Comentário: O cinema do tailandês Apichatpong Weerasethakul não é muito fácil de se explicar racionalmente. Quem nunca viu toma um "choque estético", como disse Eduardo Valente no site Cinética. É um tipo de filme que pede "uma constante reavaliação de olhar do espectador a partir das suas propostas estéticas, (...) uma entrega quase absoluta à sua proposição dramatúrgica, onde a conexão que existe entre os planos é tão importante quanto o universo descortinado por cada um destes - e onde, do ritmo autenticamente musical da sequência e acumulação das sequências atinge-se um efeito semelhante ao do recitar de um mantra, que vai lenta, mas inexoravelmente nos puxando para dentro de um outro estado de absorção do mundo". É um filme que requer entrega então, se você não estiver aberto à essa nova experiência, o filme se tornará difícil. Veja, assim como todos do diretor, disposto e aberto.
