14.2.16

"Os Oito Odiados" - Quentin Tarantino (EUA, 2015)

Sinopse: Durante uma nevasca, o carrasco John Ruth (Kurt Russell) está transportando uma prisioneira, a famosa Daisy Domergue (Jennifer Jason Leigh), que ele espera trocar por grande quantia de dinheiro. No caminho, os viajantes aceitam transportar o caçador de recompensas Marquis Warren (Samuel L. Jackson), que está de olho em outro tesouro, e o xerife Chris Mannix (Walton Goggins), prestes a ser empossado em sua cidade. Como as condições climáticas pioram, eles buscam abrigo no Armazém da Minnie, onde quatro outros desconhecidos estão abrigados. Aos poucos, os oito viajantes no local começam a descobrir os segredos sangrentos uns dos outros, levando a um inevitável confronto entre eles.
Comentário: Segundo Ritter Fan do site Plano Crítico, "'Os Oito Odiados' provavelmente é, mesmo considerando a filmografia quase que completamente experimental de Quentin Tarantino, seu filme menos palatável, menos apreciável automaticamente. As restrições a que o cineasta se auto impôs, transformando sua obra de quase três horas de duração (e mais de três horas no formato em 70mm) essencialmente em teatro filmado não só mostram coragem em tentar coisas novas, como também pouca preocupação em agradar o chamado gosto popular. Apesar de verborrágico, o longa, por ser um faroeste, vale-se muito pouco de linguagem pop e, por ser uma produção de caráter bem mais restrito do que 'Django Livre', não tem nem mesmo a pegada mitológica da saga do personagem de Jamie Foxx. Em poucas palavras, 'Os Oito Odiados' é um faroeste de suspense quase que integralmente passado dentro de um ambiente só, o Armazém da Minnie, localizado no meio do nada com coisa nenhuma, para onde todo o elenco aos poucos converge em razão de uma nevasca. (...) Longo, econômico em ação, mas cadenciado e esteticamente virtuoso, 'Os Oito Odiados' é um filme quase inclassificável. Quentin Tarantino colocou-se em uma sinuca de bico cinematográfica de onde saiu triunfante com uma obra diferente, mas ao mesmo tempo familiar em relação a tudo o que veio antes em sua cinematografia. Esse faroeste confinado de mistério em tempo quase real até pode ser odiado por muita gente e não faço julgamentos aqui, mas diria que a experimentação do cineasta pode ser igualmente fascinante do começo ao fim se formos além do que costumeiramente esperamos de Tarantino".