14.9.25

"Better Man – A História de Robbie Williams" - Michael Gracey (Reino Unido/ EUA/China/França/Austrália, 2024)

Sinopse:
 
Cinebiografia do cantor britânico Robbie Williams (Jonno Davies/Robbie Williams) mostrando a história da ascensão, a queda e a ressurreição inesperada do cantor, que hoje é consagrado como um dos artistas britânicos mais vendidos de todos os tempos.
Comentário: Michael Gracey (1997) é um cineasta australiano que começou sua carreira trabalhando com efeitos visuais, videoclipes e publicidade. Ele é mais conhecido por dirigir os filmes "O Rei do Show" (2017) inspirado na vida do empresário circense americano Phineas Taylor Barnum e "Pink: All I Know So Far" (2021), um documentário sobre a cantora e compositora norte-americana Pink. "Better Man - A História de Robbie Williams" (2024) é o primeiro filme que vejo dele.
O site GShow nos conta que "A escolha de retratar Robbie Williams como um chimpanzé em sua cinebiografia tem chamado a atenção do público. 'Better Man - A História de Robbie Williams', (...) narra a trajetória do artista desde sua infância e revela a forma como ele se vê: um macaco performático.
Nascido em Londres em 1974, Robbie Williams iniciou a carreira aos 16 anos no grupo Take That, uma boyband britânica que vendeu mais de 50 milhões de cópias em apenas cinco anos de existência. O cantor lançou sua carreira solo em 1995 e se tornou um dos maiores nomes da música pop com hits como 'Feel', 'Rock DJ' e 'Angels', que ganhou uma versão brasileira na voz do grupo KLB.
A canção 'Sexed Up' foi um sucesso especial no Brasil como tema do casal Marina (Paloma Duarte) e Diogo (Rodrigo Santoro) na novela 'Mulheres Apaixonadas'. A obra também ganhou uma versão interpretada por Leonardo com o título 'Eu Sei Que Te Perdi'.
Apesar de todo o sucesso, Robbie se sentia como um macaco de circo durante o auge da fama: era vigiado e pressionado a entreter o público. A revelação inspirou o diretor Michael Gracey a usar computação gráfica para transformar o ator Jonno Davies, intérprete de Williams, em um chimpanzé. O resultado garantiu a 'Better Man' uma indicação ao Oscar 2025 de Melhores Efeitos Visuais.
Com um olhar único para a vida de um ídolo pop, o longa promete emocionar o público com um espetáculo que passa pela montanha-russa dos altos e baixos que o astro britânico viveu em seus 35 anos de carreira".
O que disse a crítica: Nathalia Jesus avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Disse: "Se você é fã de Robbie Williams ou aprecia filmes que exploram os altos e baixos de figuras públicas de maneira criativa, 'Better Man' é uma boa pedida. Inclusive, é um filme tão honesto que não permite que o cantor seja visto somente pela ótica romântica aplicada em produções cinematográficas que contam com seus biografados na produção - porque, sim, o cantor está envolvido diretamente na obra, mas nem por isso ele é retratado como um mocinho defendido incondicionalmente pelo roteiro. No entanto, se o que você busca é uma biografia mais tradicional e coesa, que explore as profundezas emocionais do personagem sem distrações, pode ser que o filme deixe a desejar".
Caio Coletti do site Omelete avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Escreveu: "O roteiro assinado por Gracey com os estreantes Oliver Cole e Simon Gleeson acerta em cheio ao fazer dos altos e baixos da vida do popstar britânico (...) uma espécie de ode às incongruências da instituição da fama como a conhecemos desde meados do século XX. Narrativamente, 'Better Man' abraça o amor absurdo que temos pela celebridade, a validação que encontramos no aplauso do outro, o anseio insaciável que nutrimos por ouvir que somos especiais, que somos alguém, que nossa identidade existe também nos olhos de quem nos vê".
O que eu achei: Trata-se da cinebiografia do cantor e compositor Robbie Williams. O diretor Michael Gracey, que já se dedicou anteriormente a retratar o empresário circense americano Phineas Taylor Barnum e a cantora e compositora Pink, desta vez resolveu contar a vida deste cantor que se tornou um expoente da música pop da Inglaterra. Numa narrativa linear que obedece à cronologia dos acontecimentos, o longa parte de sua infância e segue rumo à atualidade, mostrando desde sua vida junto a sua mãe e avó, seus atritos com o pai, seu envolvimento com as drogas, seu ingresso na boyband Take That até culminar na sua carreira solo. O curioso do filme é que como o diretor ouviu uma declaração do próprio cantor dizendo que ele se sentia como um macaco de circo – pelo fato de ser vigiado e pressionado a entreter o público – ele resolveu transformar o ator Jonno Davies, intérprete de Williams, em um chimpanzé. A computação gráfica foi tão bem feita que o longa foi indicado ao Oscar de Efeitos Visuais. Essa alteração foi o pulo do gato para tirar a cinebiografia do lugar comum. Então não espere ver o próprio Robbie Williams em cena ou algum galã o representando. O máximo que você terá dele será a voz que não só narra a história como também dubla o primata. Mesmo que você não seja fã do artista, "Better Man" vai te fisgar e te prender até o fim. É um filme diferente, estranho, divertido, um truque que tinha tudo para dar errado, mas que deu super certo. Vale ver.