24.1.22

“É Apenas o Fim do Mundo” - Xavier Dolan (Canadá/França, 2016)

Sinopse:
 
Após 12 anos distante, um escritor (Gaspard Ulliel) retorna à sua cidade natal para contar à família sobre sua morte iminente. Mas o ressentimento logo altera seus planos para aquela tarde, dando lugar a rixas que alimentam solidão e dúvidas, enquanto todas as suas tentativas de empatia são sabotadas pela incapacidade das pessoas em ouvir e amar.
Comentário: Baseado em peça teatral homônima escrita por Jean-Luc Lagarce, o filme vai contar a história de um jovem escritor (Gaspard Ulliel) que fica sabendo de sua morte iminente e resolve visitar a família que não vê há 12 anos para se despedir. É nesse encontro que o filme começa, mostrando closes bem fechados no rosto dos atores, com falas em volume baixo e músicas em volume alto que fazem você pensar em desistir de seguir em frente no meio do caminho. Por sorte eu prossegui. Lá pela segunda metade o filme simplesmente decola e o jovem diretor canadense, considerado por muitos um menino prodígio, mostra ao que veio. Segundo Robledo Milani do Papo de Cinema, “O cinema de Xavier Dolan é construído basicamente em torno das relações familiares. Mãe e filho, marido e esposa, genro e sogros, ou até mesmo novas famílias, formadas por amigos muito próximos. Sua habilidade, tanto como diretor e roteirista, já foi atestada várias vezes, seja nos festivais de Cannes (8 troféus) ou Veneza (um prêmio da crítica), no Canadian Screen Awards (5 vitórias) ou no César (uma estatueta), ou ainda em lugares como Bangkok, Guadalajara, Hamburgo, Istanbul, Roterdã, Reykjavik, Estocolmo, Toronto, Vancouver ou Sydney, entre tantos outros. Por isso a expectativa gerada a cada novo trabalho por ele assinado. Em ‘É Apenas o Fim do Mundo’, seu sexto longa como realizador, ele vai ao extremo de sua proposta comum, obrigando seu protagonista a lidar com todas essas figuras: mãe, irmãos, cunhada”. Atenção à veterana Nathalie Baye, que já trabalhou com Truffaut, Godard e Spielberg, no papel da mãe do protagonista. E atenção também à trilha sonora repleta de sucessos pop que conta com músicas de Blink-182, Moby e Camille. Robledo conclui: “Xavier Dolan não faz cinema fácil [entretanto] o impacto que provoca aqui é mais profundo, interno e penoso. Ele permanece e não se desfaz no ar. Afinal, colocar um ponto final pode ser uma atitude gratificante pra muita gente. Mas seria essa uma decisão a se tomar de forma solitária? A resposta, enfim, parece estar mais no processo do que na linha de chegada”.