Sinopse: Na Inglaterra dos anos 50, bondosa mãe de família chamada Vera (Imelda Staunton) ajuda, em segredo, mulheres que querem se submeter ao aborto. Seu marido devotado e seus dois filhos só ficam sabendo disso quando uma das grávidas quase morre e Vera é chamada à policia. Ela é condenada a trinta meses de prisão.
Comentário: Os filmes de Leigh são cheios de realismo e improvisações, e "Vera Drake" não é diferente. Para obter uma reação a mais real possível, Leigh não contou a nenhum dos atores principais, com exceção de Imelda Staunton, que o filme era sobre aborto. Nem Staunton ficou sabendo que sua personagem seria presa. Sua reação e a dos outros atores quando os policias batem na porta da casa usada para ensaios é verdadeiramente genuína. Os diálogos daquela cena foram completamente improvisados. O filme mostra a importância da família, com a personagem de Joyce, a esposa de Frank, que afirma querer ser mãe, sendo mostrada como a mais fria e egoísta de todos. Ela é preocupada com bens materiais e na melhora de seu status social. Quando Vera é presa, ela se afasta daquilo que considera uma vergonha para a família. Em contraste, a casa de Vera é cheia de amor e felicidade. O casamento de Vera e Stanley é tão forte que ele, assim como seus filhos, permanece fiel a ela, apesar de não compreender as razões dela para praticar abortos. Outro tema recorrente no filme é a batalha entre moralidade e legalidade. Moralmente, Vera acredita estar fazendo a coisa certa ajudando mulheres que não querem dar à luz. Ela é uma mulher honesta que realiza abortos por caridade devido à sua compreensão das consequências de uma gravidez indesejada em seu ambiente socioeconômico. As boas intenções de Vera, no entanto, são irrelevantes no tribunal.