26.6.25

“Ratched” – Evan Romansky & Ryan Murphy (EUA, 2020)

Sinopse:
 
Em 1947, Mildred Ratched (Sarah Paulson) começa a trabalhar como enfermeira em um hospital psiquiátrico. Entretanto, por trás da aparência impecável, cresce uma alma sombria.
Comentário: “Ratched” é uma minissérie em 8 episódios que conta a história da origem da enfermeira Mildred Ratched. A personagem já é conhecida de todos por conta do filme “Um Estranho no Ninho” (1975) dirigido por Milos Forman onde, em 1963, ela ocupava o cargo da sádica enfermeira-chefe do hospital psiquiátrico no qual Randall McMurphy (Jack Nicholson) é internado.
O seriado se passa antes dela ocupar esse cargo. Estamos em 1947, com a enfermeira chegando ao norte da Califórnia para procurar emprego. Ela consegue uma vaga em um importante hospital psiquiátrico local chamado Lucia State Hospital, onde novos e inquietantes experimentos começam a ser feitos com a mente humana. Em uma missão clandestina, Mildred se apresenta como a imagem perfeita do que uma enfermeira dedicada deve ser. Mas os dias vão passando e quando ela começa a se infiltrar no sistema de saúde mental e nas pessoas dentro dele, o exterior elegante de Mildred desaparece, dando lugar à persona monstruosa da moça que, na verdade, só quis trabalhar nesse hospital por ser irmã do assassino Edmund Tolleson (Finn Wittrock), que foi parar na instituição depois de promover um massacre de padres. Sua verdadeira intenção é protegê-lo e quem sabe até libertá-lo.
No elenco principal temos Corey Stoll, Vincent D'Onofrio, Alice Englert, Amanda Plummer, Jermaine Williams, Annie Starke, Brandon Flynn, Sophie Okonedo, Michael Benjamin Washington.
A minissérie venceu o Globo de Ouro 2021 na categoria Melhor Série - Drama.
O que eu achei: Henrique Haddefinir do site Omelete fez uma análise da obra que não poderia ser mais perfeita. Ele disse: “Em seus primeiros dias como enfermeira do Lucia State, Ratched surge fria, calculista, manipuladora, mentirosa, como se aquela fosse uma continuação de ‘Um Estranho no Ninho’ e não um prequel dele. Chegamos a nos perguntar em determinado momento se não seria necessário uma Ratched antes dessa Ratched. Mais adiante (...) Mildred já muda o tom, se torna preocupada com os pacientes, sentimental, o que faz mais sentido com a proposta de mostrar uma transformação, mas que já é incoerente com o que apareceu nos primeiros momentos da história. Alguns podem dizer que essa era Ratched sendo complexa, quando o que a coisa toda imprime é uma indecisão criativa. (...) Quando a proposta é criar um produto sobre o passado de uma personagem essencialmente dramática (...), o resultado se deforma, como se Ratched fosse só uma desculpa para mais choque, como se a personagem em si não importasse. (...) É claro que nem tudo é engano na série. A abordagem da sexualidade de Ratched é muito bem conduzida, com direito a uma parceria irresistível com Cynthia Nixon, que humaniza a personagem muito mais do que qualquer outro traço inventado pelos roteiristas. Quem também faz a produção valer a pena é Betsy Bucket (Judy Davis), que se revela uma persona duas vezes mais interessante que Mildred. O Dr. Richard Hanover (Jon Jon Briones) sofre com alguns exageros, mas também funciona. Sharon Stone está em cena com um macaco nos ombros, mas ela é somente uma vitrine. Já Charlotte Wells (Sophie Okonedo), a paciente com múltiplas personalidades, é rebaixada a condutora de sequências de ação, o que é, infelizmente, redutivo”. Resumindo, uma série que até dá pra ver, mas que deixa muito a desejar no que se propõe. Mediano no máximo.