Sinopse: Chihiro, uma menina esperta de 10 anos, e seus pais estão de mudança. Nos arredores do novo bairro eles se deparam com um parque de diversões abandonado. Como num sonho ela começa a viver uma grande aventura num mundo encantado, habitado por fantásticas criaturas e passa a ser protegida por Haku, um menino com poderes mágicos. Para salvar seus pais e voltar ao nosso mundo, Chihiro terá de ter muita humanidade, coragem e determinação.
Comentário: Hayao Miyazaki (1941) é um animador, cineasta, roteirista, escritor e artista de mangá japonês. Ele é cofundador do Studio Ghibli, uma companhia de cinema e animação, tendo conquistado reconhecimento e aclamação internacional pela qualidade de seus vários longas-metragens de animação, os quais ele normalmente escreve e dirige. Dentre suas animações estão: “O Castelo de Cagliostro” (1979), “Meu Amigo Totoro” (1988), “Princesa Mononoke” (1997) e “O Castelo Animado” (2004). “A Viagem de Chihiro” (2001) é o primeiro longa que vejo dele.
Flávio Augusto do site Cineplayers nos conta que "a história de 'A Viagem de Chihiro' é cercada de simbologias complexas e criaturas fantásticas, tão magicamente elaboradas que parecem impressionar-se umas com as outras. Quando se trata da parte técnica, Miyazaki e sua equipe dão um espetáculo. A maioria das cenas em 'A Viagem de Chihiro' foi feita a pincel, com exceção de poucas computadorizadas (a que Chihiro corre entre as flores, por exemplo). Os cenários são baseados na arquitetura tipicamente japonesa e receberam um colorido intenso justamente para acentuar a fantasia do filme. A trilha sonora, composta por Joe Hisaishi, é boa e variada, apresentando desde temas leves até os mais carregados. Aqui vale um destaque para a música-tema do filme".
O longa ganhou o Oscar de Melhor Animação e o Urso de Ouro do Festival de Berlim.
O que disse a crítica: Ritter Fan do site Plano Crítico avaliou com 4,5 estrelas, ou seja, excelente. Escreveu: “Se Luís Buñuel se reunisse com Salvador Dalí, Lewis Carrol, Alejandro Jodorowski, David Lynch e Terry Gilliam para conversar sobre ideias para filmes sob efeito dos mais diversos alucinógenos, tenho certeza de que eles não teriam a capacidade de chegar a um décimo da inventividade e imaginação que Hayao Miyazaki demonstra em ‘A Viagem de Chihiro’, longa de pura fantasia que o mestre das animações constrói ao redor de sua premissa favorita, o amadurecimento de uma jovem. Na verdade, o primeiro filme do século XXI do Estúdio Ghibli é quase que completamente um longo e deslumbrante desfile da fertilíssima inventividade sonora e visual de Miyazaki que parece feliz em soltar os freios completamente nos departamentos de criaturas bizarras e cenários magníficos e laboriosos que mantêm o espectador boquiaberto o tempo todo”.
Pedro Hunter do site Omelete avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Disse: “Não há realmente ponto negativo na obra. Alguns adultos mais cínicos podem achá-lo um tanto infantil (não é!) e crianças mais sensíveis podem se assustar com certas sequencias, mas nada demais se comparado à morte da mãe do Bambi... Esta é uma animação que o Omelete recomenda enfaticamente. Não deixe de assistir”.
O que eu achei: Esqueça os desenhos da Disney ou mesmo as animações europeias pois o que você vai ver aqui é uma viagem de ácido pois haja criatividade para chegar em tal resultado. No começo até existe uma certa normalidade mostrando uma menina que chega de carro com seus pais no novo bairro onde pretendem morar. A partir do momento que eles param o automóvel e resolvem explorar a pé um parque de diversões abandonado, tudo muda de figura pois ela vai se relacionar com seres que não são deste mundo e que são, no mínimo, estranhos para qualquer referência que temos em termos de animações de fantasmas. Tive que ver duas vezes pois na primeira eu me distraí tanto com as criaturas que não consegui acompanhar direito a trama. Só na segunda rodada pude compreender exatamente o que houve. É feito para crianças pré-adolescentes mas é também para adultos pois as ilustrações te tiram do lugar comum. Abocanhou o Oscar de Melhor Animação.