Sinopse: Francesca Woodman se suicidou aos 22 anos, pulando de um edifício de Manhattan. Ela foi uma fotógrafa ávida que deixou para traz uma coleção imensa de fotografias peculiares, em preto e branco. Seus pais, George e Betty, também artistas, eram inteiramente dedicados à sua arte e um ao outro, até a morte de sua filha. Trinta anos depois, o diretor Scott Willis pinta um retrato profundo e comovente de uma família cheia de culpa e de orgulho.
Comentário: Segundo Carlos Muralhas do blog Imaginei-me dentro de ti, "Francesca Woodman nasceu numa família de artistas (os pais foram George e Betty Woodman) em 1958 nos EUA. Desde cedo se interessou por fotografia tendo começado a fotografar aos 13 anos em médio formato e em P&B. Aos 17 anos, ingressou na Rhode Island School of Design (RISD) onde, desde que iniciou os seus estudos era notório que já sabia exatamente o que queria. Depois de algum tempo de estudo, do qual uma parte em Roma, Itália, Francesca mudou-se para Nova Iorque para perseguir o seu futuro como fotógrafa. Francesca utilizou elementos do simbolismo, do barroco, do surrealismo e do futurismo. As suas fotos transportam-nos para um ambiente fantasmagórico, profundamente emocional e sensual e até mesmo, ocasionalmente, perturbado e violento. Mas o seu trabalho era genial no sentido de ser pouco comum. Não é possível ficar-lhe indiferente pela beleza, pela estranheza e pela audácia. Fascinante é também que Francesca não tentava capturar o momento suspenso no tempo mas antes preferia mostrar a fluidez do arrastar do tempo. A sua obra frequentemente contém elementos de performance – fotografando-se a si mesma em movimento (...). Podemos dizer que o corpo do seu trabalho é o autorretrato encenado em que a nudez é um elemento essencial por ser colocado como fazendo parte dos objetos e de todo o ambiente que o envolve. A natureza (folhas, ramos, pássaros…) e as casas (paredes, muros, janelas…) tinham um papel fundamental nas suas composições. Com estes elementos criava ambientes sinistros e com uma grande densidade simbólica, onde encenava histórias cheias de melancolia e tristeza onde ela era o centro de tudo. (...) Uma semana antes do seu pai participar na exposição mais importante da sua carreira no Museu Guggenheim, em 1981, Francesca suicida-se aos 22 anos. Apesar do seu primeiro livro ('Disordered Interior Geometrie') ter sido publicado cerca de uma semana antes de sua morte, Francesca manteve-se praticamente desconhecida em vida e só começou a ser conhecida em 1986, cinco anos depois da sua morte, graças a uma exposição da sua obra no Wellesley College. Em 2010, C. Scott Willis realizou este documentário ('The Woodmans') acerca da família de Francesca. Retrata o ambiente familiar e a vida da fotógrafa. 'Creio que a minha maior surpresa foi poder ler os seus diários e cadernos e ver os seus trabalhos em vídeo', disse o realizador do documentário. 'Neles descobri que a sua obra é muito mais vital do que o que parece e que esta tem muito a ver com a celebração da vida e não tanto com a ausência como costuma ser indicado. Creio, como disse o seu irmão no documentário, que a arte era uma religião para ela e para a sua família. E quem sabe se não foi daqui que surgiram seus problemas. A arte não matou Francesca mas sim dava-lhe vida, no entanto foi quando uma crise criativa afetou a sua capacidade de trabalho que a artista entrou no desequilíbrio profundo que acabou com a sua vida'. Francesca Woodman deixou-nos cerca de 800 maravilhosas fotos."