16.7.18

“Blade Runner, o Caçador de Androides” - Ridley Scott (EUA, 1982)

Sinopse: No século 21, uma corporação desenvolve clones humanos - identificados como replicantes - para serem usados como escravos em colônias fora da Terra. Em 2019, um ex-policial (Harrison Ford) é acionado para caçar um grupo fugitivo vivendo disfarçado em Los Angeles.
Comentário: Trata-se do filme número 59 da lista dos 100 essenciais elaborada pela Revista Bravo! em 2007. A matéria diz: "Los Angeles, 2019. Com o planeta transformado em sucata por causa da chuva ácida e de outros desastres ambientais, a humanidade migrou para colônias espaciais e a Terra abriga apenas os excluídos. Nesse cenário de caos, cinco replicantes (androides extremamente desenvolvidos) desafiam a proibição de vir à Terra e são caçados por policiais chamados 'blade runners'. Um ex-caçador, Deckard (Harrison Ford), é convocado para eliminar os intrusos (cujas vidas duram apenas quatro anos), e acaba descobrindo segredos sobre a própria identidade. O que diferencia 'Blade Runner - O Caçador de Androides', dirigido por Ridley Scott, de outras produções futuristas centradas na ação é, em parte, seu conteúdo filosófico. Ao serem montados, os replicantes recebem memórias afetivas, o que lhes dá uma consciência quase humana, fazendo com que demonstrem emoções. O fato de serem monitorados por grandes corporações faz referência às formas diversas de controles individuais já presentes no início dos anos 1980, quando o filme foi realizado. A desumanização provocada pela tecnologia, a proximidade do colapso ambiental e a construção que fazemos dos sentimentos e lembranças são outros temas explorados. O roteiro foi inspirado em 'Do Androids Dream of Electric Sheep?', do cultuado autor de ficção científica Philip K. Dick. A fotografia, a direção segura de Scott, os cenários futuristas banhados em luzes difusas e a gélida trilha sonora de Vangelis mantêm seu apelo intacto. A obra também serviu de trampolim para Rutger Hauer, Daryl Hannah e Sean Young, que se tornaram atores conhecidos. A mistura de ação e filosofia e o elaborado visual, fatores que tornaram o filme cultuado, também atrapalharam seu desempenho nas bilheterias no lançamento. Era uma obra cerebral demais para o público, que esperava tiros e perseguições. Como Scott foi obrigado a fazer diversas alterações na montagem para deixar o resultado mais palatável, mudando inclusive o desfecho, originalmente pessimista, a crítica se dividiu entre elogios e restrições. Apenas em 1992, quando o cineasta relançou o filme na edição que ele havia concebido, sem a narração em off de Ford e com o final original, 'Blade Runner' recuperou o status que sempre mereceu". Segundo o site Omelete, "Outros dos nomes em destaque do longa-metragem são os do designer Syd Mead (Moebius foi convidado, mas declinou - algo de que mais tarde se lamentou), o diretor de arte David Snyder e o diretor de fotografia Jordan Cronenweth, no que é o mais relevante trabalho de suas carreiras. Todo o visual futurista-retro é inspirado nos filmes noir da década de 50, nos quadrinhos de ficção franceses (especialmente a revista Metal Hurlant) e em outro clássico da ficção científica, 'Metrópolis', de Fritz Lang". Trata-se de uma obra-prima de Ridley Scott, simplesmente imperdível.