7.10.16

"Carlos" - Olivier Assayas (França/Alemanha, 2010)

Sinopse: Figura chave do terrorismo internacional dos anos 70 e 80, Carlos, "o Chacal", foi simultaneamente associado à extrema esquerda e considerado um mercenário oportunista a serviço dos serviços secretos de governos asiáticos. Aliando-se ao ativismo pró-palestino e ao Exército Vermelho Japonês, constituiu sua própria organização, instalando-se do outro lado da cortina de ferro. Simultaneamente manipulador e manipulado, foi um personagem contraditório, que deixou-se levar pelo fluxo da história e por seus desvios e encarnou, ao mesmo tempo, a violência de sua época.
Comentário: O filme dura 5hs e, em geral, é exibido em forma de minissérie em 3 partes. "Antes que alguém questione, ou mesmo que exija, Olivier Assayas já coloca suas condições no começo de 'Carlos': a cinebiografia do terrorista venezuelano deve ser vista como um obra de ficção; há pontos na história de 'Carlos, o Chacal', que até hoje não são públicos e alguns coadjuvantes foram romanceados para fins dramáticos, diz o letreiro. (...) Não espere das cinco horas de projeção grandes momentos catárticos (com exceção do complexo sequestro dos chefões da OPEP, o maior ataque de Carlos, que ocupa umas boas duas horas de filme), revanchistas ou mesmo um grand finale operístico. É com melancolia que Assayas narra a inevitável queda do terrorista. Não confundir melancolia com simpatia; o filme é bastante crítico sem precisar apelar para discursos prontos. Assim como sua câmera, sempre rápida e fluida procurando detalhes, Assayas não chega com ideias prontas. A verdade ele procura nas imagens diante de si". (Marcelo Hessel - Omelete).