13.3.11

"Um Rei em Nova York" - Charles Chaplin (Reino Unido, 1957)

Sinopse: Um rei europeu (Charles Chaplin) recentemente destronado busca refúgio na cidade de Nova York. Lá ele se torna uma celebridade acidental da televisão, mas acaba injustamente acusado de ser comunista.
Comentário: Segundo Rubens Ewald Filho, "o filme que Chaplin rodou no exílio na Inglaterra (na verdade, sua terra natal), ainda muito magoado com os Estados Unidos, de onde tinha sido praticamente expulso sob suspeita de ser comunista. Por isto esta comédia é um acerto de contas, uma visão amarga dos defeitos da sociedade americana e em especial do McCarthismo e do Comitê de Atividades Anti-Americanas, que investigou e perseguiu simpatizantes do comunismo na década de 50. Isto prejudicou muito esse filme pouco engraçado (beirando, em alguns momentos, o mau-gosto), com roteiro muito mal alinhavado, em especial no final (mas no qual ele trabalhou por dois anos). Um dos filmes mais fracos de toda sua carreira e que só estrearia nos EUA em 1973. O filme sofre ainda com um excesso de temas (parece que ele quis comprimir em 100 minutos tudo que via de negativo nos EUA) e em especial com a atuação amadorística do filho de Chaplin, Michael, no papel-chave do menino filho de pais comunistas (na sua primeira sequência contracenando com o pai, é possível ver claramente ele olhando para alguém atrás da câmera e murmurando antecipadamente as falas de Chaplin). Além disso, o diretor estranhou os estúdios ingleses, onde não podia desperdiçar tempo e não conhecia ninguém; isso fez com que o filme fosse feito em meras 12 semanas, um recorde para Chaplin, o que ficou visível no resultado final. Esta seria a última aparição dele como astro (depois faria apenas uma ponta no ainda pior "A Condessa de Hong Kong", de 1967, seu último filme)".