3.6.25

“Os Suspeitos” - Denis Villeneuve (EUA, 2013)

Sinopse:
Depois que sua filha de seis anos Anna (Erin Gerasimovich) e uma amiga dela Joy (Kyla Drew Simmons) são sequestradas, Keller Dove (Hugh Jackman), um carpinteiro de Boston, enfrenta o departamento de polícia e o jovem detetive (Jake Gyllenhaal) encarregado do caso para fazer justiça com as próprias mãos.
Comentário: Denis Villeneuve (1967) é um cineasta canadense. Ganhador de inúmeros prêmios, ele possui em seu curriculum diversos curtas e longas-metragens, além de uma minissérie para a tv. Assisti dele quatro filmes excelentes: "Incêndios" (2010), "Sicario: Terra de Ninguém" (2015), “A Chegada" (2016) e "Blade Runner 2049" (2017), além do aclamado “Duna” (2021) que eu não gostei tanto, mas que muita gente curtiu. Desta vez vou conferir “Os Suspeitos” (2013).
Rafael Costa da Revista Veja nos conta que o filme retrata “um fato triste e corriqueiro que qualquer família está sujeita a vivenciar: o desaparecimento de crianças de uma maneira dramática, intensa e tão próxima da realidade que é capaz de abrir os olhos do espectador a respeito do problema, sem no entanto se tornar panfletário.
O filme narra o drama familiar vivido pelos casais Keller (Hugh Jackman) e Grace Dover (Maria Bello) e Franklin (Terrence Howard) e Nancy Birch (Viola Davis), que sofrem com o desaparecimento de suas filhas Anna (Erin Gerasimovich) e Joy (Kyla Drew Simmons) durante a ceia do Dia de Ação de Graças. Franklin e Keller contam com a ajuda da polícia local, comandada pelo detetive Loki (Jake Gyllenhaal), para ir em busca das crianças.
O título em português – ‘Os Suspeitos’ - não é dos mais atraentes e não representa com precisão a mensagem do filme. O título original, ‘Prisoners’ (Prisioneiros), é mais significativo, uma vez que todos os envolvidos na trama acabam se encontrando em uma prisão em determinado momento da história, seja de maneira concreta, no caso das garotas feitas como reféns de bandidos, como de forma abstrata, pela sensação que experimentam os pais de viver atados à angústia de reencontrar as filhas. Essa prisão simbólica fica evidente na imagem de um labirinto, presente em alguns momentos-chave da trama na forma de um amuleto e em desenhos feitos por um dos suspeitos”.
O enredo não foi baseado em nenhum caso real. Ele foi inspirado em um conto escrito por Aaron Guzikowski, que por sua vez foi parcialmente inspirado em “The Tell-Tale Heart”, de Edgar Allan Poe.
O que disse a crítica: Bruno Carmelo do site Adoro Cinema avaliou com 4 estrelas, ou seja, muito bom. Disse: “Talvez alguns elementos não sejam tão bem resolvidos, como a simbologia do labirinto ou a revelação do que realmente aconteceu com a garotinha sequestrada (elemento que tinha sido sugerido ao espectador de maneira tão eficaz), mas ‘Os Suspeitos’ surpreende por evitar a trajetória da maioria dos suspenses hollywoodianos. Nada de personagens incorruptíveis, nada de pais dispostos a tudo para salvar as suas filhas. Ao contrário da moral e dos bons costumes, temos uma trama sombria, sobre homens e mulheres injustos, pecadores, controversos”.
Érico Borgo do site Omelete avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Escreveu: “Com uma atmosfera opressora, desinteressada em sustos gratuitos, ‘Os Suspeitos’ alterna as histórias do pai e do detetive, ambos em sua espiral de obsessão. O longa respeita a inteligência do espectador, apresentando pistas concretas a todo instante, o que mantém o engajamento do público, que se defronta não apenas com o mistério do paradeiro das meninas, mas também com os dilemas morais de seus pais. Como em ‘Zodíaco’, a natureza da investigação e seu impacto no investigador ganham importância quase tão grande quanto o mistério. A maturidade do roteiro e da direção são maiores que qualquer resposta”.
O que eu achei: Trata-se de um thriller daqueles que você não consegue desgrudar os olhos, pois cada detalhe conta: afinal, quem sequestrou essas meninas? Num momento você suspeita de um, depois do outro, até o próprio pai vira suspeito. A trama é quase 100% bem amarrada, deixando apenas uma ou outra pequena ponta solta, o que faz, ao final, você querer rever alguns trechos. Mas no geral é um filme envolvente, com um excelente roteiro, que foge dos clichês habituais desse gênero, mostrando que um ato hediondo cria não apenas vítimas, mas mais monstros. São 2h30m que passam voando. Excelente.