Comentário: Este filme aparece como o número 06 na lista dos 100 Filmes Essenciais elaborada pela Revista Bravo! em 2007. Segundo a matéria, a película levou o cinema de Fellini a novos patamares: "se seus filmes 'realistas' dos anos 1950 já possuíam forte carga onírica e pessoal (...), a partir de 'A Doce Vida' (1960) a subjetividade do diretor só se acentuou". E este, "mais assumidamente autobiográfico e delirante, funde fantasias pessoais no universo do protagonista, Guido Anselmi (Marcello Mastroianni)", marcando "uma virada de percurso na carreira de Fellini, que alçaria voo próprio além das exigências comerciais. (...) Esteticamente, trata-se do longa mais inventivo [do diretor], em que imagens quase surrealistas entrecortam a história. Tamanha foi a ousadia para aqueles anos 1960 que '8 ½', filmado em preto e branco, foi exibido no interior da Itália em cópias cujas sequências de delírios eram em sépia, a fim de não embaralhar a compreensão do público. É, também, o trabalho mais ousado do fiel músico (...) Nino Rota, que usa a batida musical para dar ritmo ao frenesi de Guido". Uma curiosidade: o título do filme deriva do fato de Fellini ter feito anteriormente seis longas e três colaborações em filmes coletivos (contando cada uma como meio filme). Então este seria seu filme de número oito e meio. "8 ½" ganhou o Oscar de Melhor Filme de Língua Estrangeira e de Melhor Figurino (em P&B) e foi o sétimo colocado na lista da BBC de 2018 dos 100 maiores filmes de língua estrangeira votados por 209 críticos de cinema de 43 países. Obra-prima do diretor.
