18.2.24

“Maestro” - Bradley Cooper (EUA, 2023)

Sinopse:
Cinebiografia do compositor, músico e pianista Leonard Bernstein (Bradley Cooper), responsável pela composição da trilha sonora de musicais aclamados da Broadway como “West Side Story”, “Peter Pan” e “Candice”. Natural da cidade de Lawrence, Massachusetts, nos EUA, Bernstein ocupou o cargo de principal condutor da Orquestra Filarmônica de Nova York durante 18 anos e se consagrou como um dos músicos mais importantes dos EUA. Ele teve uma complexa relação com a atriz de TV e teatro Felicia Montealegre (Carey Mulligan) com quem teve três filhos.
Comentário: Bradley Cooper (1975) é um ator, cineasta e produtor americano. Começou sua carreira como convidado na série de televisão “Sex and the City” em 1999 e depois passou a atuar no cinema. Como diretor, vi dele o remake mediano "Nasce uma Estrela" (2018).
Em “Maestro”, Cooper vai contar a trajetória do gênio da música clássica Leonard Bernstein, bem como seu relacionamento com Felicia Montealegre.
Yasmin Altaras do site TechTudo nos conta que “com pouco mais de duas horas de duração, o longa original da Netflix tem roteiro co-escrito por Cooper e Josh Singer e produzido por Martin Scorsese, Steven Spielberg e Todd Phillips. (...) O enredo do drama gira em torno da complexa história de amor entre o maestro e compositor Leonard Bernstein (Cooper) e sua esposa, a atriz Felicia Montealegre Cohn (Mulligan). Após se conhecerem em uma festa em 1946, o longa retrata como os dois artistas enfrentaram os altos e baixos da vida a dois e, também, a relação do casal com o próprio universo artístico”.
Mateus Omena da Revista Exame disse que este “é o primeiro trabalho de Bradley Cooper na direção de um longa desde que estreou nesta função em ‘Nasce Uma Estrela’, de 2018. (...) Diversos ativistas estranharam o visual de Cooper para interpretar Bernstein. Alguns acusaram o ator de ‘jewface’, considerado equivalente do ‘blackface’ para judeus. Leonard Bernstein era filho de judeus ucranianos e o uso da prótese pelo ator foi apontado como uma caracterização estereotipada. Além de Bradley Cooper como Leonard Bernstein e Carey Mulligan (‘Bela Vingança’) como a esposa Felicia, o filme conta com também com Maya Hawke (‘Stranger Things’), Matt Bomer (‘American Horror Story’), Michael Urie (‘Ugly Betty’) e Sarah Silverman (‘Escola de Rock’) no elenco”.
Mas quem foi exatamente Leonard Bernstein? Omena nos conta que “Leonardo Bernstein nasceu em 1918, em Lawrence, Massachussets (EUA). O músico e maestro morreu em 1990, aos 72 anos, de infarto agudo do miocárdio, causado por um mesotelioma, apenas cinco dias após se afastar do mundo da música. Ele venceu vários prêmios Grammy e foi responsável pelas composições de diversos espetáculos, como o musical ‘West Side Story’, ‘Candide’, e ‘On the Town’. Longe dos palcos, Bernstein era conhecido também pelos casos extraconjugais, inclusive por relatos de bissexualidade”.
“Maestro” está concorrendo ao Oscar de Melhor Filme, Ator (Bradley Cooper), Atriz (Carey Mulligan), Roteiro (Bradley Cooper e Josh Singer), Maquiagem e Penteados, Som e Fotografia.
O que disse a crítica: Flávio Pinto do site Omelete avaliou com 3 estrelas, ou seja, bom. Escreveu: “A impressão que fica é que Cooper, paradoxalmente, enquanto diminui a figura de Bernstein para preservar a mítica do maestro, mete os pés pelas mãos ao tentar fazer um pouco de tudo. Embora tenha crescido como diretor, um esforço que fica visível nas escolhas de estilo e de encenação, o galã ainda precisa lapidar melhor suas narrativas para ser mesmo o próximo Clint Eastwood, um de seus grandes ídolos e um ícone em Hollywood tanto das narrativas românticas quanto das míticas. Bradley Cooper está nesse caminho, que eventualmente implicará depurar esse estilo que ele tateia. Afinal, nem todos podem ser como Bernstein e assumir uma grande responsabilidade sem alguns ensaios”.
Ritter Fan do Plano Crítico avaliou com 5 estrelas, ou seja, obra-prima. Disse: “’Maestro’ é uma sinfonia audiovisual da mais alta qualidade que Cooper rege com segurança e cuidado atrás e na frente das câmeras acompanhado de um trabalho de se aplaudir de pé por parte de Mulligan. ‘Napoleão’ pode até ter chegado a ser imperador, mas quem realmente ganha uma régia e inesquecível cinebiografia na base do ‘atrás de todo grande homem, há sempre uma grande mulher’, em 2023, é mesmo Leonard Bernstein”.
O que eu achei: “Maestro” teve a crítica especializada dividida, alguns fazendo duras críticas ao filme e outros considerando o resultado uma obra-prima. Eu achei o filme bom, não chega a ser excelente mas é um filme digno que merece ser visto. A cinebiografia do maestro Leonard Bernstein não é completa. Não espere ver nada relacionado ao seu nascimento ou infância (e nem ao final de sua vida) pois o filme já começa em 1943 com Bernstein sendo maestro assistente da Filarmônica de Nova Iorque e fazendo sua estreia de supetão e sem ensaio por conta do maestro principal - Bruno Walter - ter contraído uma forte gripe. No dia seguinte ao concerto, o The New York Times rendeu elogios ao mais novo maestro e ele se tornou famoso rapidamente, pois o concerto foi transmitido para todo o mundo. A partir dessa introdução o foco da história muda, mostrando como ele conheceu e se casou com a atriz chilena Felicia Cohn Montealegre, com quem ele teve três filhos enquanto, em paralelo, ele segue sua vida social intensa tendo casos extraconjugais com homens. No papel de Felicia está a atriz inglesa Carey Mulligan que está indicada ao Oscar de Melhor Atriz. Com relação à algumas críticas que o filme sofreu por conta da caracterização de Cooper que julgaram estereotipada eu discordo pois ele ficou extremamente parecido com o verdadeiro maestro o que rendeu, também à equipe de Maquiagem e Penteados, outra indicação ao Oscar. As demais indicações - Ator (Bradley Cooper), Roteiro (Bradley Cooper e Josh Singer), Som e Fotografia – todas me parecem bem coerentes. Talvez só a indicação de Melhor Filme seja um pouco exagerada pois ele carece de alguns ajustes aqui e ali. Atenção à excelente trilha sonora composta por músicas de autoria do próprio Leonard Bernstein, assim como Mahler e Schumann.