20.8.18

“Me chame pelo seu nome” - Luca Guadagnino (França/Itália/EUA/Brasil, 2017)

Sinopse: O sensível e único filho da família americana com ascendência italiana e francesa, Elio (Timothée Chalamet), está enfrentando outro verão preguiçoso na casa de seus pais na bela e lânguida paisagem italiana. Mas tudo muda quando Oliver (Armie Hammer), um acadêmico que veio ajudar a pesquisa de seu pai, chega.
Comentário: Trata-se de uma adaptação do romance homônimo de André Aciman. Segundo Beatriz Martínez para o El País, "Os direitos da obra literária haviam sido adquiridos por James Ivory, que aos 89 anos escreveu o roteiro do filme e trabalhou em sua adaptação ao lado de Luca Guadagnino. Este também deu um toque pessoal, situando a ação em 1983, ao que parece, para que os personagens mantivessem a inocência prévia à onda conservadora desencadeada por Reagan nos Estados Unidos e Thatcher no Reino Unido. E antes também do advento da aids como uma doença que acabaria se transformando numa arma política de medo para estigmatizar as relações homossexuais. O resultado é uma delicadíssima adaptação da prosa de Aciman. Guadagnino, como provou em 'Mergulho No Passado' (2015), é um grande criador de atmosferas sugestivas. Em 'Me Chame Pelo Seu Nome', ele é capaz de suspender o tempo, de submergir o espectador num clima cálido e úmido, letárgico e hipnótico, onde até o som das cigarras e o suco de um damasco se transformam numa fonte de magnetismo erótico. (...) O filme não brinca com coisas que poderiam parecer desagradáveis, e sim com os sentimentos em estado puro. Tem algo de milagre. Consegue mostrar de forma muito nítida, ao mesmo tempo dolorosa e reconfortante, o que significa primeiro desejar, depois amar e finalmente perder. É um filme de aprendizagem, mas sua lição, por sorte, nunca acaba de ser totalmente aprendida. Assim, talvez venham filmes melhores este ano, mas nenhum será tão especial e tão emocionante, tão sensível e significativo quanto 'Me Chame Pelo Seu Nome'".