23.8.14

"Luiz Carlos Felizardo - Um Retrato em Meio Tom" - Liliana Sulzbach e Cesar Graeff Santos (Brasil, 2012)

Sinopse: Ao completar 40 anos de carreira, Luiz Carlos Felizardo, um dos grandes expoentes da fotografia brasileira, tem sua obra comentada através do documentário “Luiz Carlos Felizardo – Um Retrato em Meio Tom”, que reúne depoimentos de artistas, familiares e amigos como Cristiano Mascaro, João Urban, Leopoldo Plentz, Fábio Del Re, Raul Krebs, Panta Astiazarán, Pedro Vasquez, entre outros. O mestre da fotografia em grande formato também é valorizado como escritor e pesquisador. O próprio artista utiliza uma frase de Jorge Luiz Borges para definir seu trabalho: “Há uma hora da tarde em que o pampa quer dizer alguma coisa e não diz, ou entendemos e é intraduzível como a música”.
Comentário: Segundo Moracy de Oliveira, crítico de fotografia do jornal O Estado de São Paulo, "Luiz Carlos Felizardo é um fotógrafo clássico, no melhor significado que a palavra possa ter. Coerente, de organização visual refletida e sólida, ele incorpora em suas fotografias de paisagem muito da história da linguagem da fotografia paisagística. Trabalhando com um tema da tradição fotográfica — esquecido por milhares dos atuais fotógrafos urbanos — não esconde uma dívida para com Ansel Adams, Timothy O’ Sullivan, Minor White, Weston, mas nem por isto se apresenta como um mero repetidor de suas formalizações. Desses e de outros fotógrafos paisagísticos aproveitou o rigor na composição, a exploração de texturas, luzes e tonalidades e, principalmente, um profundo respeito pelo seu tema. Só que, ao contrário daqueles que encaravam a natureza de uma maneira mítica, religiosa, Felizardo possui uma maior naturalidade ao encarar a paisagem. Permanece um certo deslumbramento, mas devidamente controlado. A paisagem é tratada como velha conhecida, com intimidade, sem a grandiosidade dos seus mestres. Para Felizardo, tudo é muito simples, natural e belo e a fotografia reflete coerentemente sua concepção. Iluminada e silenciosa, a natureza transforma-se em paisagem próxima, possível de ser conhecida porque não há nenhum significado por trás dela."