27.11.16

"Chocolate" - Roschdy Zem (França, 2016)

Sinopse: O jovem negro Rafael Padilha (Omar Sy) nasceu em Cuba em 1868 e foi vendido quando ainda era criança. Anos depois ele consegue fugir e é encontrado nas docas por um palhaço que o coloca nas suas apresentações. Em seguida, Padilha passa a ser conhecido como Chocolat, tornando-se o primeiro artista circense negro na França, um grande sucesso no final do século XIX.
Comentário: Segundo Sérgio Alpendre para Folha de SP, no filme "há observações sutis sobre o racismo, até o momento em que, num clipe que mostra a escalada de sucesso da dupla por meio de manchetes de jornais, vemos uma sucessão de referências a 'Footit e Chocolate', e uma delas, a última, estampa 'Footit e seu negro'. Está dado o recado: 'Chocolate' vai, sim, falar de racismo. O tempo todo. (...) Ele é charmoso, simpático e inteligente, mas se não souber o seu lugar, incomoda muita gente. Mesmo numa cidade moderna e multicultural como Paris. Chocolate sofre o diabo por ser negro. (...) Que lugar ocupa Chocolate nessa sociedade do espetáculo construída e usufruída pelos brancos? Eis a pergunta que o filme nos faz. Claro que ser antirracista não é o bastante. É necessário ser bom cinema. Roschdy Zem, filho de marroquinos e um dos atores de maior prestígio do cinema francês desde os anos 1990, revela-se um diretor consciente do que tinha nas mãos. Sabe que o importante não é o que se filma, mas como se filma. A força da mise-en-scène amplifica a inquietação. E 'Chocolate', também por ser bem realizado, revela-se um forte filme político". Excelente.