Sinopse: A história se passa na Inglaterra, na tempestuosa costa de Cornwall, onde uma quadrilha de ladrões de praia saqueiam e roubam navios. A situação começa a mudar com a chegada de Mary (Maureen O'Hara), uma menina orfã que vai a Cornwall morar na estalagem de seu tio, o juiz Humphrey (Charles Laughton). Ela começa a suspeitar dos roubos que vêm acontecendo na região e acaba tornando-se alvo dos contrabandistas.
Comentário: Alfred Hitchcock (1899-1980) foi um diretor e produtor cinematográfico britânico. Amplamente considerado um dos mais reverenciados e influentes cineastas de todos os tempos, Hitchcock foi eleito pelo The Telegraph o maior diretor da história da Grã-Bretanha e, pela Entertainment Weekly, o maior do cinema mundial. Conhecido como "Mestre do Suspense", dirigiu em torno de 53 longas-metragens ao longo de seis décadas de carreira, parte dela na Inglaterra, parte nos EUA. Tornou-se também famoso também por conta das frequentes aparições em seus filmes e pela apresentação do programa "Alfred Hitchcock Presents" (1955-1965). Assisti dele os ótimos "O Inquilino" (1927), "Sabotagem" (1936), "Jovem e Inocente" (1937), "A Dama Oculta" (1938), "A Sombra de Uma Dúvida" (1943) e "O Homem Que Sabia Demais" (1956) e os bons "Os 39 Degraus" (1935) e "O Agente Secreto" (1936). Desta vez vou conferir "A Estalagem Maldita" (1939).
Roteiro baseado num romance de Daphne du Maurier, estrelado por Charles Laughton, numa atuação brilhante como Sir Humphrey Pengalla e Maureen O' Hara, que se tornaria famosa e conhecida em todo o mundo a partir desse filme.
O que eu achei: Dirigido por Alfred Hitchcock durante sua fase britânica, “A Estalagem Maldita” é um thriller sólido e eficiente que prende a atenção sem a necessidade de grandes reviravoltas. O filme demonstra o domínio do mestre do suspense na construção de uma atmosfera carregada de tensão, mesmo com recursos limitados. A trama, que envolve um casal administrando uma estalagem sinistra e seus hóspedes misteriosos, é desenvolvida com um ritmo cuidadoso. Hitchcock aproveita ao máximo o cenário único e claustrofóbico, criando uma sensação de isolamento e perigo iminente. Os personagens são bem delineados, e as atuações conferem credibilidade ao drama. Embora não seja uma obra tão complexa ou ambiciosa quanto seus trabalhos posteriores em Hollywood, o longa possui um charme peculiar. A direção segura e a fotografia expressiva compensam algumas convenções narrativas da época que podem parecer um pouco datadas. É um filme que cumpre seu propósito com competência.
