Sinopse: Japão, século XIX. Zatoichi (Takeshi Kitano) é um andarilho cego que sobrevive como massagista e jogador de cartas, mas por trás de sua aparência humilde e frágil se esconde um espadachim de raro talento. Numa de suas andanças, Zatoichi chega a uma aldeia dominada pelo sanguinário bandoleiro Ginzo (Ittoku Kishibe) que, junto com seu capanga Hattori (Tadanobu Asano), elimina quem se coloque no seu caminho. Nessa aldeia, Zatoichi conhece dois irmãos - uma moça e um gay - que vivem como gueixas. Elas querem vingar a morte de seus pais.
Comentário: Segundo Rubens Ewald Filho, "não tinha me dado conta que este filme de Takeshi Kitano tinha ganho quatro prêmios em Veneza (inclusive Melhor do Público), prêmio do Público em Toronto, vários da Academia japonesa. Meu interesse nele era porque se trata da refilmagem de uma célebre série de fitas de ação japonesa com o personagem de Zatoichi, o espadachim cego (se não me engano foram 26 filmes, que eu nunca tive a chance de ver). E que são basicamente sobre um espadachim que compensa o fato de ser cego pela precisão dos outros sentidos. Aqui, Kitano estranhamente pintou o cabelo de loiro e optou por andar sempre de olhos fechados (a não ser nos últimos cinco minutos). Além de andar sempre devagar e de pernas abertas. Mas a verdade é que ele não é um grande realizador. Tem ideias, mas peca sempre nos enquadramentos, na decupagem. Suas imagens aqui não têm a beleza dos filmes de samurai de Kurosawa, nem de longe de 'Herói', de Zhang Yumou. Nem a harmonia ou elegância. Mesmo as cenas de lutas são banais (e fiquei irritado em perceber logo de cara que o sangue espirrando foi colocado depois por efeitos digitais). A história ficou alongada e por vezes confusa. De novo, parece que tem a história da pedofilia (um garoto se prostitui quando bandidos matam sua família e acaba virando travesti/gueixa, quando junto com a irmã procura a vingança, no qual Zatoichi irá colaborar). E tenta-se manter surpresa a identidade do chefe dos bandidos. Mas fiquei decepcionado com o filme, que não tem o brilho de outros anteriores ou mesmo do similar chinês. A consagração foi exagerada". Mediano.
