19.3.24

“Elementos” - Peter Sohn (EUA, 2023)

Sinopse:
O filme se passa na Cidade Elemento, um lugar onde os habitantes do fogo, água, terra e ar vivem em harmonia. Faísca, uma jovem impetuosa do elemento fogo, faz amizade com Gota, um garoto sentimental e divertido do elemento água, que segue o fluxo das coisas. Ele desafia suas crenças sobre o mundo no qual vivem.
Comentário: Trata-se de uma animação da Disney/Pixar. A história é a seguinte: Faísca e Gota são dois moradores da cidade Elemento. Apesar de serem verdadeiros opostos, os destinos dos protagonistas de fogo e água se cruzam após um incidente. Agora, os dois devem aprender a lidar com as diferenças para superar os desafios e salvar a loja da família de Faísca, principal conquista de seus pais.
Luísa Silveira do site Tech Tudo nos conta que a cidade Elemento é um lugar onde “os seres de quatro tipos - ar, terra, fogo e água - vivem em harmonia. Porém, eles respeitam a regra de não se misturar. Há alguns anos, os pais de Faísca chegaram ao local, como imigrantes, lutando por uma vida melhor. Aos poucos, montaram uma loja e conseguiram sustentar a filha única, que agora deve seguir os passos do pai na administração do negócio de família. Tudo muda quando Gota aparece no local e, sem querer, coloca em risco a loja que será de Faísca. Aos poucos, os dois se unem para reverter os problemas, que não afetam apenas a família da protagonista [Faísca], mas todos os habitantes da cidade. Nesta missão, eles percebem que têm muito mais em comum do que acharam e que a vida pode ser muito mais diversa e bonita”.
“Elementos” concorreu ao Oscar de Melhor Animação, perdendo para "O Menino e a Garça".
O que disse a crítica: Luiz Santiago do site Plano Crítico avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Escreveu: “’Elementos’ não é um filme desprovido de alma. Ver os 4 formadores químicos [água, fogo, ar e terra] convivendo no mesmo espaço e uma trama emotiva juntando essas ‘criaturas’ é algo divertido e, com certeza, atingirá em cheio ao seu público-alvo. Mas a qualidade da obra não está no alto nível das produções da Pixar, que antes não precisava bater no peito e gritar sobre o quão visualmente bonitos eram os seus longas, porque isso todo mundo já sabe. A questão é que além de uma animação de primeira qualidade, tínhamos histórias inesquecíveis, com narrativa focada, desenvolvendo personagens de maneira a marcar gerações. Não é este o caso, no momento. ‘Elementos’ até me lembrou bastante ‘Mundo Estranho’ (2022), da Disney, que a despeito de seu visual estonteante, não conseguiu contar uma história que subisse uns degraus para cima de ‘um filme legalzinho’”.
Martinho Neto do Cinema com Rapadura gostou um pouco mais, avaliou com 3,5 estrelas. Ele disse: “A dura realidade é que ‘Elementos’ sofre uma cobrança excessiva por se tratar de um lançamento da Pixar. O visual da obra é algo deslumbrante, mas é tratado por muitos como ‘apenas obrigação’ do estúdio. E o roteiro, maior problema da produção, ainda é satisfatório e superior a diversos exemplares de outros estúdios, mesmo longe de promover uma revolução inesquecível como sempre se espera dos lançamentos da Pixar. Deixando essa pressão de lado e se atendo aos méritos do filme, trata-se de um romance para o público infantil agradável de se ver, com protagonistas cativantes dentro de uma alegoria sobre imigração superficial mas com boas intenções”.
O que eu achei: Assim como a maioria dos filmes da Disney e da Pixar, “Elementos” toca em temas universais e importantes para o público, dentre eles estão o respeito à diversidade, a importância da inclusão na sociedade, a convivência com as diferenças e o papel das relações familiares na vida das pessoas. É por aí que caminha a animação, feita com o primor visual já característico dos estúdios. Há também uma certa crítica à burocracia do serviço público e à falta de empenho na resolução de problemas que afetam áreas marginalizadas das grandes cidades. Mas não espere ver um daqueles desenhos que ficam na mente da gente por décadas. Este é até interessante mas não será inesquecível.