14.12.24

“Um Lugar Silencioso: Dia Um” - Michael Sarnoski (EUA, 2024)

Sinopse:
Sam (Lupita Nyong'o) está de volta em Nova York. Sua viagem vira um pesadelo quando criaturas alienígenas que caçam pelo som atacam. Ao lado de seu gato e de um aliado inesperado chamado Eric (Joseph Quinn), ela embarca em uma jornada perigosa em que a única regra é ficar quieta para continuar viva.
Comentário: Michael Sarnoski é um cineasta americano que tem poucos filmes no curriculum. “Um Lugar Silencioso: Dia Um” (2024) - que é sua primeira grande produção - é o primeiro filme que vejo dele.
O filme é um spin-off, ou seja, ele se passa antes dos filmes “Um Lugar Silencioso“, de 2018, e “Um Lugar Silencioso 2”, de 2021. Enquanto os primeiros lançamentos foram dirigidos por John Krasinski e protagonizados por ele ao lado de sua esposa Emily Blunt, este segundo acabou tendo Krasinski apenas na produção. Quem já assistiu aos dois primeiros filmes sabe que a Terra foi invadida por seres de outro planeta que se orientam pelo som para caçar suas vítimas.
No primeiro (2018) a família Abbott formada pelo pai (John Krasinski), pela mãe (Emily Blunt) e por seus filhos precisam ficar em silêncio, assim como todo o resto da população, para não serem pegos.
O segundo filme (de 2021) é uma continuação. A família está menor pois dois membros já morreram, mas o que sobrou da família Abbott vai precisar seguir em frente, sair de sua antiga casa, e encarar o terror mundo afora, continuando a lutar para sobreviver em silêncio.
Então o que este novo filme mostra é tudo o que antecede à essa situação, mostrando como foi a chegada dos alienígenas à Terra e o resultado dessa invasão.
Célio Silva do site G1 nos conta que “Dessa vez (...) o cenário passa de um ambiente menor e mais rural para uma grande cidade (no caso, Nova York)”. Ele diz: “Esqueça os antigos protagonistas. A nova trama se concentra em Samira (Lupita Nyong'o), que vai à cidade em uma excursão para realizar um desejo antigo. Seus planos são frustrados por causa da inesperada invasão alienígena. Aos poucos, ela e outros sobreviventes descobrem que as criaturas são sensíveis ao som e que qualquer barulho pode ser fatal. Em sua luta para sobreviver, ela conhece o jovem Eric (Joseph Quinn), que passa a ser o seu companheiro contra a misteriosa ameaça que devasta Nova York e que vai ajudá-la a realizar seu objetivo, mesmo em um cenário de caos e destruição”.
O que disse a crítica: Diego Souza Carlos do site Adoro Cinema avaliou com 3,5 estrelas, ou seja, bom. Disse: “’Um Lugar Silencioso: Dia Um’ poderia cair facilmente na malha fina dos derivados feitos única e exclusivamente por fins comerciais. Ainda que qualquer tipo de sequência se enquadre neste grupo, o filme faz jus à própria existência pelo carisma de suas estrelas. Lupita Nyong’o e Joseph Quinn conseguem elaborar uma química entre personagens que reflete exatamente o que a franquia apresentou em capítulos anteriores: a conexão humana em circunstâncias catastróficas”. E completa dizendo que o filme “consegue elevar a sua história ao colocar a complexidade humana em meio à carnificina”.
André Zuliani do site Omelete avaliou com 4 estrelas, ou seja, ótimo. Escreveu: “Há excessos que tiram um pouco do brilho do prelúdio. Competente em reproduzir a desgraça de forma angustiante da mesma forma que Krasinski, Sarnoski é incapaz de justificar certas escolhas narrativas. Sendo ‘Um Lugar Silencioso’ uma franquia com pouco espaço para desdobramentos de mitologia, faltou ao diretor a sensibilidade de identificar furos de roteiro que nada agregam à história. Mas a força de uma atriz vencedora do Oscar como Lupita Nyong’o se sobressai”.
O que eu achei: Quem assistiu, como eu, à “Um Lugar Silencioso“ (2018) e “Um Lugar Silencioso 2” (2021), dirigidos por John Krasinski, pode se ver interessado em saber em que circunstâncias esses tais alienígenas que são atraídos pelo som chegaram à Terra. É aí que entra esse spin-off, um filme comercial com direção de Michael Sarnoski, feito para faturar um pouco mais em cima da franquia. Claro que ver a atriz Lupita Nyong’o em cena pode ser algo a se comemorar, mas o filme em si é aquele já batido gênero de filmes de ETs, com a habitual tensão que os humanos passam tentando se esconder deles, fazendo o menor ruído possível. Talvez este tenha, como mérito, a complexidade humana de uma personagem que está morrendo de câncer e cujo único desejo antes de ser pega é voltar para o Harlem e comer uma pizza onde seu pai a levava na infância após tocar piano em um bar local. É um filme imprescindível que vai agregar alguma informação relevante aos dois filmes anteriores? Não. É basicamente um filme para distrair a cabeça. Tem bons sustos, mas nada com o impacto dos filmes anteriores. Bom, no máximo.