22.1.18

“As Coisas Simples da Vida” - Edward Yang (Taiwan/Japão, 2000)

Sinopse: NJ Jian (Nien-Jen Wu) mora com sua esposa, seus dois filhos e a sogra já idosa, formando uma típica família de classe média. NJ é sócio de uma bem-sucedida empresa de computação, mas, se não buscar novos rumos, em breve irá à falência. Para tanto, ele busca fazer uma parceria com Ota (Issei Ogata), um inovador designer de jogos de computação no Japão, que pode dar o novo toque que sua empresa precisa. Mas as coisas começam a complicar para os Jian quando a integrante mais velha da família (Ru-Yun Tang) sofre um derrame e entra num coma do qual poderá nunca mais acordar. Neste meio termo, NJ ainda reencontra Sherry (Su-Yun Ko), seu primeiro amor de infância, que reaparece em sua vida, agora casada com um americano.
Comentário: "Que espécie de visão nos é propiciada por este estranho artefato (câmera fotográfica), dotado do poder demiúrgico de fixar presenças, de eternizar o instante? A câmera vê aquilo que nós, imersos intensamente em nossos próprios dramas, limitados a um único ponto de vista sobre o mundo, não podemos ver. Vê situações de ser, horizontes: espaço, tempo, sucessões no tempo, onipresença hierática do espaço, e os pobres seres que se movem neste quadrante. A câmera também serve para ver o reverso das coisas, suas laterais; ela instaura uma tela projetiva (no sentido duplo assinalado por Daney: projeção material e psicológica, ambas igualmente fantasmagóricas), onde tudo se vê mais e melhor, e portanto (ainda segundo a identificação operada pela criança entre Ser e Visão), existimos absolutamente". (Luiz Soares Júnior - Revista Cinética).