11.5.24

“Black Mirror” - Charlie Brooker (Reino Unido, 2011-Atual)

Sinopse:
São episódios autônomos centrados em temas obscuros e/ou satíricos que examinam o futuro da sociedade moderna, especialmente as consequências imprevistas que as novas tecnologias poderão gerar.
Comentário: Segundo o site Wikipédia, “As duas primeiras temporadas da série foram produzidas pela Zeppotron, para a Endemol. Um comunicado de imprensa da Endemol descreveu a série como um híbrido de ‘The Twilight Zone’ [que passou no Brasil como ‘Além da Imaginação’] e ‘Tales of the Unexpected’ [na tradução literal ‘Contos do Inesperado‘] que toca em nosso desconforto contemporâneo em relação ao mundo moderno, com as histórias tendo uma sensação de paranoia-tecnológica. A emissora Channel 4 descreve o primeiro episódio como ‘uma parábola retorcida pela era do Twitter’”.
Segundo o site, “Charlie Brooker explicou a abertura da série para o jornal The Guardian: ‘Se tecnologia é uma droga - e parece ser uma droga - então quais são, precisamente, os efeitos colaterais? Esta área - entre prazer e desconforto - é onde ‘Black Mirror’ (...) se passa. O ‘espelho negro’ da abertura [que aparece no poster] é o espelho que você encontrará em cada parede, em cada mesa, na palma de cada mão: a tela fria e brilhante de uma TV, de um monitor, de um smartphone’".
Até o momento (maio/2024) a série já teve 6 temporadas, totalizando 27 episódios. Mas já há anúncios de que uma 7ª temporada vem por aí.
Além da série, foi produzido um filme chamado “Black Mirror: Bandersnatch” (2018). O filme é interativo e apresenta diversos possíveis finais. O roteiro foi escrito pelo próprio Charlie Brooker, mas a direção ficou a cargo de David Slade. Foram lançados também livros com histórias inspiradas nos episódios.
O que eu achei: "Black Mirror" é uma série televisiva que transcende as fronteiras do entretenimento convencional. Com sua abordagem provocativa e distópica, cada episódio é uma cápsula de especulação futurista, oferecendo vislumbres de um futuro próximo, como se fosse um espelho afiado para a sociedade contemporânea, que reflete nossos medos, anseios e dilemas éticos em um mundo cada vez mais dominado pela tecnologia. Foram poucos os episódios que passei ilesa. Cada um trouxe uma emoção diferente, sempre me fazendo pensar, ou me fazendo rir, ou me perturbando nervosamente por conta dos possíveis efeitos colaterais do avanço tecnológico. A narrativa é habilmente tecida, com diversos episódios nos mantendo à beira do assento enquanto questionam sua própria relação com a tecnologia e o futuro da humanidade. É um seriado excepcional, ou seja, completamente fora da caixinha, por conta de sua capacidade de desafiar as convenções narrativas tradicionais, apresentando histórias que são bastante reflexivas. Outra coisa boa é a diversidade de atores que são apresentados, todos muito bem dirigidos, deixando a série repleta de performances notáveis. Ele também é ótimo visualmente falando – fotografia e direção de arte - e é sempre pontuado por uma trilha sonora que intensifica ainda mais a atmosfera sombria e inquietante. Na internet há algumas críticas negativas dizendo que até a terceira temporada a série se manteve fiel a si mesma mas que, da quarta temporada em diante, há episódios que não se passam no futuro e nem abordam a temática de tecnologia. De fato, há alguns que tratam da contemporaneidade em si, fugindo um pouco da proposta inicial. De qualquer forma, independente disso, "Black Mirror" não é apenas uma série de televisão para passar o tempo, ela está mais para uma experiência visceral que desafia nossa percepção de realidade e nos lembra da importância de questionar as consequências das inovações tecnológicas.