30.3.24

“Dois Homens e Meio” – Chuck Lorre & Lee Aronsohn (EUA, 2003-2015)

Sinopse:
Praia de Malibu, Califórnia. Dois irmãos bem diferentes um do outro: Charlie Harper (Charlie Sheen) - um solteirão que está sempre de bem com a vida, envolvido em jogos, bebidas e mulheres - e Alan Harper (Jon Cryer) que é quiroprático e tem um filho, Jake Harper (Angus T. Jones) – passam a morar juntos depois que a esposa de Alan, Judith (Marin Hinkle), pede o divórcio.
Comentário: Trata-se de uma série cômica que foi ao ar de 2003 a 2015. Teve 12 temporadas e 262 episódios, fazendo um sucesso estrondoso.
Segundo o site Wikipédia, a história é a seguinte: Charlie Harper (Charlie Sheen) é um compositor de jingles que mora numa bela casa na praia de Malibu, em Los Angeles. É rico, por isso tem uma enorme facilidade de conquistar as mulheres. Possui um belo carro na garagem e sempre se mete em confusões devido ao seu consumo de bebidas alcoólicas e seu envolvimento com mulheres, jogos e apostas. Seu estilo de vida muda quando seu irmão Alan Harper (Jon Cryer), que está no meio de um divórcio com a esposa, passa a morar com ele junto com seu filho Jake Harper (Angus T. Jones). Para complicar ainda mais a vida dos dois, eles tem uma mãe, Evelyn Harper (Holland Taylor), que não liga muito para eles e está sempre os tratando com desprezo. Charlie ainda tem que lidar com a sua vizinha estranha, Rose (Melanie Lynskey), que está sempre o perseguindo e vigiando. Rose teve um breve relacionamento com Charlie e é bem visível sua paixão por ele, apesar dele sempre tentar se afastar dela chamando-a de louca e perseguidora. Alan também tem de aturar sua ex-esposa Judith (Marin Hinkle) que está sempre lhe dando o fora e pedindo dinheiro. Apesar de Charlie e Alan serem pessoas muito diferentes, eles tem uma coisa em comum: os dois amam Jake e querem o melhor para o menino. Outro personagem não menos importante é a empregada de Charlie, Berta, interpretada pela atriz já falecida Conchata Ferrell.
Apesar do enorme sucesso do seriado, em fevereiro de 2010 as filmagens tiveram que ser canceladas por algumas semanas por conta do ator Charlie Sheen ingressar em um programa de reabilitação de drogas, voltando no mês seguinte. Aparentemente, tudo voltaria ao normal, mas em abril de 2010, Sheen anunciou que deixaria a atração. Ele filmou o episódio final da 7ª temporada, mas rejeitou prosseguir após recusar a oferta da CBS de receber 1 milhão de dólares por episódio por achar o valor “muito baixo”. Entretanto, após negociações, ele acaba voltando para gravar mais episódios recebendo 1,78 milhão de dólares por cada um. Em janeiro de 2011, Sheen entra voluntariamente num centro de reabilitação pela terceira vez em 12 meses e o seriado foi colocado novamente em hiato por tempo indeterminado. No mês seguinte, após atacar verbalmente o diretor e criador do seriado numa entrevista de rádio, a CBS anunciou que Sheen deixaria a produção. Ele finaliza a gravação da 8ª temporada, sendo demitido oficialmente em março de 2011.
Com a saída do personagem principal da trama, Chuck Lorre resolve prosseguir as gravações colocando Jon Cryer – que interpreta Alan Harper - em um papel-chave ao lado de um novo personagem que seria interpretado pelo ator Ashton Kutcher. E assim, em setembro de 2011, começa a 9ª temporada que mostra o personagem de Charlie Sheen tendo morrido. Seus parentes, amigos e ex-namoradas participam de seu funeral. A casa onde o personagem de Charlie morava em Malibu é colocada à venda e Walden Schmdit (nome do personagem de Ashton Kutcher) ingressa na trama comprando a casa que era de Charlie Harper. E assim a série ainda consegue fôlego para chegar até a 12ª temporada.
Outro que deixa o seriado durante as gravações é o ator Angus T. Jones que interpreta Jake Harper, o filho de Alan Harper. Ele entrou para o elenco quando tinha apenas 10 anos e permaneceu como um personagem regular até a 10ª temporada. O que ocorreu é que o ator entrou para a Igreja Adventista do Sétimo Dia passando a achar o conteúdo do programa pouco adequado. Com isso, no último episódio da 10ª temporada, Jake chega em casa e anuncia que vai para o Japão por pelo menos um ano e sai da trama. Mesmo assim, o ator fez uma aparição especial no último episódio da série em 2015.
O que eu achei: De fato, não se pode dizer que o conteúdo do seriado seja politicamente correto, muito pelo contrário: a série é sexista, possui piadas degradantes sobre mulheres, é machista e a relação entre os irmãos e mesmo entre a mãe e os filhos é tóxica e não deveria servir de exemplo para ninguém. Mas, apesar da podridão, ele é tão engraçado e até mesmo verossímil que você não consegue parar de assistir, especialmente na época em que passou que não se tinha tanta consciência sobre nada disso. Até hoje (2024) o seriado é transmitido pela Warner, em reprises que intercalam episódios da 1ª a 8ª temporada. Não faço ideia do porquê eles não exibem também as temporadas 9 em diante, sem o ator Charlie Sheen. Para ver o seriado completo você precisaria recorrer à algum streaming pago, como o da Amazon Prime, por exemplo. A química entre os atores é notória, indicando não só a boa qualidade do elenco como também uma competência em fazer rir por parte dos criadores da série e da direção. É aquele tipo de comédia com um timing perfeito. Uma pena Charlie Sheen ter saído de forma tão desastrada. Esse remendo que o seriado sofreu da 8ª para a 9ª temporada abalou completamente a trama que perdeu muito sem sua presença. Ashton Kutcher, apesar de esforçado, não consegue substituir Sheen à altura e a entrada frequente de novos personagens, a maioria deles ligados à Walden Schmdit, fazem o seriado parecer outro, perdendo toda a química anterior. Então mesmo sendo extremamente engraçado, da 9ª temporada em diante o rendimento cai bastante e assim segue até o final. Além disso, essas temporadas finais apelam demais para um conteúdo que passa dos limites do bom senso tornando tudo menos palatável.