13.3.11

"Cartas de Iwo Jima" - Clint Eastwood (EUA, 2006)

Sinopse: Junho de 1944. Tadamichi Kuribayashi (Ken Watanabe), o tenente-general do exército imperial japonês, chega na ilha de Iwo Jima. Muito respeitado por ser um hábil estrategista, Kuribayashi estudara nos Estados Unidos, onde fizera grandes amigos e conhecia o exército ocidental e sua capacidade tecnológica. Por isso o Japão colocou em suas mãos o destino de Iwo Jima, considerada a última linha defesa do país. Ao contrário dos outros comandantes Kuribayashi moderniza o modo de agir, alterando a estratégia que era usada. Ele supervisiona a construção de uma fortaleza subterrânea, feita de túneis que davam para as suas tropas a estratégia ideal contra as forças americanas, que começam a desembarcar na ilha em 19 de fevereiro de 1945. Os japoneses sabiam que as chances de sair dali vivos eram mínimas. Enquanto isto acontece Kuribayashi e outros escrevem várias cartas, que dariam vozes e rostos para aqueles que ali estavam e o relato dos meses que antecederam a batalha e o combate propriamente dito, sobre a ótica dos japoneses.
Comentário: Tanto este filme como "A Conquista da Honra", do mesmo diretor, descrevem as perspectivas dos dois exércitos - americano e japonês - sobre uma das batalhas mais cruéis da II Guerra Mundial no Oceano Pacífico, neste conflito inútil que tingiu de sangue as areias desta ilha inóspita. Nesta versão mostra-se o ponto de vista japonês da batalha que ocorreu em 1960 entre os dois exércitos em Iwo Jima. Segundo Marcelo Janot do site Críticos, "do ponto de vista humanístico, é bastante louvável a iniciativa de um diretor hollywoodiano como Clint Eastwood, mostrando a sangrenta batalha de Iwo Jima do ponto de vista dos combatentes japoneses. Se o americano já não costuma enxergar o estrangeiro como um ser humano igual a ele, ir ao cinema para assistir a um filme com legendas, inteiramente falado em japonês, soa como um sacrifício de outro mundo. Ainda mais quando esse filme é centrado em seus inimigos de guerra e a intenção não é endemonizá-los". Do ponto de vista cinematográfico, o projeto "A Conquista da Honra/ Cartas de Iwo Jima" também é muito interessante. A possibilidade de trabalhar com um filme-espelho, que reflete visões culturais totalmente distintas, abre um enorme leque de opções, mesmo que as tramas de cada um tomem caminhos diferentes.