30.4.24

“Michael Jackson's This Is It” – Kenny Ortega (EUA, 2009)

Sinopse:
Resultado de uma edição de mais de cem horas de gravação, o diretor Kenny Ortega revela cenas gravadas durante os ensaios para a última turnê do cantor, programada para o início do verão de 2009 em Londres.
Comentário: Segundo Érico Borgo do site Omelete, trata-se de um misto de documentário e musical que reúne “trechos dos ensaios da mais grandiosa turnê que Michael Jackson faria em sua carreira. Com a morte prematura do cantor, os cinquenta shows lotados nunca aconteceram - e ‘Michael Jackson's This Is It’ é o mais perto que os fãs jamais chegarão dessa verdadeira superprodução.
Após uma breve sequência em que dançarinos são escolhidos para acompanhar o Rei do Pop, que serve para criar alguma tensão antes da primeira aparição do artista, Michael enfim entra no palco. (...) Ao longo dos 102 minutos de projeção apagam-se da memória os problemas com a justiça, os momentos constrangedores e bebês balançantes. O que se vê na tela é um artista em pleno domínio de sua técnica. Jackson dança como um alucinado, critica a equipe (‘o faço com amor, A, M, O, R’) e comanda concentrado todos os aspectos do espetáculo que jamais será apresentado ao vivo. Kenny Ortega, diretor do espetáculo, parece estar ali só para cuidar da parte cinematográfica e servir de intérprete dos desejos de Jackson para a equipe. O filme costura registros de câmeras de qualidades diversas - algumas beiram a falta de resolução. É, obviamente, algo extraído do que seria o making of, o ‘Disco 2’, do DVD ao vivo do show. Mas se o disco de extras gerou material tão decente, nem dá pra imaginar como seriam as apresentações de verdade. Jackson estava a um passo de fazer história - de novo - mas o esforço o consumiu (algo que em momento algum é mostrado, vale dizer)”.
O que eu achei: O documentário mostra as gravações dos ensaios de uma turnê que Michael Jackson faria em 2009 e que representaria sua despedida dos palcos. É tipo uma superprodução hollywoodiana, comparável em termos de recursos à um filme do Spielberg. Há até uma cena em P&B, extremamente bem feita, na qual ele é inserido dentro do filme “Gilda” (1946) do diretor Charles Vidor. Eu fiquei hipnotizada pelo cantor/dançarino/compositor do primeiro ao último instante, sem conseguir piscar nem me desvencilhar daquilo. Enquanto olhos e ouvidos trabalhavam incessantemente, meus pensamentos giravam em torno das acusações que ele sofreu – especialmente as de abuso sexual infantil (pedofilia) pelas quais ele chegou a ser preso e posteriormente inocentado – e na sua morte prematura, pois o cara era simplesmente sensacional no palco. Era o Rei do Pop como diziam. A turnê começaria em julho de 2009 na The O2 Arena em Londres, mas devido à sua morte prematura, ela acabou cancelada. Seu falecimento se deu um mês antes da estreia, em junho de 2009. O documentário não mostra, mas dizem que esses ensaios foram tão exaustivos e estressantes que eles fatalmente colaboraram com sua partida. Ele tinha apenas 50 anos de idade. Sofreu uma parada cardíaca em casa, intoxicado por propofol e benzodiazepina (ambos sedativos e anestésicos), medicamentos com os quais ele vinha sendo tratado pelo seu médico, o dr. Conrad Murray, que acabou condenado em 2011 por homicídio culposo, cumprindo pena de dois anos de prisão. Reúne a galera, aumenta o som e se joga pra assistir. Vai ser difícil ficar parado na cadeira.