17.4.11

"Anticristo" - Lars Von Trier (Dinamarca/Alemanha/França/Suécia/Itália/Polônia, 2009)

Sinopse: Um casal devastado pela morte de seu único filho se muda para uma cabana isolada na floresta Éden, onde coisas estranhas e obscuras começam a acontecer. A mulher (Charlotte Gainsbourg) é uma intelectual escritora que não consegue se livrar do sentimento de culpa pela morte do filho, e ele (Willem Dafoe), um psicanalista, que tenta exercer seu meio de trabalho para ajudar a esposa. O filme é dividido em partes: o "Prólogo", o "Luto", a "Dor (Caos Reina)", o "Desespero (Genocídio)", "Os Três Mendigos" e o "Epílogo".
Comentário: Segundo Luiz Zanin, do Estadão, "com 'Anticristo', Lars Von Trier causou polêmica no Festival de Cannes. A ponto de um jornalista exigir, na entrevista coletiva, que ele justificasse ter feito aquele filme. O dinamarquês, que não leva desaforo para casa, respondeu que não precisava justificar coisa nenhuma. O jornalista retrucou que, em se tratando daquele tipo de filme, sim, precisava. O bate-boca é exterior à obra. Mas serve para se aproximar a ela. Digamos que, no caso, quem tem razão é o realizador. Ele faz a obra, quem quiser que a veja. Quem se sentir incomodado, saia da sala, previna os amigos, escreva contra, detone. O filme está lá. Denso, provocativo. Misterioso. Chocante. Por isso, embora sem dar-lhe razão, podemos entender a perplexidade do crítico que exigiu explicações ao diretor. Von Trier apresenta um filme de fato duro de ver. Em especial em duas sequências, que não serão descritas para não estragar, não digo o prazer do espectador, mas a sua surpresa. Mas como convém prevenir, é lícito avisar que se trata de cenas de tortura e mutilação. Filmadas com todos os detalhes, em realismo cru, de doer – literalmente. Há também cenas de sexo explícito, mas será que alguém se choca com elas hoje em dia. Já com a violência é outra coisa. Fica a polêmica: são cenas apelativas ou essenciais à estrutura do filme? Feitas para ‘épater’, chocar os desavisados, ou expressam o ponto terminal de uma mente atormentada? Cada espectador, de acordo com sua sensibilidade e entendimento da obra, terá uma resposta". O que eu poderia acrescentar à isso é com relação à fotografia do filme. Se você quer saber o que é fotografia contemporânea, assista, é de tirar o fôlego. Quanto ao filme em si, veja com o espírito preparado, é para os fortes ou então é melhor nem ver.