi intencional ou não e qual a resposta estadunidense sem dúvida complexifica o filme, tornando-o minimamente menos maniqueísta. Mas não esqueçamos a realidade que a ficção esconde: apenas uma nação disparou uma bomba nuclear na história. Isso filme nenhum consegue mudar. E 'Casa de Dinamite' se permite elaborar cenários interessantes mas, em sua própria ficção, acaba por perder o fôlego na execução".
O que disse a crítica 2: Victor Russo do site Filmes e Filmes avaliou com 4 estrelas, ou seja, ótimo. Escreveu: "O único pecado do longa está justamente naquilo que é uma de suas maiores virtudes. A fragmentação em diversos pontos de vista é interessante, permite que conheçamos um pouquinho dessas pessoas, sejam as que tomam decisões, sejam aquelas que estão relacionadas a essas de alguma forma. Isso faz com que o discurso conflituoso de Bigelow, tão nacionalista como crítico ao posicionamento bélico e a imposição de poder dos americanos e algumas outras potências, se torne um tanto mais intenso, visto que passamos a nos importar e viver junto com aquelas pessoas em posições de poder, ou também das que vão ser afetadas por aquela bomba e nem sabem, como a filha de um, o marido de outro e por aí vai, além, claro, dos que sabem, mas não têm voz para fazer nada. Só que esse pesar se dilui um pouco na última parte, quando o longa se torna um pouco mais literal em sua relação com a realidade, seguindo um personagem de forma mais íntima, ainda gerando ansiedade, mas não tendo a força dos outros dois capítulos pela repetição do que já sabemos e por uma conclusão que evidentemente era menos importante, sendo previsível qual seria a (boa) escolha de Bigelow para encerrar a obra".
O que eu achei: Apertei o play de "Casa de Dinamite" (2025) por conta da direção assinada por Kathryn Bigelow, cineasta que eu já conhecia pelo oscarizado "Guerra ao Terror" (2008) – sobre o esquadrão antibombas do exército americano - e pelo também ótimo "A Hora Mais Escura" (2012) – sobre a busca pelo líder da Al Qaeda, Osama Bin Laden. Neste a guerra também é tema, só que de forma diferente. A trama começa quando as equipes ligadas à segurança nacional dos EUA percebem que um míssil não identificado foi lançado em direção ao país. Cruzando o céu em alta velocidade, eles têm 18 minutos para decidir o que fazer: deixar esse míssil atingir alguma cidade matando milhares de pessoas ou responder à altura, sem saber quem lançou ou mesmo se o lançamento foi ou não proposital. Esses 18 minutos de tomada de decisão são repetidos diversas vezes ao longo da projeção, pois o que Bigelow e seu roteirista Noah Oppenheim fazem é mostrar os vários pontos de vista desse processo: desde os analistas da linha de frente, passando pelos estrategistas especializados e finalizando no presidente da república que, no fim das contas, é quem dará a palavra final. Tudo isso enquanto essas mesmas pessoas vivem suas próprias vidas, com seus próprios dilemas pessoais e familiares e suas próprias emoções. Sem subestimar o público, aqui não há heróis, histórias de redenção, catarses ou grandes desfechos. E isso pode significar uma grande qualidade, além do bom elenco e da trilha sonora incrível. Outro ponto positivo é que Bigelow se cercou de especialistas no assunto para desenvolver o enredo, então o que vemos é muito provavelmente o que de fato aconteceria nos EUA no caso de um ataque como esse. Por outro lado, rever esses 18 minutos várias vezes torna o filme relativamente monótono. Isso - somado aos kilos de siglas e termos técnicos bem específicos a que somos submetidos - fazem a experiência chegar quase a cansar. Entre qualidades e defeitos, temos ao fim um bom filme, que não chega a ser a última bolacha do pacote (dificilmente concorrerá ao Oscar de Melhor Filme), mas que trata de um assunto relevante – e que deveria ser mais discutido – que é a guerra nuclear. Considerando que vivemos hoje em um mundo onde há atualmente mais de 12 mil ogivas nucleares espalhadas por diversos países ficam as perguntas: estamos preparados para um ataque como esse? O que vai acontecer se alguma dessas ogivas for disparada? Será que os temas guerra nuclear e fim da humanidade já são assuntos normalizados? É um filme que, para o bem ou para o mal, te traz uma tomada de consciência, servindo como um alerta urgente sobre a vulnerabilidade global a ataques nucleares e sobre o despreparo humano para lidar com esse tipo de situação. Vale ver.