12.2.17

"Tartarugas podem voar" - Bahman Ghobadi (Irã/Iraque, 2004)

Sinopse: Em uma vila de curdos no Iraque, na fronteira entre o Irã e a Turquia e pouco antes do ataque americano contra o país, os moradores locais buscam desesperadamente uma antena parabólica, na intenção de ter notícias via satélite.
Comentário: Segundo Nildo Benedetti do Jornal Cruzeiro, "os curdos compõem uma comunidade de cerca de 28 milhões de habitantes distribuídos principalmente no Iraque, Irã, Turquia e Síria. Não têm Estado e almejam construir um país independente. As perseguições por parte dos países onde vivem e as disputas internas geraram grande número de mortos e de refugiados que se deslocam de um para outro daqueles quatro países ou emigram para outras partes do mundo. 'Tartarugas podem voar', filme de 2004, transcorre em um campo de refugiados curdos no Iraque, próximo à divisa com a Turquia; começa poucas semanas antes da invasão dos Estados Unidos no Iraque de Saddam Hussein e, por isso, no campo, todos querem saber de notícias, pela televisão, da guerra iminente. (...) 'Tartarugas podem voar' é um filme sobre o sofrimento e a insensatez das guerras e das perseguições étnicas, como as sofridas pelos curdos. O diretor Bahman Ghobadi nasceu na região curda iraniana, perto da fronteira com o Iraque. Seu filme, portanto, é sensível ao padecimento e à angústia do seu povo. O menino Riga, que mal sabe caminhar, é a expressão mais pungente dessa condição social catastrófica e sua presença traz alguns dos momentos mais tocantes do filme. Mas, o filme não é apenas sobre guerra. Mostra a determinação e a firmeza de caráter de crianças refugiadas em luta pela sobrevivência. E fala de solidariedade e do amor sob diversas formas, como o do adolescente Satélite por Agrin ou o de Hengov pela irmã e pelo menino Riga".