1.5.14

"O Demônio das Onze Horas" - Jean-Luc Godard (França/Itália/EUA, 1965)

Sinopse: Ferdinand Griffon (Jean-Paul Belmondo) está entediado com a sociedade parisiense. Certa noite, ele deixa a esposa em uma festa e volta sozinho para casa, onde encontra uma antiga amiga, Marianne Renoir (Anna Karina), trabalhando como babá dos seus filhos. No dia seguinte, ele aceita fugir com a bela para o Mediterrâneo, mas o casal vai ser perseguido por mafiosos.
Comentário: Segundo Celso Sabadin do Cineclick, "não é todo mundo que consegue roteirizar e dirigir dois filmes no mesmo ano. Muito menos colocar um deles em competição no Festival de Veneza, e ganhar o Urso de Ouro em Berlim com o outro. No mesmo ano! Godard conseguiu: em 1965, seu 'Alphaville' ganhou o prêmio máximo em Berlim e, poucos meses depois, seu outro trabalho - 'O Demônio das 11 Horas' - concorria ao Leão de Ouro em Veneza e ao Bafta na Inglaterra. (...) Sintonizado com os ideais dos anos 60, 'O Demônio das 11 Horas' é a apologia do inconformismo libertário. A partir do livro de Lionel White, Godard faz de seu roteiro um hino à liberdade, um tapa na cara (ou, no caso do filme, um bolo na cara) daquilo que na época era moda chamar de burguesia. Sem dúvida o filme está envelhecido, nestes tempos de neoliberalismo, mas é sempre bom rever o melhor de Godard (geralmente sua produção dos anos 60), nem que seja como um registro histórico de uma época onde o cinema era mais a arte do diretor que propriamente do produtor."