4.2.18

“Coisas Belas e Sujas” - Stephen Frears (Reino Unido, 2002)

Sinopse: Um imigrante nigeriano chamado Okwe (Chiwetel Ejiofor) que vive em Londres descobre uma rede de contrabando de órgãos, mas não pode denunciar os responsáveis à polícia, pois está no país em situação ilegal. Ele só confia numa turca (Audrey Tatou) que está na mesma situação que ele e ambos terão que lutar para sair do país.
Comentário: Segundo Camila Agustini para a Revista Carta Maior, "Para contar sua história, Frears aposta no contraste e um dos reflexos mais interessantes dessa escolha - que ultrapassa o próprio enredo - pode ser percebido na iluminação adotada. Jogos alternados de luz e variações cromáticas criam um ambiente ao mesmo tempo sombrio e iluminado. Uma ambientação perfeita à trama. Frears acerta também ao conduzir com intensidade a narrativa, tirando o fôlego do espectador. Ele lança mão de inúmeras questões que ficam a sussurrar nos ouvidos do espectador durante toda a projeção: O que fez Okwe para ter que fugir de seu país? Irá ele abandonar todos os seus princípios e valores e entrar no esquema do tráfico de rins? E Senay, irá conseguir seduzi-lo? A truculenta Polícia de Imigração conseguirá pegá-los? Mas o esforço de construir uma história tão rica seria em vão se não fosse a competência da dupla de atores principais. Audrey Tatou, a estrela de 'O Fabuloso Destino de Amèlie Poulain', prova que é mais do que uma heroína romântica ao compor uma Senay enigmática e lacônica. E Chiwetel Ejiofor confere a Okwe a hombridade e compostura adequados ao homem que deve resistir a toda sorte de provações. Com tudo isso, 'Coisas Belas e Sujas' consegue perturbar o espectador, questionando valores e a própria ética. Um filme que não acaba com o acender das luzes do cinema".