25.7.20

"Imagens do Inconsciente" - Leon Hirszman (Brasil, 1988)

Sinopse: Documentário em três episódios contando três casos de pacientes esquizofrênicos tratados no serviço de terapia ocupacional e reabilitação criado em 1946 pela médica psiquiátrica Nise da Silveira no então Centro Psiquiátrico Pedro II. São eles: "Em Busca do Espaço Cotidiano" sobre Fernando Diniz, "No Reino das Mães" sobre Adelina Gomes e "A Barca do Sol" sobre Carlos Pertuis.
Comentário: Segundo o artigo "Nise da Silveira: imagens do inconsciente entre psicologia, arte e política" escrito por João A. Frayze-Pereira, a dra. Nise da Silveira trilhou um percurso exemplar durante sua carreira na psiquiatria. Segundo ele tudo começou no contato com a Psicologia de Jung, que se aprofundou pela análise pessoal com Marie-Louise von Franz e pelas frequentes idas ao Instituto C. G. Jung, em Zurich. Seu trabalho teve relações com o pensamento de Artaud, com a poética de Bachelard e com as idéias de Spinoza. Sua atuação prática se deu no Setor de Terapêutica Ocupacional no antigo Centro Psiquiátrico Nacional, Engenho de Dentro (Rio de Janeiro), que foi o lugar onde ela criou o Museu de Imagens do Inconsciente. Posteriormente ela atuou na Casa das Palmeiras, instituição pioneira fundada por ela para o tratamento dos pacientes em regime de portas abertas. Era uma mulher que respeitava os animais, eleitos por ela 'co-terapeutas'; tinha paixão pela arte e conseguia o diálogo com a crítica de arte no Brasil, cujas relações lhe deram suporte para deslocar a problemática da loucura, em geral, e da esquizofrenia, em particular, do campo da psicopatologia médica para o campo da cultura. Este documentário mostra três casos clínicos do Centro Psiquiátrico Pedro II cuja narrativa é orientada a partir dos próprios trabalhos pintados pelos artistas: Fernando Diniz, Adelina Gomes e Carlos Pertuis. O filme é subdividido em três partes (cada parte para um caso clínico) e a versão em DVD conta com um episódio extra chamado "Posfácio" que é uma entrevista com a dra. Nise da Silveira, realizada pelo próprio Hirszman. São documentários difíceis de assistir, que podem se tornar monótonos demais, mas cujo conteúdo vale encarar principalmente para quem é da área da psicologia, da psiquiatria ou das artes.